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Martín Anselmi e a falta de vitórias do FC Porto: "Se não estás incomodado, não estás no lugar que devias estar"

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Martín Anselmi, treinador do FC Porto
Martín Anselmi, treinador do FC PortoDiaEsportivo / Actionplus / Profimedia
Martín Anselmi, treinador do FC Porto, fez este sábado a conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Farense, da 22.ª jornada da Liga, marcado para amanhã, às 18:00, no Estádio Algarve.

Farense: "No futebol, não só em Portugal, já não existem jogos fáceis nem adversários fáceis. O futebol está mais equilibrado, cada vez é mais difícil ganhar. Acredito que, apesar da posição na tabela, são uma equipa que domina a transição, a bola parada, sabem quando pressionar. Acredito que não sejam um rival fácil, muito pelo contrário. Têm jogadores importantes e acredito que a tabela não reflete a realidade do Farense".

Falta de vitórias: "No final de contas, isto é um contexto em que há diferentes situações. Uma equipa técnica que chega a meio da temporada... Há uma eliminatória europeia, há jogos importantes da Liga... Vocês conhecem a situação. O FC Porto está sempre obrigado a ganhar. Se não estás incomodado, não estás no lugar que devias estar. Se queres estar num lugar onde não haja exigência, então não podes estar no FC Porto. O foco está em seguir o plano de jogo. Pensar que é determinante ganhar não chega". 

Dificuldades dos centrais saírem a jogar: "Não concordo. O trabalho é mais profundo do que isso. A Roma a pressionar homem a homem, onde tens de sair dessa pressão de uma forma, não é o mesmo da pressão do Sporting. Já jogámos com bolas longas que não resultaram em nada e com bolas longas que terminaram com o Rodrigo Mora na cara do golo. E é isto, é preciso analisar o jogo. Perceber onde está a vantagem tendo em conta o rival. Umas vezes há que atrair o rival e jogar longo, e noutras é preciso o jogo fluir mais e arranjar superioridade numérica. É preciso encontrar qual a vantagem para cada situação. Sair a jogar, passar a bola, ser pragmático é etiqueta. Eu quero é fazer golos. Nós tentamos fazer isso ao encontrar vantagens. E nem todos os jogos são iguais. Há jogos onde é preciso jogar largo, outros em que não. Se o adversário tem muita gente no meio-campo defensivo, vamos jogar largo? Mas se o rival vem pressionar alto, onde jogo? Jogo longo. Há maiores probabilidades (de sucesso). É preciso entender os momentos do jogo. E depois há o desgaste, as mudanças do treinador... Tem a ver com construir uma equipa inteligente. Essa é a palavra. Uma equipa inteligente e que entenda os momentos do jogo. E é para isso que trabalhamos, dar ferramentas para os jogadores conseguirem definir de forma inteligente".

Samu sem marcar há sete jogos: "Entendo que os avançados se alimentam de golos, todos eles. Todos querem fazer golos. Ainda assim, acredito que estar ansioso está diretamente ligado aos golos. Às vezes é preciso um segundo a mais, outros a menos. Estarmos ansiosos não nos permite pensar no que necessita cada ação. A mim não me preocupa isso. Preocupa-me que a equipa não crie situações de golo. Porque aí sim, seria um problema. Sei que os avançados passam por estes momentos quando não marcam, mas quando o fazem... Há um equilíbrio. O Samu tem de estar tranquilo, saber que está a trabalhar pela equipa, para que a equipa finalize. E isso é o mais importante. Pode dar de peito para o Rodrigo Mora, como apareceu no último jogo. Claro que fazemos trabalho individual com todos os avançados, gostamos de dar ênfase a isso. Em relação ao plantel, acho que uma análise ao plantel se faz no final da época ou durante o mercado. Estamos a descobrir o que cada jogador pode dar em cada posição, onde se sentem mais confortáveis. E acho que três semanas é pouco para isso".

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Ciclo de jogos sem ganhar reflete-se no plantel? "Não conheço um único futebolista ou treinador que não jogue para ganhar. E a quem não doa não ganhar. Não tem a ver com o orgulho de ninguém. Eles são os que mais querem ganhar. Não podemos colocar o foco aí. Isso é a vossa parte, está do vosso lado. Nós não pensamos nisso, pensamos no trabalho. Trabalhar para ganhar. E direi isso até ao último dia. Se não ganhássemos há 15 anos... Falar desse tipo de situações é gastar energia em coisas que não controlamos. Esses cinco jogos já passaram. Agora é o Farense. Nesses jogos sem ganhar, quantos são empates? Três? Se agora houver uma vitória, passamos de quatro sem ganhar, a quatro sem perder... num segundo".

Grujic e Martim Fernandes são as únicas baixas? "Sim, Grujic e Martim são as únicas baixas.

Estreia de Tomás Pérez? "Nem os jogadores sabem o onze. Prefiro não dizer".

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