"Foram muitos meses, muitas semanas e muitos dias de ansiedade e stress que levam a um cansaço enorme. O dever foi cumprido e a felicidade é indescritível", começou por dizer, recordando o título nacional.
O técnico leonino garante o "foco está na final da Taça de Portugal" diante do Benfica, mas não esquece o trajeto do Sporting para conquistar o título da Liga, deixando um agradecimento a Frederico Varandas.
"Agradeço ao presidente. No primeiro abraço que lhe dei depois do jogo agradeci pela confiança e por acreditar numa equipa técnica que não tinha um passado tão glorioso quanto isso. Era mais trabalho do que outra coisa, porque não tínhamos troféus nenhuns", recordou.
"Desde o primeiro segundo que senti que gostou muito de mim enquanto pessoa e só posso agradecer. Jamais vou esquecer a oportunidade que me deu e a coragem de apostar em nós", garantiu.
"Quando faltar inspiração, que não falte atitude"
Rui Borges recordou ainda a frase dita na altura da apresentação como treinador do Sporting.
"Trago desde sempre, até porque, se calhar, eu era um jogador com mais inspiração do que atitude e faltava-me mais intensidade sem bola. (Esse lema) cresceu comigo desde o primeiro dia desde que sou treinador", explicou.
"O futebol está muito diferente e está cada vez mais intenso e competitivo. Se a atitude não estiver lá, a qualidade técnica não vai chegar. Os jogadores e treinadores têm de se adaptar a isso. Juntando a atitude à qualidade, vamos ser melhores e fomos bicampeões. Umas vezes mais com inspiração e outras com atitude porque somos melhores. Será sempre o nosso lema porque faz toda a diferença".
"Lesões? O azar de uns vai ser a sorte de outros"
O treinador leonino lembrou ainda o início da caminhada em Alvalade e as várias lesões que foram afetando a época do Sporting.
"Foram semanas muito intensas. Grandes jogos com grandes equipas. Por um lado, foi bom porque foram muitos jogos seguidos com grandes equipas e nem deu tempo de entender bem que estava no Sporting, o campeão nacional. Estava meio anestesiado e só queria ganhar, o que fez com que a pressão inicial não tivesse sido tanta", disse.
"O azar de uns vai ser a sorte de outros e temos de arranjar forma de ser os melhores na mesma. O grupo agarrou-se a isso, foi sempre capaz e também nunca se lamentou. Todos estavam para ajudar e prontos para me de dizer para contar com eles", explicou.
"O jogo que me marcou mais acabou por ser com o Gil Vicente"
Por fim, Rui Borges contou ainda quais as suas principais memórias destes primeiros meses de Sporting, que culminou com um título justo, na opinião do técnico.
"O primeiro jogo, com o Benfica, foi importante. Estávamos em segundo e voltámos a passar para o primeiro lugar. O jogo em Guimarães também, um ambiente muito difícil. A vitória nos Açores porque foi logo a seguir ao empate com o SC Braga e tínhamos pressão", lembrou.
"O jogo que me marcou mais acabou por ser com o Gil Vicente. No meu discurso antes do jogo disse que o jogo do título não ia ser com o Benfica, mas sim naquele dia. Disse que era aquele jogo que nos ia dar o título. Achava mesmo isso porque sabia que ia ser difícil, mas que se ganhássemos íamos ser campeões. Quando o Eduardo Quaresma fez golo, corri como um tontinho".
"O futebol é um desporto de regularidade e fomos mais regulares em tudo. Por vezes, só queremos desvalorizar tudo e todos e devíamos valorizar muito mais o que foi o campeonato, que foi fantástico. Chegámos à última jornada a discutir o título, a permanência e lugares nas competições europeias. Foi um campeonato para todos. Devemos, também, valorizar tudo o que o Sporting foi capaz de fazer. (…) A equipa foi capaz, em todos os momentos, de ser a melhor. A consequência disso é o bicampeonato", concluiu.