Arouca: "É uma equipa também à imagem do seu treinador, o qual admiro. Muito bem organizados, gostam de jogar, valorizar o jogo, tentam dividir o jogo. É importante para a valorização do futebol. É uma equipa que tem vindo a crescer nesse sentido, a aprimorar comportamentos. Muito dinâmicos, com bons jogadores, tomadas de decisão, uma ideia de jogo clara. Virão a Alvalade dividir o jogo e compete-nos manter o nosso caminho, ser o que temos sido, tirando os jogos da Liga dos Campeões, onde realmente não fomos tão capazes. Temos feito bons jogos. Ultimamente temos apanhado equipas com blocos muito baixos, acredito que amanhã não acontecerá o mesmo. Será um bom jogo, perante uma boa equipa. Mas queremos ser Sporting, ganhar e manter distâncias para o nosso objetivo final".
Morita e Gyokeres: "Sim, o Morita tem uma lesão nova e estará parado três a quatro semanas. O Viktor está apto, disponível. Mais nada do que isso. Adutor esquerdo? Está disponível para jogo".
Castigo de dois jogos a Diomande: "Sem fugir muito à ética que tenho tido ao longo da carreira, nada muito alongado, até porque o clube também tem essa ética. Não o fiz no fim do jogo, apesar de estar chateado. A única coisa que peço é que olhem para as coisas de igual modo, com o mesmo critério para castigos, tomadas de decisão. Sem entrar muito no que é o árbitro individualmente, porque no meu anterior clube também passei por coisas parecida, e a dualidade de critérios foi um bocado diferente. Só pedimos um bocadinho de igualdade. Perceber o que fizeram com jogadores das outras equipas e fazer o mesmo connosco".
Concorda com o castigo? "A suspensão foi o que acabei de dizer, peço o mesmo critério que têm com outros clubes e jogadores. A parte jurídica do clube já está ativa nesse sentido, compete-me esperar."
Gyokeres titular? "Em relação ao Viktor, já respondi. Está apto, disponível para jogo e se joga ou não de início é minha decisão".
Falta de capacidade física da equipa: "Entendo a pergunta. A parte física é clara. Para responder com dados ao que acabou de dizer, a nível da UEFA somos a equipa com maior média de jogos em termos mensais. Uma média de 6,4. O resto está no 5 e qualquer coisa. É a equipa se calhar com mais jogo a nível da Europa ou talvez do mundo, mas os brasileiros devem ter um acréscimo. Dita bem o que temos tido ao longo do tempo. Desde que estou aqui, há um mês e meio, treinos aquisitivos, com intensidade, fiz dois. É difícil. E não vou falar do que vem para trás, jamais o farei e arranjarei o que quer que seja para me desculpar ou sacudir a água do capote. A equipa está cansada porque temos tido algumas lesões, têm jogado os mesmos jogadores vários jogos seguidos, o Morten parou ao fim de 15 jogos seguidos. Não são máquinas... O cansaço existe e não podemos fugir a isso. Neste jogo da Liga dos Campeões, é normal olharem e verem isso. Ninguém quer ganhar mais do que eu. Mas na 2.ª parte não fomos capazes. Mas não só no défice físico, falhámos também noutras coisas. Não fomos tão intensos, competitivos, tomadas de decisão mais lentas. E isso não é desculpa, mas é algo que existe. Para ser muito claro. Vocês olham só para o jogo, é normal. No jogo do Dortmund, o Sporting campeão tem sete titulares de fora. Sete. Pote, Viktor, Morten, Morita, Inácio, Nuno Santos e Geny Catamo... Olhem para as coisas de forma geral. Com jogadores adaptados, com tudo. É normal que a equipa se ressinta. Uma 1.ª parte bastante intensa, e depois caímos um bocadinho. Os jogadores têm sido fantásticos. Tirando a Champions, no campeonato estamos muito bem. Chegámos aqui com menos um ponto e estamos quatro à frente. Melhor ataque, melhor defesa... Fiz dois jogos com o Benfica, dois com o FC Porto. É normal que a equipa se ressinta em algum momento. Acreditamos que vamos ficar melhores, que vamos conseguir recuperar a malta e responder da melhor forma à reta final do campeonato."
Satisfeito com mercado de inverno? "Feliz por termos conseguido manter toda a gente, o Viktor, o Morten, que são muito cobiçados, não saíram, o que me deixa contente."

Tem ganho alguma coisa perante tantas ausências? "Sim, tenho. O Iván tinha pouquíssimos minutos e tem crescido a cada jogo que passa, tem conseguido corresponder. O Zeno (Debast) também, o próprio Simões, cada vez mais importante. Um miúdo que se tem imposto ao longo deste tempo. Estreou-se com o João (Pereira) e sente-se cada vez mais jogador da equipa principal, porque o é. O próprio Harder... Temos ganho alguma margem de minutos para gente que estava à espera de oportunidades. Têm conseguido estar ligados, prontos para ajudar a equipa. E têm sido fantásticos até aqui. Nos jogos da Champions não temos sido capazes de dar resposta e não fujo a isso. Mas no objetivo de sermos campeões, eles têm sentido e sido capazes de responder".
Lesões têm sido o maior desafio no Sporting? "Sim, mas a vida de treinador é isso mesmo, um desafio constante. Por isso é que se calhar os treinadores portugueses são tão conceituados, por serem capazes de agarrar os desafios, ter constantes adaptações para o que encontram. Tem sido muito desafiante porquê? Porque entro num clube que, naquele momento, não estava com tanta harmonia, tinha muitas lesões, tinha acabado de sair um treinador que marcou um momento do clube, e é normal fazer comparações. Eu sou o Rui Borges, disse-o no primeiro dia em que cheguei aqui. O Ruben (Amorim) foi fantástico, admiro-o imenso. Mas agora é Rui Borges. É um grande desafio, estou num grande clube, algo com que sempre sonhei. É o maior desafio da minha vida? É. Mas é para isso que trabalhamos e lutamos todos os dias, para sermos muito felizes, que vamos ser com toda a certeza".
