A sétima jornada teve dois jogos reagendados. A mudança do duelo entre Arouca e FC Porto para 29 de setembro, segunda-feira, levou a que o embate entre Famalicão e Rio Ave fosse antecipado para 28, domingo.
Se a primeira mudança desagradou aos dragões, a segunda provocou manifesto mal-estar nos vila-condenses. Um sentimento expressado esta quinta-feira via comunicado.
O Rio Ave aponta o facto de se ver obrigado a realizar três jornadas – duas foras de casa – no espaço de 9 dias por via de dois reagendamentos. Além do duelo com o Famalicão, o conjunto de Vila do Conde já havia visto o embate com o Benfica, da primeira jornada, alterado para 23 de setembro.
“Uma nova alteração à calendarização previamente definida é manifestamente prejudicial ao nosso plano desportivo, porquanto estamos a dez dias da realização do jogo em causa e um microciclo já de si apertado é ainda mais agravado, pois realizamos agora três jogos em 9 dias, sendo dois deles fora de casa, consecutivos, com desigualdade de circunstâncias face ao nosso adversário. Por outro lado, entende a Rio Ave FC SAD que não nos encontramos perante nenhuma excepcionalidade, mas sim perante a incapacidade da Liga Portugal em, mediante os dados que são por todos conhecidos, há vários anos, relativamente a esta Feira e às consequências da mesma na marcação de jogos em Arouca, antecipar o problema e calendarizar as jornadas com o cuidado necessário e exigível”, atira, apontando à Liga Portugal: "Cabe à Liga Portugal assumir as suas responsabilidades por tão caricata situação, ao expôr uma indústria de tão grande dimensão à fragilidade de se condicionar em virtude da realização de uma Feira, prevista no tempo e no espaço, há tempo mais que suficiente para que tudo isto fosse profundamente evitável".
Leia o comunicado na íntegra:
Tendo a Rio Ave Futebol Clube – Futebol, SAD sido confrontada com uma alteração unilateral da calendarização do jogo Famalicão vs Rio Ave FC, da 7ª jornada da Liga Portugal, originalmente marcado para dia 29 de setembro, importa esclarecer o seguinte:
1. O Rio Ave FC, ao abrigo da regulamentação de proteção às equipas portuguesas que participam nas competições europeias, havia visto o seu jogo da 1.ª jornada, com o SL Benfica, na Luz, adiado para 23 de setembro, uma terça-feira, algo que nos criou um microciclo de três jogos em pouco mais de uma semana, dado que se cumpre a 6.ª jornada a 19 de setembro, frente ao FC Porto, e a 7.ª jornada, diante do FC Famalicão, a 29 de setembro.
2. Esta calendarização foi concretizada e comunicada pela Liga Portugal a 5 e 6 de setembro, através dos comunicados de marcação de jogos e confirmação de horário, com os números 53 e 55, respectivamente.
3. No passado dia 16 de setembro, foi a Rio Ave FC SAD informada pela Liga da intenção de alterar a data da realização do jogo da 7.ª jornada, antecipando-o para domingo, 28 de setembro, com o argumento da existência de um regime de excecionalidade que forçava a adiar o jogo FC Arouca vs FC Porto, para segunda-feira.
4. A excecionalidade apontada pela Liga, e alegadamente suportada pelo nr. 3 do Artigo 44 do Regulamento de Competições, diz respeito à suposta falta de condições de segurança para a realização do encontro FC Arouca vs FC Porto, uma vez que, no mesmo dia, se realiza a Feira das Colheitas de Arouca, um evento anual integrado nas festas da cidade e que se realiza desde 1944, nas proximidades do estádio. Evento esse que, refira-se, está anunciado há vários meses e há vários anos é motivo de atenção, relativamente à marcação dos jogos do FC Arouca na condição de visitado.
5. A Rio Ave FC SAD, desde logo, e diretamente ao Presidente da Liga Portugal, Reinaldo Teixeira, manifestou total e cabal desacordo para a alteração proposta. Uma nova alteração à calendarização previamente definida é manifestamente prejudicial ao nosso plano desportivo, porquanto estamos a dez dias da realização do jogo em causa e um microciclo já de si apertado é ainda mais agravado, pois realizamos agora três jogos em 9 dias, sendo dois deles fora de casa, consecutivos, com desigualdade de circunstâncias face ao nosso adversário. Por outro lado, entende a Rio Ave FC SAD que não nos encontramos perante nenhuma excepcionalidade, mas sim perante a incapacidade da Liga Portugal em, mediante os dados que são por todos conhecidos, há vários anos, relativamente a esta Feira e às consequências da mesma na marcação de jogos em Arouca, antecipar o problema e calendarizar as jornadas com o cuidado necessário e exigível.
6. Não houve, quer da Liga Portugal, quer do operador televisivo, qualquer disponibilidade para, por exemplo, realizar os dois jogos em causa na segunda-feira, dia 29 de setembro, utilizando os blocos horários devidamente previstos em regulamento.
7. Cabe à Liga Portugal assumir as suas responsabilidades por tão caricata situação, ao expôr uma indústria de tão grande dimensão à fragilidade de se condicionar em virtude da realização de uma Feira, prevista no tempo e no espaço, há tempo mais que suficiente para que tudo isto fosse profundamente evitável. A Rio Ave FC SAD espera que, futuramente, a Liga Portugal faça das palavras atos e concretize, efectivamente, os valores que manifesta defender, particularmente o da credibilidade, para que tenhamos, de facto, competições de excelência e que episódios como este, com claro prejuízo para as sociedades desportivas, não se repitam.