Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga):
“Fizemos uma primeira parte em que podíamos estar a ganhar por 3-0 ou 4-0, tivemos oportunidades flagrantes para isso. O ritmo de jogo era o apropriado à forma como o Famalicão se posicionou em campo, num bloco médio-baixo e é difícil meter intensidade dessa forma, mas mesmo assim, podíamos ter marcado. Na primeira vez que o Famalicão vai à nossa baliza, após uma falta desnecessária, faz golo e isso foi um duro golpe para nós.
Arriscámos na segunda parte, temos que finalizar as jogadas, rematando ou cruzando, para não ter a equipa desequilibrada. Tivemos duas perdas de bola quando estávamos a arriscar e o Famalicão, em duas transições, fez dois golos com uma grande eficácia. Arriscámos tudo, o Ricardo Horta entrou muito bem, fizemos o 3-2, a equipa acreditou sempre e chegámos ao 3-3 e ainda tivemos uma oportunidade para o 4-3 que seria o resultado inteiramente justo. Fomos melhores equipa, apesar do labor do Famalicão que teve uma atitude positiva, mas merecíamos ter vencido o jogo.
(Ricardo Horta começou como suplente) Desgaste físico e não só, ele vem numa sequência tremenda de jogos, joga sempre o tempo todo e temos que ter cuidado com ele para não acontecer o que já aconteceu a outros. Sabíamos que o Ricardo entrando podia dar uma nova velocidade, como deu. Não sei se tivesse jogado de início se tinha feito a exibição que fez. Entrou e muito bem, cumpriu o seu papel e contamos com ele a 300 por cento.
Se é uma equipa emocionalmente deficitária? Sinceramente acho que não, estamos a sofrer mais golos do que é normal nas minhas equipas, vamos ter que retificar isso no futuro, mas a realidade é que os sofremos.
(A equipa foi contestada pelos adeptos na habitual saudação final. Será contraproducente insistir nesta situação?) Vou abordar isso com o grupo de trabalho. Eu hoje saí após o jogo e vou fazê-lo sempre a partir daqui, não por causa dos adeptos, mas antes com a preparação para a flash e a conferência de imprensa, porque às vezes dizemos coisas que não estamos documentados. Mas, é uma situação que vou falar com os jogadores e saber a opinião deles que é mais importante que a minha”.
Hugo Oliveira (treinador do Famalicão):
“Frustrado pelo resultado? Estou orgulhoso com os jogadores e a minha equipa porque foram ao encontro das ideias que trabalhámos durante a semana. Mostraram coragem e atitude, mas como é óbvio estou insatisfeito com o resultado porque queríamos os três pontos e tivemos o jogo na mão. Mas, estamos extremamente positivos em relação ao futuro.
Sinceramente, sinto que foram mais dois pontos perdidos, mas saímos daqui a ganhar. Fui recebido de forma muito harmoniosa no clube, do presidente ao staff, jogadores e adeptos e isso deixa-me muito positivo em relação ao futuro, assim como ter sentido o balneário frustrado pelo resultado porque queriam ganhar os três pontos, esse é o caminho que queremos.
Sinais da nova identidade? Já sentimos muitos, desde logo por termos tido mais posse de bola em Braga na primeira parte, termos ligado o jogo muitas vezes por dentro e termos criado situações de golo através desses caminhos que foram trabalhados durante a semana. Também a reação à perda da bola. Estamos muito longe do que queremos fazer, mas estamos todos no mesmo caminho e sabemos onde queremos chegar”.