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Perfil de Francesco Farioli: Do quinto lugar com o Nice ao título perdido com o Ajax

Francesco Farioli, novo treinador do FC Porto
Francesco Farioli, novo treinador do FC PortoFC Porto
Francesco Farioli foi este domingo anunciado como novo treinador da equipa de futebol do FC Porto, no terceiro grande desafio da jovem carreira, depois de um quinto lugar com o Nice e de uma enorme desilusão no Ajax.

O jovem italiano, de 36 anos, foi o escolhido para substituir o argentino Martín Anselmi, que esteve pouco mais de meio ano à frente dos dragões, embora sejam treinadores com perfis semelhantes, sem passado como futebolistas e com enorme admiração por Marcelo Bielsa.

Três anos mais novo do que Anselmi, Farioli também não tem um grande passado como futebolista e tem formação universitária, depois de se ter licenciado em filosofia e ciência desportiva na Universidade de Florença.

Nascido em Barga, na Toscana, e apaixonado por futebol, Farioli começou a carreira de treinador com 20 anos, como treinador de guarda-redes no Margine Coperta, cargo que depois ocupou na Fortis Juventus e no Lucchese, sempre nas categorias inferiores do futebol transalpino.

A primeira aventura no estrangeiro aconteceu em 2015/16, como treinador de guarda-redes da seleção de sub-17 do Catar e da Academia Aspire Qatar. Terá sido aí que se cruzou com Roberto de Zerbi, que o levou para o Benevento em 2017/18.

Farioli acompanhou o compatriota durante três temporadas, uma no Benevento e duas no Sassuolo, antes de sair definitivamente, até agora, do seu país natal, e pela primeira vez sem ser como treinador de guarda-redes.

O Alanyaspor, da Liga turca, foi o destino de Farioli em 2020/21, então como adjunto do turco Cagdas Atan, mas a ambição de outros voos fez com que aceitasse o convite para se estrear como técnico principal no Karagumruk, nas últimas jornadas dessa mesma temporada.

O início da carreira de treinador foi difícil, com apenas uma vitória em sete encontros, mas acabou a época com nota positiva, graças a três triunfos nas três derradeiras jornadas.

O arranque da primeira temporada completa como treinador principal foi ainda no Karagumruk, antes de regressar ao Alanyaspor no decorrer da temporada, mas já para assumir a rédea da equipa, terminando o campeonato no quinto posto e chegando às meias-finais da Taça.

A segunda temporada no Alanyaspor, a primeira completa, foi mais complicada para Farioli, que acabou despedido ao fim de 25 encontros, nos quais venceu apenas oito, mas o momento menos positivo não assustou o Nice, que, depois de ter ficado longe da qualificação europeia na época anterior, decidiu apostar no italiano para 2023/24.

Com 17 triunfos em 28 encontros, com um arranque de sonho, em que apenas perdeu à 14.ª jornada, com um triunfo em casa do Paris Saint-Germain nesse percurso, o Nice assegurou o regresso às competições europeias, com o quinto lugar, além de ter alcançado os quartos de final da Taça.

Após uma das piores temporadas dos anos mais recentes, em que terminou o campeonato na quinta posição, a 35 pontos do campeão PSV Eindhoven, o Ajax chamou por Farioli, que melhorou e muito a equipa, mas acabou por perder, de forma dolorosa, o título.

No primeiro ano em que realmente teve a possibilidade de lutar por títulos, Farioli conseguiu que o Ajax somasse mais 22 pontos do que ano anterior no campeonato, sofresse 32 golos (menos 31 do que em 2023/24) e somasse mais nove vitórias, triunfando em todos os clássicos com PSV e Feyenoord.

Contudo, o final de temporada foi penoso e, com apenas uma vitória nas últimas cinco jornadas, permitiu que o PSV recuperasse de nove pontos de desvantagem e acabasse por celebrar o bicampeonato, com um ponto à maior sobre o clube de Amesterdão.

Menos positivas foram as prestações na Taça dos Países Baixos e na Liga Europa, provas nas quais caiu nos oitavos de final, sendo que a eliminação na competição europeia surgiu com uma goleada frente ao Eintracht Frankfurt, por 4-1, depois de já ter perdido a primeira mão, em casa, por 2-1.

Agora, para Farioli surge um novo e difícil desafio, num FC Porto ainda em remodelação, no segundo ano de André Villas-Boas como presidente, após 42 anos da liderança de Pinto da Costa.