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Mourinho elogia FC Porto e garante disponibilidade total após virose: "Estamos bem de saúde"

José Mourinho, treinador do Benfica
José Mourinho, treinador do BenficaJOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Leia abaixo as declarações do treinador do Benfica, José Mourinho, na conferência de imprensa de antevisão ao Clássico com o FC Porto, da oitava jornada da Liga Portugal, agendado para domingo, às 21:15, no Estádio do Dragão.

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Estado de saúde do grupo: "Estamos todos bem de saúde, treinámos todos hoje, está tudo bem (tosse). Não há ninguém impedido de viajar e de jogar. Esperemos que, de hoje para amanhã, seja só para melhorar e ninguém fique para trás. Vamos todos".

Chelsea: "Fizemos um bom jogo, não fizemos golos, mas podíamos ter feito. Controlámos o jogo nas suas fases diferentes, não sentimos dificuldades defensivas e tivemos capacidade para criar oportunidades, mas não fizemos golos. Quem não faz, empata. Quem não faz e sofre, perde. Não há dois jogos iguais, mas se tivermos o mesmo tipo de controlo, não sofrendo e marcando, seria a situação ideal".

Conferência do FC Porto: "Marcou depois da nossa? É uma prática comum. Às vezes sem intenção, às vezes porque prefere reagir ao que aconteceu na conferência do treinador adversário. Já o fiz também e se o Francesco estiver a ver a minha conferência em direto, mando-lhe um abraço porque tenho uma ótima relação com ele".

Balneário e eleições: "Não existe estratégia para blindar o balneário. Existe o bom senso, que é olhar para um momento importante na história do clube com respeito, mas pensar na nossa missão. É tentar não pensar muito, não dialogar, não perder tempo com qualquer coisa que não podemos dominar. Eventualmente, neste grupo gigante de pessoas, há gente que é sócio e terá a possibilidade de exercer o seu direito nas eleições, mas isto e só isto. Não se pode controlar e temos de nos focar no nosso trabalho, não há uma estratégia para blindar o trabalho".

O histórico de confrontos recentes
O histórico de confrontos recentesFlashscore

Pedido de adiamento: "Não. Aquilo começou em Londres. Houve um jogador, que eu acho que é o grande culpado, não digo o nome mas brinco com ele. Depois saí eu em 2.º lugar, depois mais alguns. Foi preocupante há uns dias, ontem foi difícil, mas hoje toda a gente treinou. Ninguém do staff esteve com máscara, ainda equacionámos viajar para o Norte separados, mas está tudo em condições e a tendência é que amanhã estamos melhores do que hoje, mas não pensámos em pedir o adiamento do jogo".

Possíveis alterações: "Nada do que aconteceu teve implicação a esse nível. Pensámos se, se, se, mas não passou de ses. O dia de hoje era muito importante para saber como é que os jogadores se sentiam. Eu próprio quis sentir como estava hoje. Não me comparo aos jogadores, que são mais jovens, mas hoje senti-me normal, os jogadores estão bem. Desde que não haja marca atrás, toda a gente está bem e eu posso tomar as minhas decisões. Nada relacionado com mais tosse, menos tosse, mais vómito, menos vómito".

Contextos diferentes: "Esqueça a virose. Para mim, a virose não entra em equação e amanhã, depois do jogo, não quero sequer falar de virose nenhuma, a não ser que, de hoje até amanhã, perca dois ou três jogadores fundamentais. O treino decorreu com normalidade, nenhum jogador estava com sintomas. Estamos em momentos diferentes. O FC Porto tem muito trabalho por trás. Tiveram pré-época, não jogaram play-offs, qualificaram-se diretamente para as competições europeias, tiveram semanas, horas de trabalho e quem analisa a equipa como eu e os meus analisámos sabe que há muito trabalho ali. A equipa está bem, tem uma estrutura e dinâmicas bem adquiridas. Pode dizer-se que marcaram no último minuto e tiveram uma pontinha de sorte ali e acolá, mas tudo é consequência de muito trabalho por trás. Trabalho que nós não temos. Hoje foi dos poucos treinos em que tive a equipa toda, mas com o handicap de amanhã haver jogo. Não há trabalho da nossa parte. O trabalho é com base de análise e, feedback a feedback, ajudar a equipa a crescer. O FC Porto tem uma excelente equipa, ideias do treinador, e nós ainda não. Se algum perguntar se o FC Porto é favorito por isto, eu antecipo-me já e digo que não".

Froholdt: "É muito bom jogador. Não vou dizer que conhecia muito bem, mas já me tinha passado pelos olhos e pelo computador. Tem uma capacidade física fantástica, trabalha muito, tem chegada à área, é um jogador perigoso e é uma aquisição feliz do FC Porto. Está bem integrado na dinâmica que o treinador imprime na equipa. O FC Porto tem uma estrutura muito boa, jogadores muito bons e temos de ter preocupações com todos".

