A data? Sábado, 12 de abril de 2025. O local? Rio Maior. O adversário? Casa Pia. O minuto? Cinco. O protagonista? Nem Lamine Yamal, nem Zidane. Mora. Rodrigo Mora. Apenas 17 anos, quase a atingir a maioridade, o que acontecerá a 5 de maio. A excelência, contudo, já faz parte do seu BI.
O que Rodrigo Mora fez, aos cinco minutos do Casa Pia-FC Porto, está ao alcance de poucos. Recebeu a bola de Francisco Moura e, sem ângulo, na esquina da pequena área, optou por uma "roleta" sobre José Fonte, central, antigo internacional português, antes de rematar e bater Patrick Sequeira, fazendo o golo (madrugador) que valeu os três pontos aos dragões.
"O que me passou pela cabeça com o golo? Não sei, são coisas que acontecem muito rápido no jogo, não pensei muito nisso, foi o que me veio à cabeça. O importante foi a entrega da equipa, controlámos o jogo e podíamos ter dilatado a vantagem durante o jogo na 1.ª parte. Muito orgulhoso pelo trabalho da equipa e pelos três pontos", afirmou Rodrigo Mora, no final da partida, à SportTV.
Rodrigo Mora fala particularmente bem para alguém da sua idade, mas é com os pés que melhor se expressa. Expressa-se na sua plenitude.
Há muito que o jovem atacante era visto como uma das melhores pérolas formadas pelo FC Porto nos últimos anos. Há quem diga mesmo que, apesar de ter apenas 17 anos, demorou demasiado a chegar à equipa principal dos azuis e brancos. Fê-lo apenas esta temporada, onde já leva 27 jogos oficiais, com seis golos e três assistências.
Numa época tão turbulenta para o clube, emerge o talento de um diamante praticamente lapidado. "Rodrigo Mora faz sombra a Lamine Yamal", escrevia o diário As, de Espanha. "O jovem jogador melhorou a sua média com um golo ao estilo de Zidane", acrescentava a mesma publicação espanhola
"Um 10 que esbanja magia em cada gesto técnico, que vê o futebol a uma velocidade diferente e que tem um idílio com o golo que vale muitos milhões", resumia.
E vale. Vale muito. Vale, neste momento, 67,5 milhões de euros, a cláusula de rescisão progressiva do seu contrato, válido até 2027, que André Villas-Boas pretende renovar. Martín Anselmi também garantiu que Rodrigo Mora estará no plantel do FC Porto para a próxima temporada, mas na mesma semana em que a Polaris Sports, empresa que gere os direitos imagem dos agenciados pela Gestifute, de Jorge Mendes, oficializou a ligação com Rodrigo Mora.
A Europa já viu o que todos víamos há vários anos, na formação e nas seleções, e o que ficou perfeitamente visível, aos olhos de todos, na época de estreia na equipa principal do FC Porto: Rodrigo Mora é predestinado. De outra galáxia. E, infelizmente, de outro campeonato que não o português. Só falta saber quando.
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