Em relação à derrota com o Marítimo, César Peixoto fez quatro mudanças no Paços de Ferreira. Nuno Lima ficou com o lugar de Maracás no centro da defesa, Luiz Carlos recuperou a titularidade no meio-campo, Zé Uilton relegou Nigel Thomas para o banco e Alexandre Guedes voltou a liderar a frente de ataque.
Quanto ao FC Porto, Sérgio Conceição fez três mudanças em relação à equipa que venceu o Santa Clara. Otávio partilhou o meio-campo com Uribe, Evanilson e Taremi voltaram a partilhar a frente de ataque.

Castor atrevido com um dique bem construído
À entrada para esta partida, o desequilíbrio de forças era evidente. Na luta pelo título, o FC Porto precisava de amealhar mais três pontos para segurar o segundo lugar e manter a perseguição ao Benfica. O Paços de Ferreira, no penúltimo lugar, vê a salvação a oito pontos e depois da derrota do Marítimo queria recuperar terreno até à boia de salvação que pode ser o play-off.
Contudo, César Peixoto mostrou uma estratégia arrojada. A equipa formava um bloco compacto, ao estilo de um dique, para evitar que elementos como Taremi aparecessem entrelinhas, mas não se encostou à sua área. Tentou sempre utilizar uma linha média e uma atitude proativa, que lhe iam motivando alguma recompensa.

Aos quatro minutos, uma recuperação de bola em zona subida deixou Holsgrove na cara de Diogo Costa, mas Pepe salvou o dragão e evitou o remate. Na sequência da jogada, o dono da baliza da Seleção Nacional foi obrigado a defesa atenta após cruzamento de Gaitán.
Estava dado o aviso a um FC Porto que também trazia uma estratégia clara. Com Otávio a assumir-se como lançador, a equipa ia procurando o espaço entre o central e o lateral, com Galeno e Pepê a fazerem diagonais nas costas. Contudo, não funcionou e a equipa de Sérgio Conceição não conseguiu enquadrar um único remate com a baliza de Vekic.

Ainda assim, foi desta forma que viram Fábio Veríssimo assinalar um penálti. Pepê escapou-se a Antunes, que na tentativa de travar o brasileiro, derrubou na grande área. O árbitro da partida foi perentório, mas, convidado a rever as imagens, reverteu a decisão.
Ao invés do esperado, o lance não teve o condão de desestabilizar o FC Porto, mas sim o Paços de Ferreira. Os castores subiram os níveis de agressividades, Fábio Veríssimo respondeu com amarelos e Holsgrove viu dois no espaço de um minuto e deixou a equipa reduzida a 10, na compensação da primeira parte.

Reveja aqui as principais incidências da partida
Sobreviver
Reduzido a 10, o Paços de Ferreira foi forçado a inverter tudo o que tinha pensado. A equipa proativa que se tinha visto na primeira parte entrou em modo de sobrevivência. Com menos um homem e com uma defesa montada com cinco elementos, os castores tentaram ao máximo evitar a torrente de ataques azuis e brancos que se ia aproximando cada vez mais do golo.
Taremi apareceu duas vezes na cara de Vekic e viu o guarda-redes levar a melhor em ambas. Pepê, isolado pelo iraniano, também teve nos pés uma oportunidade de ouro, mas acertou na malha lateral para desespero do banco azul e branco.
Perdido na frente, Alexandre Guedes teve uma oportunidade para brilhar, quando se antecipou a Marcano e percorreu meio-campo em velocidade, mas quando entrou na área estava lá o quarentão Pepe que não perdeu ao sprint e cortou a bola antes desta seguir na direção da baliza de Diogo Costa.
À terceira foi de vez
O golo do FC Porto parecia uma inevitabilidade e chegou aos 66 minutos. À semelhança do que tinha acontecido na primeira parte, os dragões continuaram a explorar o espaço atrás das costas da defesa dos castores e foi num desses lances que Nuno Lima derrubou André Franco.
Chamado a ver as imagens, Fábio Veríssimo considerou, desta vez, infração. E na terceira vez que se viu cara a cara com Vekic, Taremi não perdoou e colocou a bola no fundo das redes.
Estava desfeita a resistência de um Paços de Ferreira que parecia animicamente revigorado depois do duro golpe da semana passada, na Madeira, mas que voltou a ver as circunstâncias virarem-se contra si.
O golo de Toni Martínez (83 minutos), assistido por Namaso que se desmarcou após belo passe de Pepê, foi o golpe final na partida. Acabou definitivamente com as esperanças do Paços de Ferreira e tranquilizou o FC Porto. Até ao apito final, nota para o gesto de Eustaquio que, uma semana após ter tido conhecido da morte da mãe durante o jogo com o Santa Clara, entrou em campo com o nome de Esmeralda, em homenagem à progenitora.
Com este resultado, os dragões recuperam o segundo lugar, com 70 pontos, mais dois que o SC Braga e a um do líder Benfica (defronta o Estoril). Já o Paços de Ferreira segue no 17.º lugar, o primeiro de despromoção direta, com 17 pontos, a cinco do Marítimo, em zona de play-off.

Homem do jogo Flashscore: Otávio (FC Porto)
