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Liga de futebol diz que há diálogo aberto e transparente sobre centralização de direitos

Reinaldo Teixeira, presidente da Liga de Clubes
Reinaldo Teixeira, presidente da Liga de ClubesLiga Portugal

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e a Autoridade da Concorrência (AdC) mantêm um diálogo "aberto e transparente" sobre a centralização dos direitos audiovisuais, em que há também participação dos clubes, disse o diretor-executivo da Liga.

Após a entrega, no final de julho, pela LPFP de uma primeira versão (um draft) de uma proposta de regulamento de comerciaçização dos direitos audiovisuais para as transmissões em Portugal dos campeonatos profissionais, "houve já algumas interações" com a Autoridade da Concorrência (AdC), nomeadamente, para "esclarecer algumas dúvidas", disse André Mosqueira do Amaral.

"Estamos num diálogo que é bastante aberto entre as duas entidades e também com a participação das sociedades desportivas que fazem parte da Liga Centralização", acrescentou o diretor-executivo (CEO) da LPFP, em declarações à agência Lusa em Madrid, onde participou na quarta-feira no World Football Summit.

André Mosqueira do Amaral sublinhou que a proposta entregue na AdC foi aceite unanimemente pelas sociedades desportivas que estão na Liga Centralização e aquelas que não a integram "também fizeram parte" e "foi-lhes sempre transmitido" e "dado conhecimento de todos os passos da Autoridade da Concorrência".

"Portanto, tem sido um processo bastante colegial, mas onde beneficiamos, de facto, de uma interação bastante aberta e transparente e construtiva com a Autoridade de Concorrência", sublinhou.

André Mosqueira do Amaral disse acreditar que "no final deste processo" de "conversações com a Autoridade da Concorrência" surgirá um "modelo final aceite todas as partes" (AdC e clubes da Liga Centralização).

Integram o Conselho de Administração da Liga Centralização o Alverca, FC Porto, Sporting de Braga, Sporting, Vitória de Guimarães, Feirense, Leixões e Marítimo.

André Mosqueira do Amaral afirmou que a atual direção da LPFP tem nos últimos meses, desde que iniciou o mandato, procurado "um contacto muito contínuo" com todas as sociedades desportivas e destacou que o regulamento de comercialização dos direitos audiovisuais "é apenas um dos pilares da centralização".

"Temos muitos outros. Temos a chave de distribuição, que esperamos também finalizar em breve, o regulamento económico e o regulamento audiovisual. Tudo isto são matérias em que nós, enquanto Liga, representamos os clubes. E, portanto, essa representação não é possível sem uma auscultação das sociedades desportivas", afirmou, garantindo que a atual direção da LPFP trabalha com base na "auscultação proativa das sociedades desportivas".

André Mosqueira do Amaral já tinha afirmado na semana passada que a centralização dos direitos audiovisuais dos campeonatos profissionais tem contado com “bastante consenso” por parte das sociedades desportivas, que há "mais pontos em comum do que divergências", permitindo "uma narrativa com a AdC muito mais radicada numa missão de grupo tendente a esta concretização da centralização”.

Portugal vive atualmente um momento de transição para um modelo centralizado da venda dos direitos televisivos, que deverá entrar em vigor na época 2028/2029, tendo a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a LPFP a obrigação de apresentar, até ao final da presente temporada desportiva, um modelo que tem de ser aprovado pela AdC, com o intuito de uma distribuição mais justa e equitativa desses direitos entre as sociedades desportivas presentes.

André Mosqueira do Amaral participou em Madrid no World Football Summit, num debate sobre novos desafios para o desporto como produto de entretenimento.

O CEO da LPFP afirmou que há cada vez mais produtos de entretenimento, dentro e fora do desporto e do futebol, assim como plataformas, a disputar audiências e clientes, pelo que é preciso "criar uma proposta de valor" que gere interesse para os públicos e para novas gerações de potenciais públicos.

"É um mercado que está em transformação constante e o nosso trabalho, e a equipa da Liga Portugal tem estado muito dedicada a isso, é exatamente entender esse ecossistema melhor, entender os participantes e ver como é que nós conseguimos criar um produto que vá ao encontro dessa procura", afirmou.

A World Football Summit (EFS Madrid 2025), que termina esta quinta-feira, debate o futuro da indústria do futebol contando com mais de 130 oradores que representam clubes, ligas, federações, patrocinadores e outras entidades.