Sunil Chhetri chegou ao Sporting com o rótulo de ser um dos melhores da Índia, mas a passagem por Alvalade resultou num fracasso, com apenas 3 jogos e pela equipa B dos leões.
"Assinei pelo Sporting e treinei uma semana com a equipa A. Antes disso, o meu treino e o meu nível eram o da Liga indiana, que era onde jogava. De repente, vou para o Sporting, um clube que era, e ainda é, um dos melhores da Europa e do mundo... o salto foi demasiado para mim", assumiu o indiano, em entrevista à agência noticiosa ANI.
"Estava na 3.ª classe e de repente passei para a 10.ª. E o meu professor diz-me 'amigo, tu não sabes nada, não tens nem ideia do que é trigonometria. Vai embora e estuda'. Era como se estivesse a estudar matemática normal e de repente tivesse de estudar o Teorema de Pitágoras. Não conseguiria perceber. E lá estava eu... Não quer dizer que um miúdo indiano não o possa fazer, mas salto tem de ser dado muito mais cedo. Imaginemos que eu ia para o Sporting aos 17. Podia não entender aos 17, aos 18, mas aos 20 já entenderia", acrescentou Sunil Chhetri.
O avançado internacional indiano assume que o estatuto que tinha no seu país, de certa forma, deixou-o ainda mais desanimado durante a estadia em Portugal.
"Estava no banco. Colocaram-me no banco e, pensando nisso, dizem-te que não és bom o suficiente para a equipa A e vais jogar na equipa B? E já era tão difícil estar longe do meu país, onde era alguém. Não vou dizer que era o número 1, mas era alguém. Não foi fácil de digerir isso. Nessa altura, quando voltava ao meu apartamento em Lisboa estava sozinho. Não tinha família. Não havia ninguém para dizer-me 'está tudo bem, vai correr tudo bem'. Foi muito difícil", assumiu.