Reveja aqui as principais incidências da partida
O tema era incontornável. A visita do FC Porto ao Estádio do Algarve para defrontar o Farense, na 22.ª jornada da Liga, quase que passou para segundo plano quando no sábado de noite se soube da morte de Jorge Nuno Pinto da Costa, que durante 42 anos dirigiu os destinos do emblema da Invicta, com um sucesso ímpar.
No meio de toda a comoção – e era visível o semblante com emoção de Diogo Costa durante o minuto de silêncio – havia um jogo para jogar, particularmente importante para o FC Porto. A meio da eliminatória com a Roma, os azuis e brancos tinham oportunidade de encurtar a distância para o líder Sporting e voltar a sonhar.

Com nomes de peso no banco – Alan Varela, João Mário, Eustaquio e Samu – e algumas novidades táticas – André Franco atuou como médio mais defensivo – o FC Porto cedo se assomou do controlo da partida, mas sem grande consequência. Zé Pedro e Otávio tentavam criar desequilíbrios como laterais, mas pouco acrescentavam, Fábio Vieira estava preso na teia do meio-campo algarvio (teve uma boa jogada cortada por Miguel Menino) e Deniz Gül sentia dificuldades normais de alguém que ainda não está completamente adaptado a este nível.
O resultado? Uma primeira parte sem remates enquadrados, uma primeira parte sem golos para o FC Porto pelo nono jogo consecutivo. Faltava uma faísca em termos ofensivos.

Era preciso algo de diferente, improvável. Um lateral-esquerdo com pendor ofensivo, mas pouco conhecido pelos golos, Francisco Moura havia estreado a marcar-se com a camisola azul e branca diante da Roma, na Liga Europa. Tomou-lhe o gosto, já que foi ele a cabecear o livre de Fábio Vieira para o 0-1 no Estádio do Algarve, num lance em que ficam dúvidas sobre uma eventual falta sobre Pastor.
Em vantagem, o FC Porto tentou aproveitar a boa onda, Samu, Eustaquio, Alan Varela e João Mário foram para jogo, mas a imaginação ofensiva pareceu faltar sempre. Salvou-se o fogacho de Fábio Vieira que acertou no poste e depois viu Rodrigo Mora falhar a recarga de baliza aberta. De resto, pouco mais existiu ofensivamente e a equipa acabou por sofrer as consequências disso.
Rui Costa ficou a centímetros do golo quando escapou a Nehuén Pérez e Falcão obrigou Diogo Costa uma defesa monumental. O Farense tentou, mas tal como das outras 11 vezes que se viu a perder, não conseguiu levar pontos.
O apito final de Tiago Martins confirmou a homenagem possível da equipa a Pinto da Costa, com a primeira vitória doméstica de 2025. E o bónus de reduzir para seis a distância em relação ao líder Sporting. Ajudou a digerir o dissabor dos instantes finais, em que Vasco Sousa saiu de maca após uma entrada imprudente de Zé Carlos (que foi expulso), e que não augura nada de bom para o internacional sub-21 português.
Homem do jogo Flashscore: Francisco Moura (FC Porto).
