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Após duas temporadas dominadas por Viktor Gyokeres, a Liga Portugal procura um sucessor ao sueco no que toca ao melhor marcador da Liga Portugal. Nesta fase da época, Pavlidis e Suárez apresentam-se como os principais candidatos a ficar com a Bota de Ouro, com 10 e 9 golos, respetivamente, mas os adeptos de Benfica e Sporting querem mais.
É certo que terminar a época como melhor marcador do campeonato é relevante para qualquer avançado e motivo de conversa para os fãs de cada equipa, mas, para ficar na história dos clubes, também é preciso marcar no dérbi.
Neste duelo entre os dois goleadores máximos dos dois conjuntos no campeonato, o Flashscore analisa as principais semelhanças e diferenças entre Pavlidis e Suárez.

Nova época acabou com o enguiço de Pavlidis
Depois de uma fase de alguma desconfiança na época passada, já não restam dúvidas quanto às qualidades de Pavlidis, líder do ataque encarnado e melhor marcador da Liga atualmente. O dérbi com o Sporting pode reforçar a importância do avançado junto de José Mourinho, numa altura em que falta menos de um mês para a reabertura da janela de transferências.
Na época passada, Pavlidis defrontou quatro vezes os leões, mas não marcou em nenhum dos dérbis. Esta temporada, porém, a situação mudou. O internacional helénico decidiu a Supertaça, ainda com Bruno Lage, e marcou o seu primeiro golo diante do velho rival, dando ainda um troféu às águias.

Pavlidis deu seguimento a esse momento e tem marcado com frequência, mostrando-se imune ao momento menos fulgurante do coletivo orientado pelo Special One. E é aqui que começam, desde já, as diferenças para Suárez.
O avançado grego não é dos que mais remata na Liga, ao contrário do internacional colombiano, que lidera essa estatística, mas tem mostrado níveis de eficácia assinaláveis, marcando quase um golo por jogo e finalizando metade dos 20 remates que acertaram na baliza contrária - números superiores aos de Suárez.
Outro estatuto depois da estreia
Contratado ao Almería para tentar fazer esquecer Viktor Gyokeres, Luis Suárez chegou a Portugal com uma missão ingrata, mas não tardou a mostrar que, ao seu estilo, bem diferente do agora jogador do Arsenal, pode ser o homem certo para liderar o ataque da equipa de Rui Borges.
A chegada do cafetero trouxe a palavra “associativo” para o último terço em Alvalade e foi determinante para a melhoria exibicional dos leões, apesar da derrota na estreia, precisamente diante do Benfica, poucos dias depois de aterrar em Lisboa.

Agora, Suárez vai defrontar o Benfica com um estatuto diferente. O colombiano será titular no Estádio da Luz, até porque Ioannidis está lesionado, e o próprio reconhece estar no melhor momento desde que chegou ao Sporting.
Principal perseguidor de Pavlidis na luta pelo prémio de melhor marcador da Liga, chega ao dérbi com uma sequência de quatro golos em três partidas, mas procura ainda o primeiro tento num dérbi ou Clássico para se afirmar como uma figura goleadora do futebol português.
Detalhes que podem decidir o dérbi
Apesar de liderarem os ataques das respetivas equipas, Pavlidis e Suárez são avançados com pontos distintos um do outro.
Segundo os gráficos da Opta, o avançado grego tem demonstrado maior eficácia, precisando de menos remates para marcar mais golos, mas cria menos ocasiões para a equipa de José Mourinho do que Suárez consegue criar para Rui Borges.
O contributo defensivo dos avançados também é distinto: Pavlidis pressiona mais e recupera mais bolas, enquanto Suárez se destaca na criação, gerando quase o dobro das ocasiões de golo em comparação com o avançado do Benfica.

Se a análise individual dos dois avançados não deve passar ao lado da análise coletiva, importa destacar os diferentes papéis dos jogadores nas manobras ofensivas das respetivas equipas.
No gráfico abaixo, é possível perceber que ambos procuram contribuir para lá dos golos.
Suárez toca na bola em mais zonas, recua mais vezes para o meio-campo ofensivo e envolve-se mais no jogo coletivo, descaindo mais para o lado esquerdo, enquanto Pavlidis oferece sobretudo uma presença forte e constante no corredor central do último terço, funcionando como referência para acelerar a chegada da equipa à área.

No fundo, ambos contam duas histórias diferentes sobre o que é ser goleador. O grego marca porque aparece no sítio certo, no tempo certo, e raramente desperdiça, como é possível ver no gráfico abaixo. Já o colombiano chega de outra forma ao produto final: insiste e cria até que o golo aconteça.

Tal como Benfica e Sporting, há diferenças claras entre Pavlidis e Suárez, mas também elos de ligação que fazem dos dois goleadores os nomes a ter em conta em mais um capítulo do Dérbi Eterno. E se um deles decidir o jogo de sexta-feira, ficará certamente um passo mais perto dessa eternidade.
