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Uma incógnita escondida nos Arcos: a estreia de um Rio Ave mais grego que português

Rio Ave começa a época frente ao Nacional da Madeira
Rio Ave começa a época frente ao Nacional da MadeiraRio Ave FC

A jornada 2 da Liga Portugal fica marcada por duas estreias, depois do adiamento da partida da primeira ronda entre Benfica e Rio Ave. Mas se o Benfica não é uma novidade para ninguém, o mesmo não pode ser dito do conjunto de Vila do Conde. Um plantel quase desconhecido prepara-se para se apresentar oficialmente, este sábado, frente ao Nacional da Madeira.

Siga as incidências do encontro

Que equipa é esta? Quem são os reforços? Quem é o treinador? Estas questões podiam ser feitas pelo maior desconhecedor da realidade do Rio Ave, mas também pelo seu sócio número um. 

Apesar dos encontros de preparação, os vilacondenses chegam com estatuto de incógnita à estreia na Liga Portugal. Das 18 equipas do primeiro escalão, só o Alverca, com 30 reforços confirmados, começou a época num estado semelhante.

Grécia em Vila do Conde

O investimento de Evangelos Marinakis no Rio Ave ajudou o clube numa altura delicada da sua história, mas também desvirtuou o projeto da equipa de Vila do Conde.

Atualmente, os rioavistas contam com uma série de jogadores estreantes no futebol português e apresentam-se como uma espécie de clube satélite do Olympiacos, que enviou seis (!) jogadores para Vila do Conde, quatro deles por empréstimo.

As influências helénicas são evidentes num plantel com mais gregos (seis) do que portugueses (cinco), mas também no corpo técnico, que é liderado por Sotiris Silaidopoulos, antigo treinador adjunto do... Olympiacos.

Sotiris Silaidopoulos, treinador do Rio Ave
Sotiris Silaidopoulos, treinador do Rio AveRio Ave FC

O técnico de 46 anos trouxe outros elementos gregos para a sua equipa técnica, como os adjuntos Vangelis Samios e Dimitris Goumas e o treinador de guarda-redes Spyros Christopoulos. 

Entretanto, o diretor técnico do clube, João Amaral, está de saída para rumar ao Barcelona.

João Amaral deixou o Rio Ave
João Amaral deixou o Rio AveRio Ave FC

Continuidade da base pode ser determinante

Apesar dos 11 jogadores contratados este verão (apenas Kevin Chamorro tem experiência de futebol português), a continuidade de uma base de jogadores da época passada pode ser decisiva para que o Rio Ave consiga fazer uma época mais tranquilida do que em 2024-25.

Miszta mostrou talento na baliza, Vrousai pode ser um elo de ligação importante aos colegas gregos e o meio-campo, com elementos como João Novais, Aguilera e Ole Pohlmann, apresenta bons argumentos.

Na frente de ataque, a continuidade de Clayton é uma incógnita, mas a boa pré-época de André Luiz (cinco golos marcados) é um sinal positivo para a equipa, que fez ainda uma aquisição de peso no campeonato polaco - Marc Gual veio do Legia e marcou 19 golos na época passada.

Calendário obriga a adaptação rápida

Com uma média de idades de 23,30 anos e muitos estreantes na Liga Portugal, a turma de Silaidopoulos terá de fazer uma adaptação rápida, sob pena de começar a época da mesma forma como em 2024-25 - ao fim de 10 jornadas, tinha apenas nove pontos.

O adiamento da partida com o Benfica permitiu começar a época em casa e no Estádio dos Arcos, após terem sido finalizadas as obras que obrigaram a equipa a terminar a campanha anterior em Paços de Ferreira.

O Rio Ave arranca a Liga Portugal frente ao Nacional, visita Arouca, recebe o SC Braga e desloca-se a Moreira de Cónegos antes de dois encontros consecutivos diante de FC Porto (em casa) e Benfica (na Luz).

O calendário do Rio Ave
O calendário do Rio AveFlashscore

Será o efeito surpresa uma arma a favor do Rio Ave 2025-26? Ou o novo rumo sob o leme de Marinakis pode agitar os mares em Vila do Conde e fazer desta uma temporada para recordar pelos piores motivos? Para já, tudo é uma incógnita no Estádio dos Arcos.