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Vítor Bruno aborda mercado, Eustáquio e arbitragem: "Quem sofre a incongruência paga o preço"

Vítor Bruno
Vítor BrunoLUSA
Leia abaixo as declarações do treinador do FC Porto, Vítor Bruno, na antevisão ao jogo com o Estrela da Amadora, da 14.ª jornada da Liga Portugal, agendado para segunda-feira, às 20:15.

Acompanhe aqui as incidências do encontro

Estrela da Amadora: "É preciso estar atento, muito pelo facto de vir de uma vitória moralizadora, começam a perder e dão a volta ao resultado, isso são circunstâncias que levam a equipa para patamares de confiança muito elevados. Pode haver gente que caia no erro de olhar para o resultado na Luz e Alvalade pela diferença de golos, mas em vários momentos do jogo o Estrela teve momentos de fazer golo e reabrir o jogo, isso é um sinal de alerta para nós. Se não ganharam fora ainda, isso são tabus que servem para ser quebrados como alimento motivacional. Temos de estar muito atentos, falamos com os jogadores sobre isso, temos de entrar fortes no jogo para ganhar. Vimos de um resultado para o campeonato que não nos favoreceu, devíamos estar no topo da classificação". 

Transição ofensiva: "Esse é um momento demasiado importante para ser ignorado. Mesmo uma equipa grande sabe que num jogo em que é favorita e tem o adversário estacionado atrás, há momentos em que se expõe. Nesses momentos, temos de capitalizar ao máximo, ter os olhos na baliza adversária, a nossa primeira intenção é chegar à baliza no mais rápido possível. Não podendo, passamos para um momento de organização, mas sempre sem deixar de olhar para a baliza. Temos gente vertical nesse momento, não só no ataque, mas também a partir de trás".

Pressionado para não falhar os dois primeiros lugares: "Há sempre fatores de pressão, vai ser assim no campeoanto inteiro e ainda mais para quem joga competições europeias, como a Liga Europa. Vamos jogar muitas vezes à segunda-feira ou domingo ao final do dia, os adversários jogam primeiro, mas isso não podemos controlar. O que podemos controlar, que é o nosso jogo, fazemos ao máximo e muitas vezes, até controlando o que é nosso, aparece algo estranho que pode fazer com que não ganhemos os jogos. Preocupo-me muito com o que podemos fazer, vamos jogar primeiro umas vezes, em último outros. Temos de olhar muito para dentro".

11 jogos, 10 vitórias no Dragão: "Não tem a ver com ser fortaleza, tem a ver com os jogos em si, como os conduzimos e como os gerimos por chegarmos cedo à vantagem. Depende dos adversários, de como se estruturam, os campeonatos são ganhos fora e em casa, é preciso fazer muitos pontos fora, precisamos de capitalizar o que fazemos em casa. O passado recente diz-nos isso, no passado perdemos muitos pontos em casa que depois são decisivos no final. Termos 50.000 pessoas a apoiar-nos é muito melhor e mais fácil do que ter dois ou três mil adeptos fora, ainda assim são sempre decisivos em como empurram a equipa".

Arbitragem influencia: "Se me está a perguntar, é porque pode haver um sentimento que não é só meu. O que me incomoda, como disse na flash interview depois do jogo com o Famalicão, é que as pessoas tenham critérios diferentes em lances semelhantes. Não podemos dizer muita coisa com medo de sermos penalizados, não tem a ver com falta de frontalidade, mas com sabedoria porque sabemos o que nos espera se dissermos o que nos vai no coração. O que me incomoda mais, é que quem paga o preço mais alto pela incongruência é quem a sofre, é oq ue me apetece dizer. É demasiado evidente, é estranho, é mau para o futebol português e temos muitos exemplos em lances recentes que não caem bem a ninguém e há muita gente que fica mal na fotografia".

Wendell e mercado de janeiro: "Podia ser politicamente e dizer que não é um tema que não me diz respeito, mas o Wendell merece-me muito respeito porque já o conheço há muito tempo. É verdade que há algum celeuma na situação dele, tem essa vontade ou se foi o outro clube que manifestou essa vontade... O mês de janeiro é sempre muito atribulado, vai fazer-nos ter um olhar criterioso para gerir o mercado e vamos ver... O que me interessa é dizer que o Wendell tem sido um grande profissional, tem sido muito correto, mas tenho que tomar decisões. Há gente que ocupa aquele espaço que me tem dado totais garantias, não só o Moura, como o Galeno e o Zaidu, temos também o Martim e o João Mário podem jogar ali. O que vai acontecer em janeiro, temos de esperar para ver. O que quero é que os grandes reforços sejam os que venham do banco, como com o Midtjylland, ver o Vasco Sousa a ilibar um colega, o Gonçalo Borges a ser comprometido a defender, o Iván Jaime igualmente... Isso é o que conto e espero, reforços a partir de dentro. Marcano está a voltar, Marko Grujic está prestes a regressar, o João Mário também deve estar para breve. Reconheço que temos um plantel extenso e isso leva a alguma insatisfação de jogadores. É um tema sensível, mas os jogadores têm dado boa resposta quanto às decisões tomadas".

Palavras de Eustáquio: "Quando saímos da conferência, foi ver o que ele tinha dito e sinceramente não vejo onde podem pegar para ver algo diferente entre o que eu disse e o que o Stephen disse. Ambos dissemos que a vitória foi escassa, não há grande coisa a contestar, mas isto causou incómodo e não foi dentro do balneário com os colegas. Foi com o Stephen, que no dia seguinte veio ter comigo e estava muito incomodado porque quiseram fazer um problema do que ele disse. Agrada-me muito este sentimento de exigência dos jogadores, é a cultura e o que queremos cultivar aqui dentro, faz parte da essência do FC Porto".

Recuperação mental de Otávio: "Penso que ele falou desse tema no final do jogo na quinta-feira e sublinhou o papel de duas pessoas muito importantes no clube, a Dr.ª Vera e o Dr.º Luís André, e têm feito um trabalho notório com o Otávio. Não é mérito apenas meu ou da equipa técnica, mas de muitas pessoas que têm um papel de relevo nas diferentes áreas de intervenção do clube, ferramentas que temos de recorrer sem vergonha ou fraqueza. A maior ofrça do ser humano é aceitar a sua imperfeição, saber como viver com ela e quando não o conseguimos fazer temos de recorrer a quem é especializado. Essa sempre foi uma área que me disse muito, porque tem uma influência muito grande no rendimento das pessoas e o Otávio teve a capacidade e humildade de perceber que teve de recorrer a essas ferramentas. Até os meus filhos, com oito e 10 anos, recorrem a isso. Também têm um pai que tem uma pancada e é preciso quem os equilibre um bocadinho (risos). É preciso gente que saiba lidar com este tipo de momentos. O Otávio sentiu que era necessário, fê-lo muito bem, há muitos que já o fizeram e só faz bem que os jogadores utilizem estes serviços".

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