José Mourinho no final do dérbi: "Tiveram muito respeito por nós"

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José Mourinho durante o Benfica-Sporting, no Estádio da Luz
José Mourinho durante o Benfica-Sporting, no Estádio da LuzMiguel Lemos/ZUMA Press Wire / Shutterstock Editorial / Profimedia

Leia abaixo as declarações de José Mourinho, treinador do Benfica, após o empate diante do Sporting, a um golo, no dérbi da 13.ª jornada da Liga Portugal.

Recorde as incidências da partida

Na flash interview

Análise à partida: "Começámos mal, de um modo que… não me enraiveceu, é duro, mas que me chateou. No trabalho que fizemos na construção do guarda-redes havia regras do que não fazer e foi o que fizemos no golo do Sporting e que nos intranquilizou. Depois numa reação emocional e de orgulho, a equipa quis ir à procura do resultado. Dominámos o adversário na segunda parte onde só uma equipa podia ganhar. Não criámos grandes oportunidades, nestes jogos é difícil, mas fomos nós que dominámos e tivemos boas ocasiões. A falta do Ríos e o remate normalmente são golos, o volley do Aursnes também. A ganhar alguém tínhamos de ser nós a ganhar. Quando por cima, acontece a expulsão do Prestianni. Com um jogador a menos tivemos de nos adaptar, e o Ivanovic teve de jogar sobre a esquerda."

Fragilidades do Sporting: "Falar de fragilidades do Sporting é difícil. Tentámos explorar algumas situações como possíveis de explorar. Tiveram muito respeito por nós. O Fresneda acompanhou sempre o Sudakov, o Geny Catamo que é muito perigoso jogou como quinto defesa, parecia o Sporting com linha de 5. É o Rui (Borges), a sua cabeça e a sua interpretação e respeito muito."

Atitude da equipa: "Estou satisfeito. Jogos desta natureza, quando sofres um golo é difícil recuperar emocionalmente e no jogo. A equipa conseguiu-o. Apanhámos situações em que o Dedic não estava bem e não tínhamos outro, o Manu não tinha intensidade para entrar antes, o Ivanovic entrou para explorar o espaço e a expulsão do miúdo (Prestianni) matou isso."

Na conferência de imprensa

Duas partes distintas? "A partir dos 30 minutos concordo. Duas partes é sermos simpáticos com o Sporting e antipáticos com os nossos. Começámos mal. Marcámos um autogolo. O golo do Suárez é um autogolo, que me chateia. Como sempre treinámos a construção e o modo como o adversário pressiona. E no nosso trabalho havia regra de nada de triângulos em zonas baixas. Martelámos sobre isso e no primeiro pontapé de baliza... autogolo. Depois há um período em que perdemos bolas e estivemos mal. Depois há o golo e os últimos 10/15 minutos foram o que ia ser a segunda. Na segunda fomos dominadores. Tivemos um único pontapé de canto aos 90. Dominámos. Num jogo destes, claro que não íamos ter 5 ou 6 oportunidades claras de golo, mas há cabeaceamento do Ríos, o remate do Ríos. Transições. Fomos francamente melhores. O Ivanovic entra para esticar, fresco e depois ficamos com um a menos e aí o jogo já teve outro cariz".

Acerto de pressão na segunda parte: "Acho que sim. Na primeira parte, na parte final, estávamos a interpretar melhor. Pedi ao analista que fosse para o balneário e mostrasse duas ou três imagens. Quando tens gente como o Barreiro e o Ríos, fortes na pressão, controlámos bem naquela zona."

Início de jogo nervoso: "A questão, e eu já lhes pus essa questão, por que razão fizeram aquilo. Eles sabem que erraram. O guarda-redes sabe que errou, o Enzo sabe que errou, o António... quem está lá dentro sente a reação do público e houve intranquilidade. O golo do empate volta a pôr as coisas no patamar zero. Na segunda parte não tivemos nenhum pontapé de baliza porque o Sporting não rematou. O Trubin não toca na bola."

