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Sporting fecha emissão de 225 milhões de obrigações para financiar renovação do estádio

Adeptos leoninos no apoio à equipa
Adeptos leoninos no apoio à equipaFILIPE AMORIM / AFP / AFP / Profimedia

O Sporting concretizou uma emissão de 225 milhões de euros (ME) de obrigações na quarta-feira, através da sociedade Sporting Entertainment, detida pela SAD dos bicampeões nacionais de futebol, para financiar a renovação do Estádio José Alvalade, em Lisboa.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os leões informam que a operação tem um prazo de maturidade de 28 anos e uma taxa de juro fixa anual de 5,75%, sendo feita através de colocação privada junto de investidores institucionais internacionais, com custos de 0,16% por ano do valor total da mesma.

O Sporting pretende financiar o investimento associado ao projeto de transformação do Estádio José Alvalade, bem como reembolsar a SAD ‘leonina’ em relação ao valor do investimento por esta já incorrido na renovação daquele recinto, inaugurado em 2003.

Financiar a atividade corrente da Sporting Entertainment é outra das metas da direção presidida por Frederico Varandas, que visa igualmente reembolsar a dívida à SAD, responsável pela administração do futebol profissional do segundo colocado da Liga.

Depois desse reembolso, a sociedade liquidará, proximamente e de forma antecipada, uma operação de titularização de créditos, assente na cessão de créditos emergentes do contrato de cessão de direitos televisivos da operadora NOS à entidade Sagasta Finance.

“A concretização desta operação enquadra-se nos objetivos estratégicos de tornar o Sporting um centro de entretenimento e estilo de vida de referência global, permitindo, adicionalmente, estender o prazo médio da dívida e reduzir o custo médio de financiamento”, explicou.

Os leões congratularam-se com uma procura de quase 2.000 ME nesta emissão, 8,5 vezes superior à oferta, e com a robustez e dimensão dos investidores institucionais.

Em 09 de outubro, na cimeira Portugal Football Summit, organizada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o presidente do Sporting, Frederico Varandas, tinha anunciado um investimento de 200 ME para a renovação do Estádio José Alvalade.

“Temos uma grande obra, que é game changer para o Sporting. Até ao momento, já investimos cerca de 50 ME. Até (à temporada) 2028/29, vão ser mais 150 ME”, disse o dirigente, ao participar num dos painéis do evento, na Cidade do Futebol, em Oeiras.

A transformação do Estádio José Alvalade surge no plano estratégico apresentado pelo Sporting para o período 2024-2034, decorrendo de forma faseada desde há cinco anos.

O fecho do fosso no final da época passada e a remoção dos dois ecrãs gigantes originais nos topos possibilitaram a criação de 2.000 cadeiras nas bancadas, com as novidades na experiência dos adeptos a incluírem ainda lounges de acesso exclusivo, um hall vip com vista para a entrada dos jogadores, lugares junto aos bancos de suplentes e novos ecrãs.

As mudanças no perímetro exterior passaram pela remoção de fachadas em azulejo, por novas pinturas e pelo aumento do número de portas, além da substituição de torniquetes, da troca integral de cadeiras multicolor por outras verdes e da instalação de um sistema de iluminação LED, entre obras em espaços complementares e nos acessos ao recinto.

O Sporting concluiu ainda a aquisição do espaço comercial Alvaláxia, contíguo ao estádio e alienado em 2007, numa operação avaliada em 17 ME, que foi aprovada pelos sócios do clube em outubro de 2024, numa Assembleia Geral realizada no Pavilhão João Rocha.

O novo museu dos leões deve ser construído nesse espaço, que complementa as obras de remodelação em curso no lado poente do recinto e passará a integrar o projeto da Cidade Sporting, estando previstas intervenções no setor nascente para 2026/2027.

Com capacidade para 52.000 espetadores, o Estádio José Alvalade recebeu cinco jogos do Euro2004, mais as finais da então designada Taça UEFA de 2004/05 - perdida pelo Sporting frente aos russos do CSKA Moscovo - e da Liga dos Campeões feminina de 2024/25, sendo um dos três recintos nacionais propostos pela candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Marrocos ao Mundial-2030, a par dos Estádios da Luz e do Dragão.