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Rui Borges impõe identidade própria no Sporting: "Treinador que procura sempre saber de ti"

Rui Borges, treinador do Sporting
Rui Borges, treinador do SportingMIGUEL A. LOPES/LUSA

Rúben Freitas trabalhou com Rui Borges no Nacional da Madeira, próximo adversário do Sporting na Liga Portugal, e não poupa elogios ao atual técnico leonino, que tem vindo a conquistar adeptos neste arranque de temporada, marcado pela aposta clara em novas ideias.

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Rui Borges chegou a Alvalade com o peso de devolver a crença aos adeptos dos leões, um pouco melindrada após a saída de Rúben Amorim para o Manchester United. A uma entrada auspiciosa, marcada pela vitória impactante sobre o rival Benfica (1-0), seguiu-se um momento de alguma dúvida, sobretudo do ponto de vista tático, que levou o treinador natural de Mirandela a voltar à “fórmula tática” de Amorim, conduzindo o Sporting a uma histórica dobradinha.

Feita a festa, Rui Borges teve aquilo que todos os treinadores gostam: uma pausa para descanso após uma época desgastante e, sobretudo, tempo para delinear a estratégia para 2025/26. A mais do que provável saída de Gyökeres, entretanto confirmada, era um cenário impossível de evitar e exigia encontrar uma alternativa capaz para suprir a ausência de um jogador que tinha representado 97 golos e 27 assistências em 102 jogos de leão ao peito. Depois, era preciso adaptar um plantel que herdara - retocado com um ou outro reforço - a uma ideia que fosse verdadeiramente sua.

Percebeu-se, desde cedo, que Rui Borges não queria ficar refém de uma fórmula que não lhe pertencia. Queria que a equipa tivesse o seu cunho e aproveitou a pré-temporada para fazer esse retoque tático, aproximando mais a sua ideia de um 4-2-3-1. Outro objetivo para a nova época era consolidar o Sporting em Alvalade.

Apesar de um histórico muito favorável - 10 vitórias, três empates e apenas uma derrota -, a verdade é que o resultado mais expressivo até então tinha sido um 3-1, algo que Borges queria melhorar. E nada melhor do que um 6-0 ao Arouca para cumprir esse desígnio. A “Taberna Mecânica” abriu portas e já conquistou alguns dos adeptos mais exigentes que, nem com os títulos da época passada, estavam totalmente convencidos.

Os elogios de Rúben Freitas
Os elogios de Rúben FreitasOpta by Stats Perform, MIGUEL A. LOPES/LUSA

A proximidade como elemento diferenciador

“Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és.” É mais ou menos isso que exploramos nas próximas linhas. No caso de Rui Borges, a máxima adapta-se: “Diz-me como trabalhas e dir-te-ei quem és”. Rúben Freitas trabalhou com o atual treinador do Sporting no Nacional da Madeira, numa fase ainda inicial da sua carreira, e só tem elogios para o seu antigo técnico.

“O salto dele pode ter surpreendido por ter acontecido tão rápido, mas eu sabia que isso iria suceder. Pelo rigor que tinha, pela vontade de vencer, pela equipa técnica que o apoiava e, sobretudo, pela qualidade natural, era inevitável que chegasse lá mais cedo ou mais tarde. Felizmente, para ele e para os adjuntos, aconteceu", defende o lateral, em declarações cedidas em exclusivo ao Flashscore.

“Os seus maiores pontos fortes eram a comunicação com os jogadores e a proximidade que mantinha connosco. É um treinador que procura sempre saber de ti, interessar-se por ti. Era quase como se fosse um colega dentro do grupo", destaca.

Sistema? "O fundamental é o grupo acreditar nas suas ideias"

Sobre a tão propalada questão do sistema, Rúben não tem dúvidas do que mais do que uma tática, o importante é o jogador ou, neste caso, um grupo de jogadores, acreditar na ideia que tens para o jogo da equipa.

“Com esse sistema ou outro, acho que o mais importante é o grupo acreditar nele e nas ideias que transmite", atira.

"Ele consegue criar um grupo muito coeso e fazer com que a equipa esteja totalmente unida em prol do objetivo. Isso, com qualquer sistema, já é meio caminho andado para o sucesso. Claro que, depois, é preciso também haver competência, seriedade e qualidade", completa.

O histórico de confrontos entre Nacional e Sporting
O histórico de confrontos entre Nacional e SportingFlashscore

As dificuldades da Choupana

Depois da demonstração de força da nova cara do leão, o Sporting visita o Nacional, no próximo sábado, a partir das 18:00, para mais uma "difícil" batalha rumo à conquista do tricampeonato.

“Os jogos na Choupana são sempre complicados para as equipas visitantes, sobretudo pela altitude, pelas condições climatéricas e até pelo próprio relvado. É sempre um desafio jogar lá. Por isso, tem de ser um jogo encarado com muita seriedade, do início ao fim", antecipa Rúben.