Reveja aqui as principais incidências da partida

Outrora uma fortaleza temida por muitos a nível nacional, o estádio do Dragão parecia estar a perder esse efeito, sobretudo desde a chegada de Martín Anselmi. Ora, contas feitas, em 18 jogos caseiros, os dragões venceram 12, o único problema? Nenhum desde que o técnico argentino assumiu a batuta que era de Vítor Bruno. Três empates – Sporting, Roma e Vitória SC – todos por uma bola. O descontentamento visível num estádio despido da principal claque até aos 12 minutos de jogo, e com um silêncio que estranhou quem assistiu pela televisão.
Ciente dessa pressão, Martín Anselmi surpreendeu no onze. Aquilo que parecia ser um regresso ao 4x3x3 foi falso alarme, com Eustaquio novamente metido entre os centrais, mudou o foco para o regresso surpresa de Rodrigo Mora, que só era esperado após a pausa internacional, no apoio a Samu e combinando com Fábio Vieira pelo lado direito.

E o FC Porto teve uma das melhores entradas em campo. Dominador, assertivo, o conjunto azul e branco baralhou o AVS e chegou a uma merecida vantagem aos 18 minutos, quando Pepê se escapou pela direita, rematou para defesa de Ochoa e na recarga de Rodrigo Mora bateu para o fundo das redes. Depois de se ter estreado a marcar na vila das Aves, o jovem prodígio voltou a deixar marca.
E se Rodrigo Mora parece estar a recuperar esse estado de graça, há outro que não consegue sair dele: Samu. O avançado foi novamente chamado à seleção de Espanha, mas continua a ser um elemento claramente estranho nas ideias de Anselmi. Desta vez não teve motivos para se queixar, João Mário providenciou cruzamentos da direita, que o avançado espanhol não conseguiu responder, e na principal oportunidade, após uma bela jogada entre Fábio Vieira e Mora, acabou por acertar no poste, com Ochoa em desequilíbrio. Fez cinco remates, desde o jogo com o Boavista que não visava tanto a baliza em 45 minutos.

O 1-0 ao intervalo era uma visão estranha para os adeptos do FC Porto, cuja equipa há muito que não saía em vantagem para os balneários. E no segundo tempo, mais sorridentes ficaram com a imprudência de Nacho Rodriguez. Amarelado no último lance da primeira parte, viu o segundo cartão aos 30 segundos da etapa complementar e virou o jogo de pernas para o ar para os visitantes.
Com o AVS reduzido a 10, o FC Porto intensificou o domínio, mas perdeu a dinâmica. Baixou o ritmo, os adeptos começaram a ficar impacientes, e os fantasmas pareceram voltar a sobrevoar o Dragão. Foi então que surgiu um outro mágico, um dos poucos que se tem destacado nesta fase menos positiva dos dragões. Francisco Moura cruzou da esquerda e Fábio Vieira disparou de primeira para o fundo das redes. Terceiro jogo consecutivo a marcar e a mostrar a Anselmi que definitivamente tem de jogar mais perto da área.
O 2-0 significou o descanso do dragão. O AVS nunca foi completamente inofensivo, mas nos lances mais complicados, Diogo Costa resolveu – que grande defesa ao cabeceamento de Gerson Rodrigues – e a equipa de Rui Ferreira foi perdendo força com o avançar dos minutos.
Com uma dupla de mágicos para afastar os fantasmas de casa, Martín Anselmi somou a primeira vitória no Dragão. Com 53 pontos, o FC Porto mantém-se agarrado ao terceiro lugar, com o SC Braga a respirar perto. O AVS não aproveitou a derrota de Gil Vicente e Farense e continua no 16.º posto, com 23 pontos, em zona de play-off.
Homem do jogo Flashscore: Fábio Vieira (FC Porto)
