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José Mourinho estreou-se como treinador principal no Benfica em aventura de 76 dias

José Mourinho na apresentação, ao lado de Rui Costa
José Mourinho na apresentação, ao lado de Rui CostaJOSÉ SENA GOULÃO / EPA / Profimedia
José Mourinho, oficializado esta quinta-feira no Benfica, iniciou a sua carreira como treinador principal de futebol em 2000, precisamente no clube encarnado, numa aventura que, em circunstâncias muito similares às atuais, 25 anos depois, só durou escassos 76 dias.

Então com 37 anos e só com experiência como adjunto, embora em grandes clubes, como Sporting, FC Porto e FC Barcelona, e trabalhando com técnicos credenciados, casos de Bobby Robson ou Louis van Gaal, Mourinho foi aposta surpresa do então presidente ‘encarnado’ João Vale e Azevedo.

Apresentado em 20 de setembro de 2000, Mourinho só ficou, no entanto, até 05 de dezembro, dia em que se demitiu, já que, pelo meio, em 27 de outubro, Manuel Vilarinho derrotou Vale e Azevedo nas urnas e tinha em Toni o ‘seu’ treinador.

Um quarto de século volvido, a situação repete-se, com o presidente, Rui Costa, a apostar no mesmo treinador - que, entretanto se transformou no mais conceituado e galardoado da história do futebol português - a pouco mais de um mês de umas eleições, marcadas para 25 de outubro.

Com uma possível mudança na liderança do clube, José Mourinho, agora com 62 anos, arrisca-se, assim, a ter mais uma curta passagem pela Luz, onde regressa depois de passar por nove clubes, um em dose dupla, e conquistar 26 títulos.

Antes de tudo isto, nomeadamente de se sagrar bicampeão europeu e de se transformar no ‘special one’, a carreira como técnico principal teve um princípio, e esse foi ao serviço do Benfica, tinha José Mário dos Santos Mourinho Félix 37 anos.

Foi uma aventura de menos de três meses, com seis vitórias, três empates e duas derrotas (17-9 em golos), a primeira na estreia, em 23 de setembro de 2000, três dias após ser anunciado como sucessor do alemão Jupp Heynckes, face ao Boavista, no Bessa.

O brasileiro Duda, com um golo de calcanhar, logo aos três minutos, ‘estragou’ a estreia de Mourinho (0-1), cujo primeiro ‘onze’ foi composto por Enke, Rojas, Paulo Madeira, Ronaldo, Dudic, Fernando Meira, Maniche, Poborsky, Carlitos, Sabry e Van Hooijdonk. Ainda lançou Calado, Miguel e João Tomás.

Cinco dias volvidos, deu-se o batismo europeu, na primeira eliminatória da Taça UEFA, que foi também a estreia na Luz, a antiga. Não correu bem, já que o empate a dois na receção aos suecos do Halmstads significou a eliminação da prova.

Os ‘encarnados’ ainda lideraram por 1-0, com um tento de Pierre van Hooijdonk, mas os nórdicos deram a volta ao resultado, de nada valendo, aos 90+1, o tento do suplente Miguel, pois o 2-2 foi insuficiente para ‘emendar’ o 1-2 da primeira mão.

E também não foi ao terceiro jogo que chegou o primeiro triunfo, pois, em 02 de outubro, o Benfica não conseguiu melhor do que novo 2-2 na Luz, agora face ao Sporting de Braga, culpa de um tento de Artur Jorge, aos 90+3 minutos, depois de João Tomás e Van Hooijdonk darem a volta ao tento inaugural de Fehér.

Mourinho, que tinha como adjunto o ex-internacional brasileiro Carlos Mozer, teve, assim, de esperar pelo quarto jogo, novamente na Luz, em 15 de outubro de 2000: um golo do central espanhol Carlos Marchena, aos 33 minutos, valeu um triunfo por 1-0 sobre o Belenenses, para a sétima jornada do campeonato luso.

A equipa ‘encarnada’ não aproveitou, porém, esta vitória para ‘levantar voo’, uma vez que, nos três jogos seguintes, só venceu um, a receção ao Campomaiorense (2-0), já que, antes, empatou a zero em Paços de Ferreira e, depois, perdeu por 3-0 na visita ao Marítimo, culpa de um ‘hat-trick’ do argentino Carlos Longorio.

O embate no Funchal marcou, porém, uma viragem na trajetória do Benfica de José Mourinho, que iniciou no encontro seguinte um ciclo de quatro triunfos consecutivos.

A primeira vitória da série foi, porém, bem complicada, na Luz, onde o Farense se adiantou aos 73 minutos, por Marco Nuno, antes de os ‘inevitáveis’ Van Hooijdonk, aos 84, de penálti, e João Tomás, aos 90, 'selarem' a reviravolta (2-1).

No jogo seguinte, o Benfica foi bem mais convincente, ao golear em Guimarães por 4-0, para o primeiro triunfo fora no campeonato meio ano e 12 dias depois: o espanhol Chano inaugurou o marcador de livre direto e João Tomás acrescentou um ‘hat-trick’.

A terceira vitória consecutiva aconteceu em Campo Maior, onde os ‘encarnados’ venceram o Campomaiorense por 1-0, graças a um tento do suplente Sabry, aos 77 minutos. O egípcio chegou a ser ‘encostado’ por Mourinho.

O 11.º encontro, que ainda é o último de José Mourinho ao comando do Benfica, é também o mais marcante: em 03 de dezembro de 2000, em encontro da 13.ª jornada da Liga, os ‘encarnados’ bateram em casa o então campeão em título Sporting por 3-0.

Van Hooijdonk, aos 41 minutos, e João Tomás, aos 79 e 83, depois de substituir o neerlandês aos 61, marcaram os tentos dos ‘encarnados’, num resultado que acabou por despedir Augusto Inácio do comando dos ‘leões’.

O Benfica, de José Mourinho, parecia ‘encarrilado’, lançado, mas o técnico solicitou ao novo presidente a renovação do contrato por mais um ano e Vilarinho não aceitou o ‘ultimato’ e despediu o jovem técnico, fazendo regressar Toni.

A aventura do treinador luso no Benfica terminou, assim, após 11 jogos e 76 dias, mas terá agora um segundo capítulo, quase um quarto de século depois.

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