Melhor gestão sem Liga dos Campeões: "A gestão não se prende com os jogos, com a competição. Entra sempre o melhor 11 para o próprio jogo, independentemente de haver ou não alguma gestão, até pelo acumular de termos físicos. O nosso objetivo é ganhar, independentemente de ser campeonato ou Champions. E na Champions não temos sido capazes, e o responsável sou eu. Amanhã entraremos com o melhor 11, com toda a certeza. Entraremos fortes, com ambição enorme de ganhar. E acredito que, com o passar do tempo, vamos ser melhores, mais constantes durante mais tempo. Faz parte do processo, é toda uma conjuntura muito diversa que precisa de algum tempo."
Geny Catamo: "O Geny está fora deste jogo e estará fora do jogo da Champions também".
Arouca com menos cansaço pode causar problemas? "Isso olhamos para todos os clubes que temos defrontado na Liga... A maior motivação que podemos ter é estar em 1.º e lutar para sermos campeões, bicampeões. Esse desejo vai sempre sobrepor-se ao adversário, independentemente de estarmos mais ou menos cansados. Temos de ser competentes. Tenho dito que em alguns jogos não jogámos assim tão bem, mas somos competentes. E é disso que precisamos. Nesta fase, é ser competente. E a malta tem sido muito competente, principalmente no campeonato. Amanhã não foge à regra".
Pode prometer aos adeptos que Sporting voltará ao que era? "Assim como o Ruben (Amorim) também precisa no United (de uma pré-época), se calhar... O Sporting é o melhor e está em primeiro. Não o era quando cheguei. Eu prometo trabalho, lutar para ser campeão. É isso que quero, ganhar todos os jogos onde estamos. Todos, independentemente das competições. E quero que sejamos uma grande equipa. Para já somos a melhor porque vamos à frente. Super equipa? Depende do ponto de vista. Diferentes maneiras de pensar, de olhar para o jogo. A mim compete-me chegar ao fim e, o que mais querem os sócios, é o que eu mais quero. Ser campeão."
Quebra do Sporting nas segundas partes pode ser psicológica? "Psicológica só se o mister der chá de limão quente ao intervalo para eles adormecerem... São circunstâncias do futebol. Eu percebo o que vocês tentam dizer e aceito. Mas percebam em que jogos é que se sentiu mais o baixar de forma, a vertente física. São jogos de maior exigência onde, nas 1.ªs partes, fomos claramente melhores. Amigos, há quebras. Todas as equipas passam por isso. E nós também. Mas mesmo dentro desses picos, temos de ser competentes. E temos sido. Dentro de portas, muito competentes. Fora, a competitividade é maior. O Dortmund faz substituições com malta fresca, entram uns, saem outros, sempre a andar. O Sporting tem feito substituições com malta que já vem cansada, a ganhar minutos... Há tantos fatores, tantas coisas por onde podemos pegar. É normal. Tomara eu ter mais jogadores, todos com grande disponibilidade. Para a Champions precisamos de todos a 200 por cento, e nós nem a 100 estamos. Precisamos de mais gente disponível para dar resposta, o final do campeonato vai ser muito exigente e precisamos de toda a gente. Podia entrar aqui noutras coisas, mas nem vale a pena. Às vezes, o Sporting mexia quatro e cinco jogadores e continuava a mexer".
Lesão de Pedro Gonçalves: "O Pote não tem uma lesão grave, mas é uma lesão que precisa de ser bem tratada. Está no seu tempo. Precisa mesmo de ser bem tratado. Está a cumprir todos os parâmetros e quando estiver disponível, estará disponível".
Sentimento do plantel: "Isso são vocês também que têm de sentir. Para mim está 'top', o grupo está fantástico. Vocês veem tanta coisa. O Pote a treinar... Também podem ver o que os jogadores sentem com a equipa técnica. A melhor resposta é terem sido capazes de se adaptar. Sem treino, tiveram uma capacidade enorme de aceitar a mensagem, de se agarrarem ao que passamos. Não há problema a malta dizer que quer um Sporting como antigamente. Mas o Sporting não vai ser como o de antigamente porque o Rui Borges é o Rui Borges, o Ruben era o Ruben, o João o João. E o Sporting de Rui Borges, até ver, tem sido forte, está em 1.º. Compete-me ver que eles estão agarrados à ideia. No nosso dia-a-dia há uma harmonia e energia muito positivas. O que se vive na Academia é fantástico, não digo isso por estar aqui. Sou muito honesto. Às vezes dizem que o mister tem um discurso redondinho, porque vocês fazem 100 vezes a mesma pergunta e eu respondo 100 vezes a mesma coisa. A energia que se sente aqui tem sido fantástica, entre todos os departamentos. A dinâmica é muito boa, os jogadores estão felizes, cientes do objetivo, o nosso, dos adeptos. Que é sermos campeões. É para isso que vamos lutar e é por isso que se agarram a qualquer dificuldade."
Momento mais difícil nestes 50 dias no Sporting: "Não tenho. Se calhar foi perder a Taça da Liga nos penáltis. Era um troféu e queria muito ganhá-lo. Sou um treinador feliz desde o primeiro dia em que vi para aqui, desde o primeiro dia em que falei com as pessoas do Sporting. Não tive Natal, que é a única data que gosto mesmo ao longo do ano. Mas tive a melhor prenda que alguma vez podia pensar...".