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Noronha Lopes: "Benfiquistas podem confiar no futuro e nas pessoas que estão comigo”

Noronha Lopes é um dos candidatos à presidência do Benfica
Noronha Lopes é um dos candidatos à presidência do BenficaJOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

O gestor João Noronha Lopes garante que os “sócios do Benfica podem confiar no futuro” e nas pessoas que integram a sua equipa, num retrato eleitoral em que considera existir uma grande vontade de mudança para o clube.

“É isso que garanto aos benfiquistas. Uma mudança, mas é uma mudança que é feita não com pessoas que chegaram aqui de paraquedas, mas com pessoas que têm passado de benfiquista, têm o seu passado na gestão e é uma mudança que é feita com tranquilidade e sem sobressaltos. Nós vamos chegar ao Benfica, vamos mudar aquilo que não estiver bem, vamos manter aquilo que estiver bem, mas a mudança vai ser feita de uma forma tranquila e com confiança. Os benfiquistas podem confiar no futuro e podem confiar que todas as pessoas que estão comigo são pessoas que sabem exatamente aquilo que vão fazer no dia 26 de outubro”, disse Noronha Lopes em entrevista à Lusa.

O empresário é um dos seis candidatos à presidência do Benfica, com as eleições marcadas para 25 de outubro e nas quais concorre frente ao atual presidente Rui Costa, ao ex-presidente Luís Filipe Vieira, a João Diogo Manteigas, Martim Mayer e Cristóvão Carvalho.

Noronha Lopes, que foi candidato em 2020, então derrotado por Luís Filipe Vieira, insiste que é tempo de mudança na Luz e que é esse o espírito que existe nesta corrida eleitoral, com um recorde de seis candidaturas.

“Aqui há claramente duas visões diferentes daquilo que é o Benfica. Os meus adversários são Luís Filipe Vieira e Rui Costa, que são os candidatos do passado. Luís Filipe Vieira passa o tempo a justificar-se daquilo que fez ou do que não fez quando estava no Benfica. Rui Costa passa o tempo a desculpar-se daquilo que não fez. E eu faço propostas para o futuro e, portanto, os benfiquistas não querem continuar a falar do passado”, garantiu.

Noronha Lopes elencou ainda alguns nomes que o acompanham ou apoiam, casos do ex-dirigente e ministro António Bagão Félix, candidato ao Conselho Fiscal, do mandatário Luís Tadeu, de Carlos Perdigão, historiador do clube, de Gonçalo Almeida Ribeiro (ex-vice-presidente do Tribunal Constitucional) ou José Theotónio, candidato a vice para a área financeira.

“Nós estamos a trabalhar há mais de um ano neste projeto. Todas as pessoas sabem exatamente aquilo que eu quero, todas as pessoas sabem exatamente aquilo que tenho que fazer e todos estamos alinhados naquilo que vamos fazer para o Benfica”, defendeu.

Noronha Lopes não se coibiu também de comentar o facto de ter divulgado as suas declarações de rendimentos nos últimos anos (com receitas na ordem dos 23 milhões de euros), depois de considerar que existiu uma tentativa de o descredibilizar junto dos adeptos.

“(Foi um ataque pessoal?) Acho, infelizmente, acho que sim. E não é isso que os sócios do Benfica querem. O primeiro a fazer ataques pessoais foi o Rui Costa, quando chegou a acusar-me, a mim e aos meus apoiantes. Portanto, ele está a dizer que milhares de benfiquistas festejam as derrotas. Como é que isto é possível? Portanto, foi ele que começou. Eu não lhe respondo na mesma moeda. As críticas que eu faço ao Rui Costa são críticas relativamente àquilo que ele não fez enquanto presidente do Benfica”, defendeu.

Noronha Lopes apontou baterias ao atual presidente, naquilo que entende ser uma falta de ambição e sustentado nas palavras de Rui Costa a um podcast.

“Ele faz o balanço da época em que diz qualquer coisa como isto: ‘Todos os benfiquistas sentem o mesmo, se é para perder é para perder assim’. Sou benfiquista e não sinto nada disto. E, portanto, falta ao Rui Costa presidente uma cultura de exigência consigo próprio, que se não a tiver também não exige dos outros. E o Rui Costa é o presidente do quase. Quase que fomos campeões. Quase que ganhámos a Taça de Portugal. Quase que temos contas boas. Quase que conseguimos defender o Benfica. Quase que temos uma rádio do Benfica. E o Benfica não precisa de um presidente do quase”, argumentou Noronha Lopes à Lusa.

Em relação ao ato eleitoral e quando questionado se espera o apoio de outros candidatos caso vá a uma segunda volta, o candidato pela Lista F apelou apenas para que seja expressa a vontade de mudança daqueles que a desejarem.

“Os sócios do Benfica já deram muitas vezes grandes provas de maturidade democrática e, portanto, espero é que os sócios votem livremente. Se querem continuar com o mesmo, votem nos candidatos do passado (…). Se acham que o Benfica tem que mudar, tem que ser mais vitorioso, tem que ter mais rigor financeiro, tem que ter mais coragem a defender os seus interesses perante a Liga, perante a Federação e perante os nossos adversários e ter coragem a dar a cara - não apenas quando já está tudo perdido, mas quando ainda há qualquer coisa a ganhar -, se acham que o Benfica tem que ser um clube mais internacional, se acham que o presidente deve ir às casas não apenas em alturas de campanha eleitoral, mas durante o seu mandato, então votem no João Noronha Lopes”, assinalou.

Além de João Noronha Lopes, concorrem à liderança do Benfica o atual presidente, Rui Costa, o anterior, Luís Filipe Vieira, bem como João Diogo Manteigas, Cristóvão Carvalho e Martim Mayer.

Caso nenhum dos candidatos receba a maioria dos votos (50%) em 25 de outubro, será realizada uma segunda volta entre os dois mais votados, em 08 de novembro.