Declarações após o jogo Moreirense–Casa Pia (2-1), da sétima jornada da Liga Portugal.
Recorde as incidências da partida
Vasco Botelho da Costa (treinador do Moreirense):
“A vitória acaba por assentar bem. Quando jogávamos com calma e discernimento, conseguíamos ser muito perigosos e ter oportunidades.
O João (Pereira) tem feito um excelente trabalho, mas o Casa Pia é uma equipa em crescimento. Está preparado para aproveitar todos os erros do adversário. Cometemos vários erros, e o Casa Pia foi sempre acreditando. Estávamos ‘desligados’ quando sofremos o primeiro golo.
Há um ‘chip’ dentro de cada um que liga para ir a Alvalade (derrota com o Sporting, por 3-0, na segunda-feira) e que tem de mudar para a receção ao Casa Pia. Não quero dar desculpas. Há aspetos a rever, relacionados com a dimensão mental. Se tivéssemos tido a frescura mental e física de outros jogos, poderíamos tornar o jogo mais simples. O que fizemos ofensivamente foi suficiente para nos aproximarmos da vitória.
Não gosto de olhar para o resultado, mas para o processo. O Casa Pia teve oportunidades claras de golo na fase final. Não queríamos defender tão baixo. Não senti a equipa assim tão desgastada, a não ser o Schettine, que sentiu algumas cãibras.
A equipa vai ter de ganhar maturidade para gerir jogos com vantagens mínimas. Não podemos correr riscos desnecessários, mas temos de tentar ir sempre atrás de mais um golo, em vez de pensar em não sofrer.
Não serve de nada olhar para a classificação nesta fase (quarto lugar). Dada a competitividade da Liga, é muito fácil ficar quatro ou cinco jogos seguidos sem vencer. Se um dia estivermos nessa posição, não vamos colocar tudo em causa, nem passar a ser uma má equipa. Temos um objetivo: os 35 pontos. Estamos a caminhar para lá, mas não serve de nada se não continuarmos a trabalhar.
Vai haver sempre jogadores com mais minutos, mas todos eles são importantes durante a semana. O Benny é um jogador mais talhado para o lado ofensivo do jogo, versátil, com muita inteligência a ler os espaços. Felizmente, temos muitas soluções para essa posição”.
João Pereira (treinador do Casa Pia):
“Foi um excelente espetáculo, com duas equipas que quiseram jogar o jogo e ser protagonistas. Quanto ao resto, deixo uma sugestão que já deixei: o nosso futebol iria evoluir quando as três equipas vierem aqui falar. Será muito mais transparente para o nosso futebol. Se duas equipas (técnicas) têm de explicar as suas decisões, porque não três.
Jogámos contra uma equipa forte e organizada, com um excelente treinador e uma excelente estrutura. Somos um clube que vive alguma imprevisibilidade, o que nos obriga a arranjar soluções. Faltou o detalhe de não empatarmos o jogo. Era o resultado mais justo. Pela primeira vez, a nossa equipa atingiu a marca dos 20 remates à baliza. Isso deixa-nos satisfeitos dentro da nossa insatisfação.
Queríamos manter uma equipa agressiva. Isso torna-se mais difícil quando sofremos dois amarelos na mesma jogada. Tentámos construir de formas diferentes. Tenho um orgulho em representar estes jogadores. Perante circunstâncias que não controlam, nunca desistiram de conquistar um ponto frente a uma equipa competente, que jogou de igual para igual connosco.
Não sou eu que tenho de falar dos erros de arbitragem. São os árbitros que têm de falar do que erraram. No fim de um jogo, tenho de ir para casa, analisar o meu trabalho e fazer com que a minha equipa melhore o seu desempenho”.