Apresentação: “Obrigado por confiarem em nós, por nos darem esta enorme responsabilidade e prestígio de defender estas cores. Quero falar aos adeptos do FC Porto que já me fizeram sentir o carinho e o apoio e prometer que hoje, daqui a umas horas, vamos começar a construir uma equipa que represente os portistas.
Mensagem ao Cruz Azul: “É difícil começar uma nova etapa, sem fechar uma anterior. Não sou mais o treinador do Cruz Azul, continuo a ser adepto e gostava de roubar um bocadinho deste espaço para dedicar a todos os adeptos mexicanos. Vou levar para sempre a ligação que construímos, em cada uma das coisas que vivemos fui honesto, falei com verdade e coração. Demos tudo pelo clube até ao último dia, por isso nada do que foi dito nos últimos dias tem a ver com a verdade. Não comprem o que estão a vender. Tomei uma decisão que considerei melhor para mim e para o meu consciente profissional. Assumo-a, fui eu que a tomei, mas o clube disse-me que aceitaram uma proposta do FC Porto. Com tudo pronto para a oficialização, mudaram as condições, difamaram-me e atiraram-me à imprensa. Pedi uma conferência para me despedir dos adeptos, não foi concedido. A situação foi difícil para mim e para toda a minha família que teve de sair do México de forma repentina, por sorte o FC Porto deu-nos todo o seu apoio. Estou agradecido ao México, que me abraçou, aos meus jogadores, pelo compromisso, esforço e valentia dentro e fora do campo e que conseguiram que um gigante do futebol mundial, com o FC Porto, me escolhesse. Vou levá-los para sempre no meu coração.
Expectativas: “Enormes, muito feliz. Aqui respira-se algo em que trabalhei toda a minha vida: paixão, cultura de trabalho, exigência, intensidade, luta. Mais importante do que os emblemas é esta essência que eu me identifico completamente. Conheço o FC Porto desde pequeno, sou adepto do Newell’s, conheço o Belluschi. O que se vibrou ontem no estádio fez-me sentir o que precisávamos. Vamos construir uma equipa competitiva, que é o primeiro objetivo. Para lutar até ao fim”.
Três centrais: “Os números, os sistemas… Queremos encontrar vantagens para atacar. Podemos construir com três, mas se o líbero aparece como médio são quatro. Não podemos ter um sistema rígido, ofensivamente tem de ser livre e defender é segundo o rival. É preciso existir ordem, mas flexível porque gostamos de analisar o rival. Trabalhámos nos últimos anos com três centrais, mas não quero deixar algo fixo, porque estamos em construção, a evoluir, porque temos de nos reinventar perante o rival. O objetivo é o melhor sistema, a melhor estratégia para aproveitar as debilidades do rival”.
Diagnóstico à equipa: “Vou ser prudente. Os futebolistas são o contexto. Para vestir o FC Porto é sinal que tens capacidade. A partir daí o contexto é diferente e faz deles melhores ou piores. Vamos entender muito melhor do que são feitos, sabemos que são bons e queremos dar todas as ferramentas para que eles sejam melhores jogadores. Fazer um diagnóstico agora seria imprudente, porque só vamos ter melhor sensação quando começarmos a treinar”.

Jogo com Maccabi Tel Aviv: “Iniciar o processo a meio da época não é o melhor contexto. Mas é o que é. Temos de começar a trabalhar, primeiro com o objetivo de construir uma equipa competitiva. Hoje é recuperação, depois é preparar o jogo de quinta-feira, que é decisivo. Vamos tentar transmitir em pouco tempo a nossa essência”.
Objetivos: “São muito grandes. Vim do museu e pedi para construir mais uma vitrine para a enchermos. O FC Porto tem de lutar pelos títulos, mas não somos mágicos, somos treinadores, é preciso tempo. Como objetivo é ser melhor do que ontem. É a nossa cultura e temos de ter a humildade de perceber que é sempre possível ser melhor. Somos muito exigentes connosco e com os que nos rodeiam. E ver as melhorias a surgirem de semana para a semana estamos convencidos de que vamos chegar onde os portistas querem”.
Análise à equipa: “Fizemos análise intensa ao plantel, mas queremos descobrir em cada treino o que podemos fazer. Tenho a minha ideia, mas o jogador tem de compreender e defender. Temos de explicar porque fazemos isto em cada treino, gosto que o jogador dê a opinião e nos apresente soluções. Isso não se vê num vídeo, mas sim cara a cara. Gosto de trabalhar individualmente com cada jogador. Temos de aproveitar todas as horas de imagens porque temos pouco tempo e é preciso melhorar. Temos bons jogadores, capacitados para jogar à FC Porto”.
Aceitar o desafio: “É evidente o que significa o FC Porto e a nossa primeira experiência na Europa ser num clube tão grande, que nos abriu a porta com esta convicção foi algo que tornou difícil dizer que não. Senti que se não aceitasse, também não ia estar bem no Cruz Azul, dar tudo, porque ia ficar sempre a pensar. Os títulos, mas também a gente, todos os que trabalharam no FC Porto foram incríveis, ajudaram-nos em tudo e ainda mais do que esperávamos. E depois esta essência, a paixão, a cultura de trabalho, e para fazer as coisas bem é preciso fazê-las com paixão”.