Elpis. O último objeto guardado na caixa de pandora que não fugiu quando esta foi aberta, e que acabou por dar nome a uma deusa menos conhecida do panteão grego: Esperança.
Para os helénicos sempre teve uma conotação negativa, acreditavam que o destino estava selado à nascença e não valia a pena acreditar em algo melhor, que não viria a acontecer. Avancemos até ao século XXI, 10 de maio de 2024, e foi um grego que permitiu a milhares de pessoas acreditar em algo melhor.
Minuto 63. O Benfica perdia por 0-1 com o Sporting em casa. Depois de verem o FC Porto festejar o campeonato na Luz, em duas ocasiões, os encarnados preparavam-se para ver o principal rival celebrar um raro bicampeonato na sua casa. Mas eis que a bola chegou a Pavlidis.
Criticado no início da época, amado desde o final de janeiro. O avançado recebeu a bola de Schjelderup na meia esquerda. Controlou, deixou Diomande no chão, Eduardo Quaresma também foi ao relvado, Hjulmand ultrapassado, Morita idem, Gonçalo Inácio atrasado. Cinco jogadores do Sporting fora da jogada antes do passe para Akturkoglu, que empatou a partida e devolveu a esperança.
A festa foi do turco, mas os louros foram para o grego, por uma jogada magistral, quer certamente será lembrado sempre quando se falar nos melhores golos do campeonato português.
O empate permite ao Benfica chegar à última jornada a sonhar com o título. Precisa de um deslize do Sporting, mas pode ter esperança no 39.º campeonato. E, como dirá agora Pavlidis, Elpis é a última a morrer.
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