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Noronha Lopes sobre a centralização dos direitos desportivos: "Benfica não pode ir a reboque"

Noronha Lopes é candidato à presidência do Benfica
Noronha Lopes é candidato à presidência do BenficaJOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

João Noronha Lopes vincou a importância de uma aposta na vertente desportiva, assente no sucesso na Liga, justificando que o Benfica depende em 30 a 40% das receitas de uma entrada na Liga dos Campeões.

“Olhámos muito para outros clubes na Europa que têm mais ou menos o mesmo nível de receitas. Para ser claro, fazer crescer receitas, eu sei. Foi isso que fiz toda a vida. Cortar custos, também sei. Agora, no momento atual, todas essas movimentações de nível de corte de custos, de aumento das receitas, não valem de nada ou valem muito pouco, se o Benfica não tiver sucesso desportivo. O Benfica tem que ser apurado para a Champions e tem que ter as receitas da Champions, que valem 30% a 40% das nossas receitas”, explicou o candidato à presidência do Benfica, em entrevista à Lusa.

O gestor João Noronha Lopes integra uma das seis listas candidatas à direção do clube lisboeta, marcadas para 25 de outubro, para o qual apresentou também candidaturas aos órgãos do Conselho Fiscal, Mesa da Assembleia Geral e Comissão de Remunerações.

“É muito importante o Benfica fazer crescer as suas receitas. Nós temos uma ideia muito clara. Não é que vamos cortar nos custos, mas tudo passa pelo sucesso desportivo. E, por isso, eu volto ao princípio. Aposta num projeto desportivo que faça com que o Benfica esteja na Champions e participe na Champions. Temos que ser campeões no campeonato português”, reiterou.

O candidato pela Lista F admite ter sido sensato da parte do atual presidente, Rui Costa, deixar a negociação dos direitos televisivos e da centralização para a próxima direção, um dossiê em que considera crucial o Benfica, e pelo estatuto que tem, ter papel fundamental.

“É um dossiê que eu vou assumir pessoalmente porque é fundamental para o futuro do Benfica. E o Benfica não quer mais do que aquilo a que tem direito. Quer apenas aquilo que reflita o facto de o Benfica ser quem gera mais audiências, quem enche os estádios, quem mais contribui para a economia local. E, portanto, isto vai ser um dossiê que eu vou assumir pessoalmente e vou garantir que o Benfica não vai ser prejudicado. E se tiver que ir em contracorrente, contra os outros, irá”, disse.

Nesta matéria, o candidato apontou também críticas à atual direção encarnada, nomeadamente a Rui Costa.

“O Benfica não pode ir a reboque (na centralização dos direitos televisivos). Aquilo que aconteceu foi que o Benfica, durante quatro anos, validou um projeto de Pedro Proença que não andou. E, portanto, esteve fora do processo. Quando avança o processo, o Benfica salta fora, depois da vergonha que se passou na (final da) Taça de Portugal. O que nós temos aqui é um Benfica que está ausente das principais decisões do futebol português”, criticou.

Além de João Noronha Lopes, concorrem à liderança do Benfica o atual presidente, Rui Costa, o anterior, Luís Filipe Vieira, bem como João Diogo Manteigas, Martim Mayer e Cristóvão Carvalho.

Caso nenhum dos candidatos receba a maioria dos votos (50%) em 25 de outubro, será realizada uma segunda volta entre os dois mais votados, em 08 de novembro.