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Makouta recorda passagem pelo Boavista: "Sei que há salários em atraso mas vou para lá"

Makouta esteve três épocas no Boavista
Makouta esteve três épocas no BoavistaBoavista FC
Gaius Makouta, médio congolês de 27 anos, cumpriu a temporada de estreia no Alanyaspor, da Turquia, depois de três temporadas no Boavista. Em entrevista ao portal "90Min", recordou a passagem pelos axadrezados.

"Um dia, eu estava no meu quarto e os meus antigos empresários entraram e disseram: o Boavista quer contratar-te. Na minha cabeça, pensei num clube histórico. Pensei na 1ª Liga portuguesa, no Benfica, FC Porto e Sporting. Eu nem sabia quanto eles estavam dispostos a pagar, mas disse  'deem-me o que quiserem, eu vou'. Vi a oportunidade por trás disso", assumiu Makouta.

"Disse aos meus empresários que ia para lá. 'O Boavista quer-me, não sei quanto vão pagar, mas vou para lá. Sei que há salários em atraso, que estão a pagar com atraso e que é um clube numa situação difícil, mas é uma oportunidade grande demais para recusar, vou para lá'", acrescentou.

Os números de Makouta
Os números de MakoutaFlashscore

O médio assumiu que tinha conhecimento das dificuldades financeiras do Boavista, relatadas por Hamache, lateral argelino que representava, nessa altura, os axadrezados.

"Estava preparado, ele contou-me tudo. Tinhamos três meses de contas não pagas, nunca éramos pagos no dia. No entanto, no final, ainda tínhamos o nosso dinheiro e eu fui para lá com o objetivo de me mostrar e agarrar essa oportunidade", explicou.

"Não era sobre dinheiro. A Liga portuguesa é uma liga com muita exposição onde há muitos olheiros, era mais isso que eu tinha em mente. Vendem muito bem", afirmou Makouta, explicando que não foi só de Hamache que recolheu informações do paradigma da Liga Portuguesa, uma vez que até falou com um ex-jogador do FC Porto. 

"Conversei com o Rolando, que jogou no Marselha. Ele disse-me que o Boavista era um clube que me serviria bem, que jogava com muita garra e nunca desistia. Encontrei um clube que combinava bem com as minhas características e também tive a sorte de ter bons jogadores ao meu redor. Isso facilitou a minha vida", disse, antes de elogiar os treinadores com quem trabalhou.

"Seja o João Pedro Sousa ou o Petit que o sucedeu, são pessoas que me deram muita confiança e que me demonstravam quanto eu era importante. Foi fácil lá jogar", disse Makouta, que falou ainda de Ruben Amorim, com quem se cruzou quando esteve na equipa B do SC Braga, em 2019.

"Era uma equipa com bons jogadores. Havia Miguel Crespo, que agora joga na Turquia. O Yvan Neyou, o Pedro Amador, que está no Atlanta da MLS... Infelizmente, caímos, mas eu queria progredir para a 1.ª Liga. Ou ia para a equipa principal e jogava na pré-temporada para ter uma oportunidade, ou saía por empréstimo. Mas nenhuma dessas oportunidades estava aberta para mim e eu tive que ficar com a equipa no 3.º escalão, não gostei", assumiu o médio, antes de revelar as palavras de Rúben Amorim, que assumiu o SC Braga B em 2019/20.

"Ele disse-me: 'Sei que estás com a cabeça noutro lugar, mas eu também acabei de chegar. Ajuda-me, que eu vou-te ajudar também'. Quando viu o meu estilo de jogo, ele disse-me que era um dos jogadores que mais lhe interessava em treinar. Mas eu não estava com a cabeça no SC Braga e não tinha, portanto, a mentalidade certa", confessou Makouta.