Reveja aqui as principais incidências da partida
Chicotada psicológica. Uma das palavras mais ouvidas nesta época em Portugal, onde as trocas de treinadores foram abundantes, denotando, em alguns casos, uma falta de paciência surpreendente por parte de quem manda clubes.
César Peixoto já esteve dos dois lados nesta temporada. A realizar uma época tranquila com o Moreirense, foi dispensado, para regressar a Barcelos e substituir Bruno Pinheiro que vinha numa sequência de quatro derrotas consecutivas. O chicote estalou, o primeiro efeito foi parcialmente conseguido – com um empate na Amadora – mas o regresso a casa era uma prova de fogo, diante de um Santa Clara agarrado ao quinto lugar comandado por Vasco Matos, um dos quatro treinadores que se mantém na mesma equipa com que começou a época.
Talvez por aí se explique o sucesso da equipa açoriana. Longe de serem exuberantes, arrisco mesmo dizer atrativos no estilo de jogo, os insulares sabem muito bem o que têm de fazer e como chegarem à baliza contrária, de preferência com poucos toques. Vinícius Lopes (13’) ensaiou numa jogada com três toques que foi anulada por fora de jogo, e foi João Costa (27’) que festejou. Lançado nas costas da defesa, encarou Josué e marcou pela segunda vez esta época.
O jogo ficou de feição para o Santa Clara, com uma organização defensiva e homens rápidos na frente, preparados para provocar o caos assim lhes fosse dado espaço. A ajudar, um Gil Vicente praticamente inofensivo, com Félix Correia desligado e Fujimoto desaparecido, encostado na direita.
A segunda parte trouxe um Gil Vicente diferente. Não melhor, mas com mais vontade. Visaram a baliza de Gabriel Batista em 10 ocasiões, mas o guarda-redes brasileiro só teve de se aplicar em duas ocasiões. Do outro lado, o Santa Clara parecia que ia marcar com o terceiro remate do jogo, mas Gabriel Silva estava novamente em posição irregular e o golo foi anulado.
Da tarde soalheira de Barcelos fica a ideia de um Gil Vicente que nunca pareceu estar perto do empate, onde a chicotada não conseguiu afastar o perigo. Com 23 pontos, a equipa de César Peixoto pode ser ultrapassada por AVS e Estrela da Amadora no decorrer da jornada e ficar no lugar de play-off de despromoção, a boia de salvação que não impediu o afogamento das equipas da Liga nas últimas edições. Já o Santa Clara está firme no quinto lugar, com 43 pontos, e um fosso de cinco para o Vitória SC.
Homem do jogo Flashscore: João Costa (Santa Clara)