Derrota e eleições: "Podemos sair a um ponto. E se saírmos a um? Também pode acontecer".

Schjelderup: "A situação é simples e acho que basta olhar para a coisa com um bocadinho de ética que estaremos todos de acordo. A maioria dos selecionadores ficará contente com o modo como olho para a situação jogador de clube e de seleção. Quando os jogadores do Benfica forem para as seleções, eu não farei um único comentário. O selecionador é soberano, que corra tudo bem, que Deus os ajude a não voltarem lesionados. Agradecia que, da outra parte, quando os jogadores do Benfica estiverem no Benfica, que eles não interfiram e estejam sentadinhos no seu local de trabalho. Não consigo compreender como é que um selecionador se atrave a fazer um comentário sobre um jogador que é de um clube. A situação é muito simples e estou convencido que a maioria dos selecionadores ficará contente. Estou à disposição de qualquer selecionador que me queira contactar, mas agradecia que houvesse este respeito quando o jogador é do clube".

O que tem faltado: "Trabalho, tempo para trabalhar".

A forma do Benfica
A forma do BenficaFlashscore

Chelsea superior ao FC Porto: "Quando se perde, tens de tentar agarrar-te a qualquer coisa de positivo e de motivador, que possa fazer com que gente que está sentada a olhar para o chão possa olhar para os teus olhos e receber qualquer coisa de positivo. Não foi uma frase com conatação negativa à equipa do FC Porto, acabei de elogiar, posso elogiar ainda mais e dizer que gosto muito da equipa do FC Porto. Não vejo drama. Uma coisa é o campeão do Mundo, que joga para ganhar a Premier e joga na Liga dos Campeões. Outra é um clube que joga para ganhar a Liga Portugal, fez um fantástico investimento no futebol português, mas outra coisa é um clube que gastou mil milhões nos últimos anos. Foi um modo de relativizar a tristeza de uma derrota, dizendo 'o Chelsea é melhor do que o FC Porto e, se podemos jogar assim em Stamford Bridge, porque não podemos jogar assim no Estádio do FC Porto?'".

Palavras de candidato às eleições do Benfica: "Não comento declarações do presidente do Benfica ou candidatos à presidência. Não me parece correto. Sou treinador e é a única coisa que quero ser".

Destaques no FC Porto: "Tem boas individualidades, mas são uma equipa forte, com um treinador com ideias claras, que deve ter aproveitado cada minuto de pré-época para trabalhar. A equipa está muito bem trabalhada, gosto muito da equipa deles".

Trabalho tático: "Ao nível tático, daquilo que é trabalho de campo, tivemos um dia que nos permitiu trabalhar em intensidade baixa, mas permitiu trabalhar bem as ideias do ponto de vista defensivo e ofensivo. Ao nível emocional, é importante, obviamente, que tanta gente nova perceba bem o contexto. E acho que, para um treinador que já esteve do lado de lá e agora está do lado de cá é mais fácil antecipar cenários a nível emocional e ajudar os jogadores que jogam pela primeira vez um Clássico em Portugal. É importante que tenham noção do que significa, não só a nível desportivo, mas social".

Treinador caro e resultados: "Você e alguns do seu colega estão doidos por saber quanto ganho. Quanto é que você ganha? Não me vai dizer? Então não fale do meu. Está a dizer que sou muito caro. O Ríos tem os milhões que pagaram. Vocês são um bocado obcecados com números. Parece uma curiosidade brutal em saber quanto ganha o vizinho do lado. Se calhar começamos a ganhar amanhã. O futebol é assim mesmo. Às vezes, os resultados são descontextualizados. Posso garantir que estamos a trabalhar muito, não estou preocupado comigo, estou a pensar nos jogadores, que merecem alegria, não merecem o carimbo que se lhes põe 'eles ganham bem, perdem e não se passa nada'. A vida não é boa. O jogador, quando perde, sente responsabilidades dessa derrota. Se é duro para adeptos, imagine para nós enquanto profissionais. Falou do meu currículo. Mais importante do que isso são os meus anos de experiência a ganhar ou a perder. Os jogadores merecem alegria e não estão a conseguir. Entrei num momento difícil para eles, sentimos isso quando jogámos em casa com o Rio Ave. Mesmo ganhando ao Gil Vicente continuámos a sentir. O momento não é fácil. Estou a pensar nos jogadores, nos adeptos que amam o clube, não penso em mim próprio. Considero-me um grande treinador, desculpe a falta de modéstia. Considero que tenho um staff bem preparado e estamos a trabalhar muito. É futebol e tem razão. Quando começaremos a ver verdadeiros resultados? Se calhar, amanhã. Contra o Chelsea, o resultado podia ter sido diferente".

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