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Descontos felizes na Amoreira: Benfica teve de suar para vencer o Estoril (0-1)

Atualizado
Benfica venceu Estoril na 8.ª jornada
Benfica venceu Estoril na 8.ª jornadaLUSA

O Benfica sofreu a bem sofrer para levar de vencida o Estoril. Depois de ter perdido pontos apenas na primeira jornada, o emblema da Luz esteve à beira de deixar fugir mais dois pontos na deslocação à Amoreira, onde encontrou um Estoril bastante personalizado, naquele que foi apenas o segundo jogo de Vasco Seabra à frente dos canarinhos, e só conseguiu marcar nos descontos.

Acompanhe as principais incidências da partida

As notas individuais dos onzes iniciais
As notas individuais dos onzes iniciaisFlashscore

De conservador a revolucionário

Na ressaca da derrota europeia a meio da semana, frente ao Inter (1-0), que podia ter sido bem mais expressiva não fosse o desperdício dos nerazzurri, o Benfica regressou aos jogos da Liga Portugal com o objetivo de voltar às vitórias. E foi feliz. Outrora apelidado de conservador, por pouco ou nada mudar, Roger Schmidt apresentou na Amoreira a sua versão de revolucionário.

Seis. Nem mais, nem menos, foram estas as alterações produzidas no onze titular escolhido para o encontro da 8.ª jornada. Jurásek apareceu na lateral-esquerda, António Silva regressou como esperado ao eixo defensivo, Florentino e Chiquinho no meio, João Mário num dos corredores e Tengstedt na frente de ataque, como referência ofensiva. E para o lugar do lesionado Bah, nada de surpresas: o canivete norueguês Aursnes, pois claro.

As principais estatísticas da partida
As principais estatísticas da partidaOpta by Stats Perform

Assente numa organização com três centrais (3x4x3), o Estoril percebeu desde cedo por onde podia atacar - lado esquerdo da linha defensiva do Benfica. Jurásek andou um pouco perdido na primeira etapa da partida e Rodrigo Gomes foi um dos homens mais solicitados pelos companheiros de equipa. Valeu em determinados momentos o apoio defensivo de David Neres para evitar males maiores para a baliza de Trubin.

Passados 20 minutos, o Benfica percebeu, finalmente, por onde podia ferir o adversário. Ao apresentar uma linha subida, em virtude de uma pressão alta no portador da bola, o Estoril abria espaços nas costas da sua linha defensiva. Chiquinho percebeu isso e recuou para servir um passe açucarado para o dinamarquês Tengstedt... desperdiçar. O primeiro desperdício da noite.

O Estoril respondeu numa transição, com Heriberto Tavares a romper pela esquerda e a cruzar para o mundo de ninguém. Uma pequena amostra de que os canarinhos não estavam apenas focados em defender o nulo. No entanto, a primeira grande oportunidade enquadrada com a baliza contrária pertenceu às águias. David Neres forçou Marcelo Carné à primeira grande defesa da noite, aos 33 minutos.

Pouco depois, Tengstedt voltou a desperdiçar em posição priveligiada, novamente servido de forma perfeita por um companheiro de equipa.

Marcelo Carné e Trubin de mãos dadas

O intervalo chegou na melhor altura para o Estoril, numa fase em que o Benfica parecia crescer no jogo, e o descanso foi bastante positivo para o Estoril, que apareceu ainda mais atrevido para a segunda parte, com Rafik Guitane a ser uma autêntica dor de cabeça para os homens do Benfica.

Aos 50 minutos, um livre de Volnei foi parar diretamente para as mãos de Trubin, até então com pouco trabalho entre os postes, e esse momento foi como um catalisador da vontade estorilista, traduzida, aos 55 minutos, num tiraço de Heriberto Tavares ao poste. Guitane trabalhou muitíssimo bem, Rodrigo Gomes tomou a melhor opção e Heriberto teve pontaria a mais.

Depois desse sobressalto, o Benfica reergueu-se e equilibrou o número de oportunidades. Aos 58 minutos, Otamendi não conseguiu bater o gigante Marcelo Carné e, na recarga, João Mário não teve melhor sorte, ao proporcionar nova defesa ao guardião brasileiro.

Aursnes jogou a lateral direito
Aursnes jogou a lateral direitoSL Benfica/Opta by Stats Perform

Os campeões nacionais ainda viram o árbitro André Narciso assinalar uma grande penalidade a seu favor, aos 63, no entanto, depois de ver as imagens, a decisão viria a ser revertida, por não haver falta sobre Chiquinho no interior da área do Estoril.

O relógio era o pior inimigo da equipa de Roger Schmidt. Sessenta, setenta, oitenta minutos... E Otamendi desperdiçava na cara de Marcelo Carné. Mãos na cabeça e faltava pouco mais de dez minutos para evitar um deslize na Amoreira.

No entanto, a crença foi para lá dos 90. Num lance de bola parada, Petar Musa amorteceu para a zona onde viria aparecer António Silva para desatar o nó da igualdade e fixar o 0-1, com um cabeceamento certeiro e levar os muitos adeptos presentes no António Coimbra da Mota à loucura.

Nos instantes finais, Marcelo Carné ainda subiu à área contrária, numa tentativa desesperada pelo empate, que só não apareceu porque António Silva estava no caminho da baliza encarnada e evitou o 1-1. Festejou tanto ou mais do que na altura do golo e não era para menos. 0-1 e três pontos para o Benfica, que dorme esta noite na liderança isolada da Liga Portugal.

 

Melhor em campo Flashscore: António Silva (Benfica)