Adeus confirmado
A ficha de jogo confirmou as notícias que dominaram a atualidade portista durante o fim-de-semana. Titular diante do Moreirense, Otávio não constou das opções e está a viajar para a Arábia Saudita onde vai ser reforço do Al Nassr. Além do internacional português, Grujic e Wendell (castigado) também não repetiram a presença no onze, com Zaidu e Nico González (em estreia como titular) a merecerem a confiança de Sérgio Conceição.
O técnico portista, tal como Pepe, ainda se encontra a cumprir suspensão relativa aos incidentes da Supertaça. Alan Varela, contratado ao Boca Juniors, teve a estreia adiada por questões burocráticas.
No Farense, José Mota decidiu renovar a ala direita em relação à equipa que perdeu com o Casa Pia. Pastor mais atrás e Belloumi mais na frente estavam encarregados de dar maior rodagem à equipa no lado destro.

Batuta a Eustáquio
Tirando algumas lições do jogo com o Moreirense, Sérgio Conceição aproveitou o que de bom Eustaquio fez em Moreira de Cónegos e entregou as chaves do ataque do FC Porto ao médio canadiano. Foi ele o responsável por desenhar os ataques dos dragões, enquanto Nico González jogava numa linha mais avançada, quer a pressionar, quer a atacar.

E é assim que chega o golo. O antigo médio do Barcelona recuperou alto, numa tentativa de sair a jogar do Farense, Galeno serpenteou pela esquerda e descobriu Toni Martínez (13 minutos). O avançado espanhol confirmou o bom momento, colocando o FC Porto em vantagem.
Alguma serenidade para um dragão que vive momentos de convulsão desde a derrota na Supertaça. Tudo adensado com a saída de Otávio, talvez a maior figura da equipa, para a Arábia Saudita. De resto, o internacional português foi lembrado pelos adeptos ao minuto 25, com aplausos e uma tarja onde apelidavam de “imortal por direito”.
Em campo, o FC Porto controlava a partida e aproveitava-se das faixas para criar perigo. Zaidu, sobretudo, mostrou-se inspirado e conseguiu quase sempre chegar à linha de fundo para colocar a bola na área. É dele, de resto, o canto com Marcano testa a atenção de Ricardo Velho. O guardião algarvio mostrou reflexos apurados a disparo de Toni Martínez na jogada seguinte.

Reveja aqui as principais incidências da partida
Quem não mata…
Qualquer adepto de futebol está familiarizado com um dos ditados mais utilizados neste desporto: quem não marca, arrisca-se a sofrer. E assim foi. Com o estádio do Dragão repleto em ambiente de festa surgiu a primeira nuvem negra.
Num livre ensaiada, Muscat disparou de bicicleta à trave da baliza de Diogo Costa. Não demorou a chegar o resto da tempestade: Aos 45+1 minutos, o FC Porto perdeu a bola na saída, Rui Costa recebeu a bola, tirou Marcano da jogada com um túnel e rematou para o fundo das redes, ajudado pelo ressalto em Fábio Cardoso.
De repente regressavam as dúvidas, o nervosismo e as memórias de semanas convulsas no reino do dragão.
Carreira de tiro
A segunda parte trouxe um Farense confiante e arrojado, inspirado pelo golo. Os algarvios deram o primeiro sinal de perigo, aos 53 minutos, quando Fabrício Isidoro apareceu na área para desviar, mas a bola saiu ao lado.
Contudo, o FC Porto foi agarrando aos poucos no controlo da partida e deu início a uma verdadeira carreira de tiro. Galeno, Toni Martínez e João Mário testaram a atenção de Ricardo Velho. Os dois primeiros viram o guardião do Farense negar o golo com grandes defesas, o último viu a festa sonegada pela barra.

Os minutos iam passado, o nervosismo instalava-se nas bancadas. Perante um Farense com o bloco cada vez mais baixo, o FC Porto sentia dificuldades em penetrar e ia-se alimentando dos rasgos individuais de Galeno e Gonçalo Borges. É, de resto, o internacional sub-21 português que gera a melhor oportunidade dos últimos tempos, mas Ricardo Velho mostrou ótimos reflexos ao desvio de Fran Navarro, faltavam seis minutos para os 90.
Capitão ao resgaste
Os 12 minutos de acréscimos foram marcados pelo assalto final do FC Porto, mais com o coração do que com a razão, frente ao Farense entrincheirado, a agarrar pelos dentes os três pontos e a tentar enervar o adversário.
E parecia que a estratégia ia resultar, mas quando o FC Porto mais precisou, eis que surgiu o capitão. Não tem o peso de Pepe, mas é quem usa a braçadeira quando o internacional português não está e resgatou o FC Porto que parecia desesperar.
Estavam decorridos 90+10 minutos quando Gonçalo Borges bailou pela direita, cruzou para a área e o central goleador apareceu a cabecear para o fundo das redes. Explodiu o Estádio do Dragão.
Pelo segundo jogo consecutivo, o FC Porto sofreu para vencer (Diogo Costa fez uma grande defesa aos 90+15 minutos), mas leva os três pontos e junta-se no topo da tabela a Boavista, Sporting e Vitória de Guimarães. Já o Farense
Homem do jogo Flashscore: Marcano (FC Porto).
