Gil Vicente: "É uma equipa com uma ideia bem clara e trabalhada, com um treinador que não começou a pré-época, mas que já teve tempo para trabalhar a equipa. É forte na construção, usa o guarda-redes e o número 6, e tem jogadores que jogam entrelinhas, tal como jogadores muito rápidos. Vem do melhor momento no campeonato, vai jogar em casa e está motivada. Vai ser um jogo difícil, mas vamos entrar para ganhar os três pontos."
Estado físico da equipa: "É tudo mais fácil quando se ganha. Mesmo quando as vitórias são difíceis, quando se trabalha, é mais fácil. Não há muito tempo para treinar, é mais para recuperar os jogadores, falar-lhes da alimentação, do descanso, dos banhos, das massagens, do treino invisível... É a parte mais importante para estarem fresquinhos para amanhã."
Campeão com vitórias sofridas: "Não, que não gosto assim tanto... É a opinião do Tiago (Teixeira), é normal. Primeiro, não gosto de sofrer tanto. Depois, prefiro ganhar a praticar bom futebol e a dar mais espetáculo, mas, neste momento, o importante era ganhar, após quatro derrotas seguidas. Vamos com duas vitórias seguidas, o que é importante de salientar, mas há um longo trabalho pela frente. Temos de melhorar em vários aspetos, toda a gente consegue ver que a equipa ainda não joga como jogava, não ganha por tanta diferença. É um processo. Não nos podemos esquecer de que há uma ou duas semanas, estávamos a falar das quatro derrotas consecutivas, que era o final do mundo. Temos de pegar nas coisas positivas. Conseguimos duas vitórias sofridas, mas são vitórias. Há coisas boas a retirar. Nota-se que os jogadores querem muito. Às vezes, o querer tanto traz alguma ansiedade. O que o Tiago também disse é que houve jogos em que perdemos mas fomos superiores. Não sendo aquilo que era, acho que em nenhum jogo fomos inferiores. Fomos sempre superiores e podíamos ter ganho os jogos que perdemos."
Presente envenenado: "Não... Temos de ver o contexto e entender o significado. O presente envenenado é muito... Toda a gente sabe. Se entrasse e o Sporting continuasse a ganhar e a jogar bem, o que é que o João Pereira tinha feito? Nada, era jogar e pronto. O mérito não era do João, era dos jogadores e do treinador que cá estava. O João entrou, começaram a perder e a culpa é de quem? Do João Pereira. É muito por aí que o presidente referiu isso. Agora, era impossível dizer não ao Sporting."
Pressão constante: "Não é fácil abstrair-me, mas, felizmente, tenho um apoio familiar muito forte e dá para me distrair um bocado, principalmente, com os meus dois filhos, que é um fim do mundo quando chego a casa, apesar de só quererem jogar futebol, mas dá para distrair. A partir do momento em que vão para a cama, quem sofre mais é a minha mulher, porque na minha cabeça está sempre o futebol, o futebol e o futebol. Às vezes, a vida privada fica para trás, o que não é bom, mas tem de ser assim. Ela percebe perfeitamente que, neste momento, o foco é outro, e o pouco tempo que tenho é para dar atenção aos dois filhos que tenho em casa."

Dificuldades em ganhar: "O importante é ganhar. Contra o Boavista, tivemos ocasiões claras para o resultado ser dilatado e sofremos dois golos o que complicou muito o jogo. Foi o nosso jogo mais conseguido em termos de avalanche ofensiva. Cometemos dois erros que foram golos do Boavista. Com o Santa Clara. foi o jogo em que defensivamente estivemos mais fortes. Sofremos um golo para lá da hora, tiveram uma oportunidade o jogo todo."
Vitórias afastaram pressão? "Estou mais liberto porque isto é uma evolução, uma pessoa vai aprendendo, o departamento de comunicação do Sporting ajuda-me a melhorar dia após dia... É mais fácil estar aqui a falar depois de ganhar do que de perder. Sempre tentei passar as minhas ideias, há coisas que temos de treinar, não tinha muita prática, mas tenho um trabalhar arduamente, é algo que também tenho de evoluir."
Gestão do plantel: "Temos muitos jogadores lesionados, mais dois castigados, o que não ajuda. Mas é o jogo de domingo, é este que temos de ganhar para passarmos um Natal mais descansados. Depois, temos três dias para estarmos com a família e recuperar para os próximos jogos. Os jogadores de futebol são assim, há os que querem jogar sempre, mas o cansaço depois afeta o rendimento e aumenta o risco de lesão, mas, no pouco tempo que temos para treinar, aproveitamos para recuperar."
