Recorde as incidências da partida
Tozé Marreco (treinador do Farense):
“Aquilo que foi o jogo, foi um bocadinho o reflexo do que se passou na época. Uma entrada na segunda parte em que nada fazia prever (o golo do Santa Clara), depois de termos chegado ao empate num momento importante.
Frente a um Santa Clara forte nas transições, que tentou ao máximo explorar, faltou aquilo que faltou em muitos momentos da época, que foi golo.
E, na parte final, discernimento. Treinámos na academia, durante a semana, a possibilidade de ter de ir atrás do resultado, de ter de atacar com mais gente e chegar lá com cruzamentos, mas não tivemos o discernimento que devíamos ter tido.
Disse aos jogadores que cada um deve assumir as suas responsabilidades, as suas falhas. Fizemos estes pontos, que não foram suficientes. Tendo em conta como encontrámos isto à sétima jornada, foi duríssimo. Lutámos até ao fim, mas não foi possível.
Não corrijo outros sem antes pensar onde podia ter melhorado. Assumi as responsabilidades que eram minhas. Encontrámos uma equipa sem ideias, com oito lesionados, e trabalhámos sobre isso, sobre os zero pontos, tentando dar uma ideia de jogo e tornar o plantel mais forte a partir de janeiro, com os reforços.
Tenho uma coisa certa: a consciência tranquila de que tudo fizemos. A justiça do futebol podia ter-nos dado mais pontos. Merecíamos mais pontos, por aquilo que jogámos, por aquilo que fizemos. Mas tivemos uma debilidade, que foi não marcar golos, o que nos prejudicou muito.
Como deve imaginar, temos todos de respirar fundo, cada um fazer a sua análise, fazer o luto à sua forma. Vão ser dias duríssimos, mas que hão de passar.
E custa-me ainda mais por ser um clube com esta história, com esta abrangência, merecia mais pontos do que teve e merecia ficar na Liga. Mas o futebol é assim, é a única profissão em que podemos fazer 90% das coisas bem e não ganhar”.
Vasco Matos (treinador do Santa Clara):
“Um dia muito marcante para todos nós. Vai ficar na história. Trabalhámos muito, trabalhamos muito. Há muita gente aqui dentro cujo trabalho não é visível, mas não nos deixam faltar nada.
Não consigo com palavras descrever o que sinto. Extremamente emocionado, e muito feliz por aquilo que todos conquistámos hoje aqui em Faro.
Isto vem desde o ano passado, quando chegámos aqui, juntamente com a administração. Uma palavra para a administração, para o Klauss (Câmara, presidente da SAD), que partilha todos os dias connosco.
É fruto da nossa união, da nossa capacidade de trabalho, da nossa resiliência. Mesmo com todas as dificuldades que temos. Disse isso aos jogadores ao intervalo, quando estavam chateados pela grande penalidade que deu o empate: que não se esquecessem de como treinamos, que isto ia dar para nós. Eles acreditaram. Somos uma família. O segredo é esse.
(Continuidade nos Açores) Neste momento, sinceramente, não faz muito sentido falar sobre isto. É um momento histórico para desfrutar, porque o mérito foi de muita gente. O rosto mais visível é sempre o treinador, mas estou muito feliz nos Açores. Tenho contrato, acabei de renovar. Deixa-me muito orgulhoso levar o Santa Clara e os Açores à Europa.
Agradecer aos açorianos, aos nossos adeptos, incansáveis no apoio à equipa. Estamos muito contentes, os jogadores estão de parabéns, todos estão de parabéns e agora é desfrutar deste momento histórico.
Dedico isto a muita gente, especialmente à minha família, que sofre muito com a minha ausência. A minha esposa, os meus filhos, os meus pais. Mas dedico também àqueles que todos os dias lutam muito para que não nos falte nada”.