Recorde as incidências da partida

Qual o sistema? Quatro ou cinco defesas? Vai mudar o modelo? As perguntas sobre o esquema tático a utilizar por Rui Borges na sua estreia ao serviço do Sporting marcaram a conferência de Imprensa de antevisão ao dérbi lisboeta. O ex-técnico do Vitória SC tinha o 4x3x3 como sistema habitual em Guimarães e chegava a um clube com anos de 3-4-3. Nem um, nem outro.
O novo treinador dos leões juntou o melhor dos dois mundos e apresentou-se em Alvalade com um 4-4-2 híbrido, com Eduardo Quaresma e Matheus Reis nas laterais, Geny e Quenda nos corredores e o aniversariante Trincão na companhia a Gyökeres no ataque, com as peças estivessem sempre em movimento, não sendo um modelo rígido. No lado contrário, Bruno Lage surpreendeu apenas com a aposta em Amdouni no lugar de Pavlidis.

Tradição de Geny
Três dias. Rui Borges não se escondeu e quis assumir o "grande" desafio a pouco mais de 72 horas do dérbi entre Sporting e Benfica. E a verdade é que os primeiros sinais foram bastante animadores para os adeptos sportinguistas.
O conjunto de Alvalade surgiu de cara lavada e com a confiança recuperada depois de semanas difíceis, que o afastaram de um caminho que vinha a ser de sonho antes da saída de Ruben Amorim. A mudança era percetível no olhar, aquela sede de glória estava de volta e o primeiro tempo deu muito conta dessa mudança de estado de espírito.
O Sporting jogou o jogo que quis jogar e conseguiu esconder as maiores virtudes do Benfica. Sem surpresa perante a entrada forte, o miúdo Quenda protagonizou a primeira oportunidade digna de registo no encontro, quando surgiu solto de marcação e atirou para a primeira grande defesa da noite de Trubin, aos 18 minutos.
Os encarnados responderam apenas de bola parada, através de um livre superiormente batido por Kokçu, aos 26', mas com Franco Israel a segurar o nulo graças a uma excelente intervenção. Uma gota num deserto de ideias da turma de Bruno Lage no primeiro tempo.
Com o controlo do jogo e perante um rival com muitas dificuldades na construção, o Sporting abriu caminho para a vantagem à chegada à meia-hora de jogo, altura em que Gyökeres colocou Tomás Araújo no bolso antes de servir Geny Catamo para o 3.º golo do moçambicano contra o Benfica. Parece que já é uma tradição para o camisola 21.

Mudança não deu para o empate
O Benfica bem podia agradecer a Trubin ter ido para o intervalo com a desvantagem mínima. O guarda-redes ucraniano voltou a brilhar ao defender um remate de Gyökeres, aos 40', permitindo que as águias encarassem a segunda parte com outro grau de otimismo.
Nesse sentido, Bruno Lage deixou Florentino nos balneários e apostou em Leandro Barreiro para o recomeço da partida. E a equipa da Luz melhorou de forma significativa. Conseguiu ter mais bola e com isso teve mais aproximações à baliza de Israel. Bah (56'), Amdouni (61) e Otamendi (67') foram protagonistas nas mais evidentes, embora seja justo destacar os louros da competência defensiva dos leões - que jogo de Eduardo Quaresma e Diomande, por exemplo.
Nota também para o guardião uruguaio que, mesmo que revelasse alguns sinais de nervosismo em determinados momentos, mostrou-se competente quando foi mais preciso.
Sem conseguiu restabelecer a igualdade, o Benfica ainda permitiu dois lances de enorme perigo ao Sporting a cinco minutos dos 90. Primeiro Geny Catamo mostrou-se demasiado guloso e perdeu uma grande oportunidade para matar o jogo, e depois Gyökeres não levou a melhor sobre Trubin.

Contas feitas, a confiança parece estar de volta a Alvalade e a liderança está de novo nas mãos do leão, que vai passar o réveillon no topo da tabela da Liga, a par do FC Porto. 2025 promete!
Melhor em campo Flashscore: Eduardo Quaresma (Sporting)