Gyokeres e Harder juntos: "A solução é jogar o Harder, o Quenda, o Edwards, o Geny... Tanta gente que pode jogar lá. Vamos ter de esperar pelo onze."
Dérbi na mente dos jogadores: "O jogo com o Benfica ainda está longe. Ganhámos dois jogos, temos de ganhar o terceiro e é nisso que estamos focados. Não adianta pensar mais à frente sem concretizar o que vai acontecer, agora."
Trincão "morto": "É uma questão tática. O Trincão tem sido um elemento muito importante no Sporting. Passou por uma fase difícil. Agora, vive uma fase boa e o treinador tem de ser inteligente para aproveitar essa fase. O Trincão é dos jogadores mais resistentes da equipa, dos que aguenta mais volume de jogo, mas, quando não aguentar... É entender o significado das coisas. Está morto, com muitos jogos seguidos, muitos minutos, e com a pressão psicológica, que aumenta o cansaço. Temos de ganhar, e, depois estamos a ganhar até aos 90 minutos, temos de jogar mais dois... Fizemos substituição, não estou a queixar-me disso, mas, no psicológico do jogador, pesa 'Agora sofremos aos 90+7', há mais 30 minutos...'. Foi bom ganhar, porque ajuda a recuperar."
Posição de Quenda: "Estive um ano com o Quenda nos sub-23 ele nunca foi um ala, um lateral, foi sempre um extremo com qualidade no último passe, por isso é que faz aqueles cruzamentos. Ele sempre gostou mais de jogar na frente e sente-se confortável porque as responsabilidades defensivas não são tantas, ainda que tenha subido porque, defensivamente, é muito comprometido. É muito forte no último passe. Comigo jogava no lugar no Trincão, mas tem tido rendimento, na minha opinião, e é uma opção válida para jogar aí."
Declarações de Frederico Varandas: "Quando é o treinador a dizer, toda a gente vai analisar isso como sendo uma desculpa. O presidente constatou factos. Há jogadores lesionados, o tema da arbitragem... Não falo de árbitros, mas foi o Conselho de Arbitragem que meteu o árbitro na jarra. Se meteu o árbitro na jarra, é porque cometeu um erro, certo? Depois, sabemos que os jogadores vinham de quatro anos e meio com o mesmo treinador, que saiu para um clube que lhe ofereceu outras condições e está no seu direito, mas é normal. Havia jogadores que tinham uma relação com esse treinador, como o Trincão, o Pote e muitos mais, que foram contratações dele. Não é normal um treinador sair a meio da época por sucesso desportivo, e aconteceu aqui. Ainda bem, é sinal de que o Sporting está bem. Não acho que sejam desculpas. Estou aqui para encontrar soluções, é para isso que sou pago. A confiança mantém-se em mim e isso é bastante nítido."
Gyokeres e o "pedido" a Quenda: "Felizmente, mesmo naquela fase mais difícil, foi um grupo muito unido, que se entreajuda. Hoje, frisei a maneira como recebem os jogadores mais jovens. Muita gente não conhecia o rendimento do João Simões, mas ele consegue ter o rendimento que tem porque é ajudado por todos os que estão à sua volta. O Mauro Couto também entrou bem porque tem o apoio do grupo, e isso demonstra a ligação especial que têm, de querer conquistar títulos pelo Sporting, e isso é muito importante."
Pedido de prendas ao Pai Natal: "A prenda que quero é a vitória em Barcelos. Só há um Pai Natal, acho eu, mas, se houvesse mais, pedia a recuperação dos jogadores que estão lesionados, que é importante. O que mais quero é ganhar em Barcelos."
Chegar ao dérbi na liderança: "É importante porque queremos passar o Natal o mais tranquilos possível, e queremos passá-lo em primeiro lugar. Nunca vi nenhum campeonato resolvido em dezembro. Depois do dérbi, lá chegaremos. O mais importante é o jogo de Barcelona. Não interessa quem recuperar para o dérbi se não ganharmos em Barcelos. É aí que temos de nos focar, e os jogadores estão focados nisso. À partida, não vai haver nenhuma recuperação para o jogo de Barcelona. Para o do Benfica, logo veremos."