"Dava-me muita satisfação poder tomar a decisão de recorrentemente reconduzir Mourinho para mais uma época, porque era sinal que isso estava a acontecer. Já sabemos que temos uma média de 1,4 anos na duração do treinador no Benfica, em termos históricos. Porque a pressão do resultado é gigante. O Benfica entra em tudo para ganhar", destacou Mayer, em entrevista à Lusa.
Segundo Martim Mayer, que se apresenta às eleições das águias com um projeto a oito anos, ou seja, dois mandatos, a estabilidade da equipa técnica do Benfica durante este período está ligada diretamente ao desempenho da equipa de futebol, comandada por Mourinho.
"Isso significava que tínhamos sido oito anos campeões nacionais, tínhamos ganho outros troféus muito importantes a nível nacional, como a Taça e a Supertaça de Portugal, e isso significava que todos os anos estávamos a fazer bem na Europa", assinalou.
O empresário, de 51 anos, garantiu que, "desde que Mourinho queira, obviamente será para manter, porque seja a estabilidade da equipa técnica, seja a estabilidade do plantel, são dois indicadores de vitória muito grandes".
Martim Mayer, neto do histórico presidente encarnado Duarte Borges Coutinho, vincou que "as equipas mais estáveis vencem mais", pelo que é isso que pretende caso assuma o leme do emblema lisboeta, realçando que vai manter Mourinho enquanto o Benfica tiver sucesso.
"Mas agora, sem vitórias, não há estabilidade na equipa técnica, porque o Benfica entra em campo para ganhar, e portanto, se essa vitória não acontece, tem que se substituir e procurar outra solução, nunca deixando de ter uma estrutura com uma pessoa como Andries Jonker (diretor-geral do seu projeto), que garante que todo o trabalho de médio prazo está a ser feito, e continua a ser feito, independentemente de haver trocas no treinador", frisou.

De acordo com o candidato da lista "Benfica no sangue", a possibilidade de dispensar um treinador de renome mundial como Mourinho só pode ser vista no contexto da situação específica, pelo que a sua manutenção no curto prazo está assegurada.
"Terá que se perceber que alternativas teremos mais à data. Qual é que é o ponto de situação do clube? Haverá um fim de ciclo no plantel e necessitar-se-á de fazer uma renovação de plantel? E isso exige que se continue com a mesma estabilidade na equipa técnica, ou existem outros fatores?", questionou.
E acrescentou: "(Mourinho) Deixou de estar motivado da mesma forma? Há muitas razões para, num momento como esse, não basta só olhar para a situação em si, é preciso ir mais fundo e perceber por que a senda de vitórias e potencial possa ter acabado e atacar o problema na sua raiz".
Além de Martim Mayer, concorrem ao ato eleitoral de 25 de outubro o atual presidente, Rui Costa, o anterior, Luís Filipe Vieira, bem como João Noronha Lopes, João Diogo Manteigas e Cristóvão Carvalho, havendo ainda uma lista liderada por João Leite para a Mesa da Assembleia Geral.
Caso nenhum dos candidatos receba a maioria dos votos (50%), será realizada uma segunda volta entre os dois mais votados, duas semanas depois, em 08 de novembro.