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Reportagem: Adeptos aplaudem primeira mulher a arbitrar na Liga Portugal e pedem mais

Adeptos aplaudiram decisão
Adeptos aplaudiram decisãoRio Ave
Vários adeptos enaltecem a estreia de Catarina Campos, que fará hoje história ao ser a primeira mulher a arbitrar um jogo da Liga masculina, pedindo que seja a "primeira de muitas".

É uma vitória para as mulheres que querem chegar a um patamar mais alto e fazer a diferença. É muito importante que as mulheres também tenham o seu espaço”, sublinhou Mariana Sousa em à agência Lusa, momentos antes do apito inicial para o jogo Casa Pia-Rio Ave, relativo à 27.ª jornada do principal escalão.

A jovem, de 16 anos, disse esperar uma “boa arbitragem, independentemente de ser homem ou mulher”, referindo ainda que é necessário “recordar a diferença que existia entre homens e mulheres” para perceber que hoje em dia vai diminuindo: "E ainda bem".

A juíza da associação de Lisboa, de 39 anos, liderará uma equipa de arbitragem composta ainda por Andreia Sousa e Vanessa Gomes, e vai viver mais um momento para recordar.

Catarina Campos, que na passada quarta-feira apitou o embate entre Chelsea e Manchester City, na Liga dos Campeões feminina, já tinha sido a primeira mulher de sempre a apitar um jogo das competições do futebol profissional português, no duelo da Liga 2 entre Paços de Ferreira e Feirense, em fevereiro.

O desejo de que este seja a primeira de muitas arbitragens femininas no principal escalão masculino foi também revelado por João Domingos, natural de Odemira, destacando “uma evolução para a arbitragem portuguesa”.

Se há qualidade na arbitragem masculina, também há na feminina e acredito que este momento possa permitir mais árbitras a fazerem jogos nacionais, não só nos jogos das equipas ditas mais pequenas, mas também nos dérbis eternos”, salientou, aplaudindo o “primeiro de muitos jogos” e apelando para que “os jogadores tenham o mesmo respeito que têm com árbitros masculinos”.

António e João Gil, pai e filho, respetivamente, também se preparavam para assistir ao embate entre o sétimo e o 11.º classificados da I Liga quando evidenciaram um momento histórico.

É um momento excelente. Tem de haver mais oportunidades para ambos os géneros. Se já há muitos árbitros no futebol feminino, por que não mulheres no futebol masculino?”, questionou o jovem, considerando que “por vezes, é necessário um empurrão”, uma vez que, no futebol, “mulheres e homens não partem em igualdade de oportunidades.

Ao lado, o pai, que vê futebol há décadas, recordou tempos em que “havia muito menos mulheres no futebol”, numa altura em que “era impensável uma mulher ir arbitrar um jogo de homens e nem sequer havia futebol feminino”.

É muito positivo que este cenário venha a ser alterado”, assinalou, frisando que o “futebol convida ao fair-play” e que deve ser “um fator promotor da paz, para homens e para mulheres”: “Que o desporto seja para todos”.

O embate entre Casa Pia e Rio Ave, da 27.ª jornada da Liga, está marcado para as 15:30 e, seja qual for o desfecho, já ficará na história do futebol profissional em Portugal.