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Quando parece que não há mais salvação, eis o Boavista em todo o seu esplendor. Em janeiro, quando continuava proibido de contratar, todos davam o clube como condenado à descida de divisão, talvez até mesmo ao seu desaparecimento. Mas a alma boavisteira é inquebrável.
Depois do prazo, um milagre axadrezado permitiu que chegassem ao Estádio do Bessa vários jogadores, alguns com relevo internacional, como Kurzawa, Vaclik ou van Ginkel. Mesmo assim, poucos foram os que acreditaram no Boavista.
Os jogadores vinham fora de forma, a montanha a escalar era grande e o número de jornadas diminuía a cada semana. Depois de somar apenas três pontos em 13 jornadas, era impossível continuar na Liga, certo?

A verdade é que a palavra "desistir" não consta no dicionário dos boavisteiros, e o regresso às vitórias — alcançado a muito custo na receção ao Santa Clara (1-0) — renovou a crença daqueles que começavam a perder a esperança.
No entanto, novo tiro no pé: desta vez, pela saída de Lito Vidigal, o técnico que tinha devolvido a equipa ao caminho das vitórias. Com tanta instabilidade fora das quatro linhas e com as conhecidas dificuldades dentro de campo, era impossível continuar na Liga, certo?
Contra todas as expectativas, e com treinador interino, o Boavista venceu o Rio Ave (0-2) e voltou a acreditar — mesmo que a jornada seguinte devolvesse ao Bessa a desilusão da derrota frente ao Nacional, logo numa ronda em que o Farense derrotara o Estrela da Amadora.

Antes da deslocação a Faro, a pantera continuava no último lugar, a três pontos dos algarvios e a cinco do play-off, preparando-se para conhecer mais um treinador — desta vez, um desconhecido da maioria dos portugueses.
Stuart Baxter, escocês de 71 anos, foi uma escolha exótica por parte da direção do Boavista. Mas o homem que conduziu o AIK ao título sueco com o pior ataque da competição conseguiu operar mais um milagre.
Um lançamento lateral e um remate de primeira de Joel Silva bastaram para fazer acreditar que ainda é possível continuar na Liga Portugal. A quatro jornadas do fim, o Boavista ainda sonha com a manutenção. Quantos diriam que isso era possível no início da competição?

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