Confirmadas as 18 equipas que vão disputar a próxima temporada da Liga, é altura de puxar a cassete atrás e perceber quem se destacou em 2024/25. A construção de um onze da temporada é algo subjetivo e que vai levantar sempre discussão. Já diz o povo que cada cabeça, sua sentença e sem dúvida que cada leitor acrescentaria aqui um nome diferente.
Nesse sentido, e para tornar esta escolha o mais objetiva possível, o Flashscore utilizou o sistema de notas automáticas atribuída em todos os jogos da competição (pode ler mais sobre isso aqui), com o único filtro a ser um mínimo de 1530 minutos, ou seja, pelo menos metade das 34 jornadas disputadas.
É por esse motivo que nomes como Pedro Gonçalves (874 minutos), Eduardo Quaresma (1393) ou até mesmo Rodrigo Mora (1356) não figuram nesta escolha, uma vez que não cumprem os critérios.
Justificações feitas, passemos então ao melhor onze da época 2024/25.
Guarda-redes:
Lukas Hornícek (SC Braga) – 6.9
Quando, em janeiro, o SC Braga deixou sair o titularíssimo Matheus Magalhães para o Ajax, por empréstimo, e entregou a baliza a Lukas Hornícek, parecia um risco. O que é certo é que foi um risco calculado por parte dos responsáveis arsenalistas.
O checo de 22 anos agarrou a oportunidade, em 17 jogos sofreu 11 golos (menos oito que Matheus, no mesmo número de jornadas), teve a melhor percentagem de defesas do campeonato (82,8%) e manteve a baliza inviolada em oito ocasiões. Deixou de ser um nome para o futuro e passou a ser o presente.
Defesas:
Tomás Araújo (Benfica) - 7.2
Foi, talvez, a grande afirmação do Benfica na temporada. A cumprir a segunda época no plantel principal, tornou-se indispensável para Bruno Lage, quer como central, quer como lateral-direito, e acabou por se tornar internacional português.
Terminou a época com vários problemas físicos, mas mostrou ser um valor seguro na defesa encarnada e com uma versatilidade que lhe será muito útil ao longo da carreira.
Otamendi (Benfica) - 7.6
Com 37 anos fez a melhor época da carreira em termos de números. Só na Liga Portugal foram seis golos e duas assistências em 31 jogos, valores assinaláveis para um defesa-central.
Com António Silva ou Tomás Araújo ao lado, acabou por ser a grande constante da defesa do Benfica. Conseguiu reduzir os erros que apresentou no passado por alguma impetuosidade e ajudou à solidez defensiva encarnada.
Gonçalo Inácio (Sporting) - 7.6
Mais um defesa a fazer uma grande época a nível estatístico. Com três assistências e três golos na Liga Portugal, destacou-se no lado ofensivo, onde também foi o defesa com mais passes progressivos realizados (184), à frente de médios como Tomás Händel, João Carvalho ou Fábio Vieira.
Já parte do lote de capitães do Sporting, foi peça-importante no bicampeonato leonino, muito apoiado na melhor defesa do campeonato (27 golos sofridos).
Álvaro Carreras (Benfica) - 7.2
O lateral-esquerdo de 22 anos fez a época de afirmação como sénior. Aposta regular de Bruno Lage, marcou três golos e fez uma assistência na Liga, mostrando versatilidade para jogar numa linha de quatro ou atuar como central improvisado pela esquerda, numa linha de três.
É um jogador em afirmação e não é por acaso que o Real Madrid está em cima do internacional sub-21 espanhol.
Médios
Di María (Benfica) - 7.3
As lágrimas no relvado do Estádio Nacional marcam uma última imagem pouco condizente com aquilo que foi a derradeira temporada de Ángel Di María no futebol português. Já confirmado no Rosario Central, o argentino marcou oito golos e fez cinco assistências em 25 partidas pelo Benfica na Liga Portugal.
Decisivo com o bis ao Nacional ou no clássico do FC Porto, teve momentos importantes numa temporada em que foi perdendo espaço nas escolhas de Bruno Lage. Ainda assim, foi um adeus condigno do Fideo.
Kokçu (Benfica) - 7.3
Na segunda temporada no Benfica, Orkun Kokçu voltou a ter importância no conjunto encarnado. Médio mais criativo do meio-campo, foi quase sempre o condutor do ataque das águias, e isso reflete-se nos números.
Terminou com sete golos e assistências, participou de forma direta em 14 golos, ficando no pódio dos encarnados nesta métrica.
Tiago Silva (Vitória SC) - 7.3
Numa época onde existiram tantas mudanças no Vitória SC, com a saída de vários ativos importantes na reabertura do mercado de transferências de janeiro, Tiago Silva foi a referência de estabilidade.
Aos 32 anos, o médio português foi, sem dúvida, um dos melhores da Liga Portugal. Confirmam as notas e os números. Participou de forma direta em nove golos (quatro assistências e cinco golos), um máximo no conjunto de Guimarães.
Roger Fernandes (SC Braga) - 7.3
Tem apenas 19 anos, mas já mostrou que o seu lugar é entre os adultos. Roger Fernandes foi um ponto positivo constante numa época com altos e baixos do SC Braga. Já vai na quarta época no plantel principal e terminou com três golos e três assistências.
Maior pérola do plantel arsenalista, é alguém a quem o futuro promete muitas coisas boas.
Avançados:
Francisco Trincão - (7.5)
Numa época tão atribulada para o Sporting em termos de lesões, Francisco Trincão foi o grande sobrevivente. Participou nas 34 jornadas e teve um rendimento assinalável.
Com 14 assistências, foi o jogador que mais golos distribuiu no campeonato, juntando ainda nove tentos. Só Gyökeres e Pavlidis participaram em mais golos de forma direta.
Melhor jogador da época para o Flashscore: Viktor Gyökeres (Sporting) - 7.9
29 golos e nove assistências em 33 jogos já era um registo impressionante, mas o que dizer de 39 golos e oito assistências no mesmo número de partidas? Quando parecia impossível, Gyökeres conseguiu elevar o nível e tornou-se ainda mais decisivo no Sporting.
Prova disso é o facto de ter lutado até à última pela Bota de Ouro com nomes como Kylian Mbappé e Mohamed Salah, isto apesar de os golos em Portugal valerem menos (1,5 pontos) do que em Espanha e Inglaterra (2 pontos) e os adversários contarem com mais quatro jornadas. Sozinho, marcou tantos golos como o Casa Pia e Rio Ave e mais do que Santa Clara, Arouca, Gil Vicente, Nacional, AFS, Farense, Estrela da Amadora e Boavista.
As qualidades são sobejamente conhecidas, mas pará-lo é uma tarefa quase impossível. Voltou a ser a principal figura do Sporting campeão nacional e com a despedida do futebol português a aproximar-se, vai com o sentimento de missão cumprida e um lugar no panteão dos grandes nomes que marcaram a Liga Portugal.