Empate coloca em causa luta pelo título? "Não. O Rui (Borges) normalmente é super correto nas análises. É difícil para um treinador dizer que o adversário foi mais forte, mas aceito que tenha dito que o resultado se aceita. O Sporting tem uma boa equipa, um banco fortíssimo. Quando sai o Enzo entra o Maunu, que ainda tem dificuldades. o Sporting fez o jogo conseguiu. Não acho que tenham vindo aqui jogar para o empate, mas depois o resultados satisfaz. Considero-me na luta. Pode ser uma luta desigual, mas estamos na luta. Mesmo a 8 do FC Porto, considero que a equipa está cada vez melhor. Vai tentando esconder as limitações. Joga como equipa, sabe afrontar as dificuldades como equipas. Esta semana parecia que o Sporting vinha aqui, e não digo isto pelo Sporting, mas parecia que menos de 5 era bom para nós. Parecia que era uma equipa de coitadinhos. Que vinham aqui e ganhavam fácil. Não foi assim".

Rodrigo Rêgo: "Passou de andar escondido na B, nos sub-23 e numa semana jogar no Benfica. Na Champions, Taça e campeonato. Essa é a tajetória que merece ser realçada".

Empate pode ter impacto para jogo com o Nápoles? "Não. O Nápoles também é difícil, com um treinador que conheço bem e que prepara as suas equipas muito bem. Será difícil para nós. Se tiver impacto, é o da positividade. Penso que só podem sair coisas positivas".

Última substituição na reta final: "O treinador sou eu e sou eu que decido, que leio o jogo, que tomo decisões. Não posso ser idiota e dizer que ganhava o jogo 11 para 11 até ao fim. Não sou idiota. Mas estou convencido que as substituições foram feitas no momento certo. Entra o Ivanovic para dar profundidade. Não tem qualidade de ligar o jogo, mas tem qualidade para atacar espaço e na parte final era o que tínhamos preparado. Não quero ser idiota e dizer que íamos ganhar, mas fiz as substituições na hora certa. Quando a equipa está bem, superior, mais perto de ganhar... quando um treinador anjinho é pressionado por ideias como a sua e que lhe pediram para perguntar às vezes estragam o que está bem."

Em que posição coloca este dérbi em todos aqueles que já jogou? "Se calhar joguei 100 ou 200. Em Inglaterra era dérbi todas as semanas. No Inter fiz uns tantos, Madrid igual. Foi um bom jogo. Coisas maravilhosas, golos maravilhosos não, mas foi um jogo bom e competitivo. Um árbitro que cometeu poucos erros. Erros decisivos nem cometeu. Cometeu erros no critério dos cartões amarelos. Não falo do Prestianni, porque é capaz de ser vermelho. Mas nos amarelos, que já estava à espera, há um jogador do Sporting que é intocável. Manda no jogo, faz as faltas que quer e mais uma vez sai do jogo sem amarelo. Relativamente a esse jogador é que há uma dualidade de critérios. Já brinquei com ele e disse-lhe que pode sair à rua que ninguém o vai chatear".

Favoritismo do Sporting beneficiou o Benfica? "Não. O Sporting foi sério, lúcido, sabia que não ia ser fácil. Não houve nenhuma intervenção do Rui com língua grande. O Sporting foi respeitoso, foi um bom adversário. Uma coisa é jogar, outra é comentar. Outra coisa é treinar, outra é comentar quem treina. Há comentário fácil. Se fosse comentador, também seria bom. Com um pouco mais de respeito, mas também podia ser um bom comentador sem ser desrespeituoso e às vezes... é melhor nem adjetivar. Ficamos por aqui". 

Expulsão de Prestianni: "Dos outros cartões, não sei se foram comigo, o cartão de hoje é importante. É uma ação importante, num jogo importante. Se se recordar, perdemos dois pontos com o Rio Ave porque não fizemos falta na última jogada do jogo. A mesma coisa com o Casa Pia. E num jogo contra grandes jogadores e contra uma equipa fresca... o Sporting mete Quenda, Alisson, Ioannidis, mete a rapaziada toda fresca, num jogo em que o Benfica está quase a ganhar, não pode perder. Numa situação de contra-ataque, o Prestianni faz a falta, não com vontade de magoar. O capitão do Sporting faz uma falta igual na primeira parte, a única diferença é que agarra, não lesiona, mas agarra com a mesma intenção, de parar um contra-ataque. Este não é o cartão que condeno."

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