Recorde as incidências da partida
Havia muitas dúvidas antes da partida, no que aos onzes iniciais dizia respeito, e elas acabaram por se justificar, perante as surpresas reservadas por ambos os treinadores.
Do lado do Benfica, Roger Schmidt manteve David Neres no onze e juntou-lhe Di María, confirmando assim que existe compatibilidade entre o brasileiro e o argentino, prescindindo do equilíbrio do internacional português João Mário.
Já do lado do FC Porto, sem Pepe e com Fábio Cardoso ao lado de David Carmo, como seria expectável, a grande surpresa de Sérgio Conceição surgiu no meio-campo, com a aposta em Romário Baró, que não era titular desde... setembro de 2020, com Iván Jaime a começar no banco de suplentes. Fran Navarro e Jorge Sánchez, esses, ficaram na bancada, em relação à comitiva que viajou, na quinta-feira, rumo a Lisboa, entranto Gonçalo Borges à última hora na ficha de jogo, no lugar do lateral mexicano.

Entrada forte, resposta pronta
Logo no primeiro minuto, Diogo Costa arriscou, quase perdia a bola perante a pressão de David Neres, com a bola a sobrar para Di María, que rematou por cima da barra. Respondeu o FC Porto, por Eustaquio, num tiro de meia distância, desviado.
Aos 16 minutos foi Galeno a fugir pela esquerda, com Wendell nas suas costas, mas o extremo preferiu o lance invidual, derivou para o meio e rematou muito ao lado da baliza de Trubin.
Dejá-vu de Eustaquio
Após a entrada forte do Benfica, o FC Porto rapidamente conseguiu equilibrar, com vários duelos ganhos a meio campo. Porém, aos 19 minutos, da segunda vez que David Neres fugiu pela esquerda, Fábio Cardoso derrubou-o e João Pinheiro, sem contemplações, mostrou o cartão vermelho direto ao central do FC Porto.
O clássico começou quente, rapidamente o caldeirão transbordou, com os protestos azuis e brancos e o jogo interrompido durante mais de três minutos. Um ano depois de Eustaquio ter sido expulso, novo vermelho ao FC Porto numa primeira parte, na Luz, mostrado pelo mesmo João Pinheiro.
Aos 25 minutos Sérgio Conceição lançou então o central Zé Pedro, em estreia absoluta na Liga, prescindindo do médio Romário Baró, a tal surpresa preparada para o clássico.
A verdade é que quem ficou perto do golo foi mesmo o FC Porto, aos 29 minutos, com Taremi a surgir na cara de Trubin, que conseguiu a defesa perante o avançado iraniano.
Aos 32 minutos foi Diogo Costa, por duas vezes, a negar o golo ao Benfica, depois de um cruzamento de David Neres que Alan Varela cortou na direção da baliza.
VAR chamado e nervos à flor da pele
Aos 34 minutos Rafa ganhou na velocidade a David Carmo, foi derrubado pelo central do FC Porto. João Pinheiro mostrou amarelo, foi chamado por Artur Soares Dias mas manteve a decisão - no meio dos protestos dos dragões, saiu outro cartão, para Taremi.

Aos 40 minutos foi Pepê a ganhar espaço, em zona frontal, a rematar colocado e Trubin, num enorme voo, a negar o 1-0 para o FC Porto.
Aos 45+2', numa jogada quase sempre ao primeiro toque, e com Aursnes, a dois, sem a bola tocar no chão, a servir Di María, o argentino rematou de primeira mas por cima da baliza de Diogo Costa.

Ao ferro e ao Diogo
Sem alterações nas duas equipas para a segunda parte, o Benfica voltou a entrar melhor e logo aos 47 minutos valeu David Carmo ao FC Porto, cortando o cruzamento de Bah que Musa já esperava na área para finalizar.
Aos 51 minutos, novamente Musa, agora num cruzamento rasteiro de Neres que o avançado croata desviou mas ao lado da baliza de Diogo Costa.

Aos 53 minutos, num remate de primeira, colocado, após um pontapé de canto, Kokçu acertou no poste esquerdo da baliza de Diogo Costa.
Logo depois, aos 56 minutos, Di María a servir David Neres, que driblou Pepê e, só com Diogo Costa pela frente, permitiu uma enorme mancha do guarda-redes do FC Porto. Um minuto depois, Otamendi a surgir ao segundo poste, no desvio mas ao lado.
Carregava o Benfica, tentava respirar o FC Porto. Sérgio Conceição ainda chamou André Franco, voltou a mandar o médio sentar-se e foi Roger Schmidt a mexer, lançando Arthur Cabral no lugar de Musa, aos 66 minutos.
Podem jogar ambos, sim
Aos 68 minutos surgiu aquilo que começava a pairar no Estádio da Luz: o golo do Benfica, apontado por Di María: Kokçu abriu para Aurnes, o norueguês serviu Neres e este cruzou para Di María, do lado contrário, rematar, com a bola a ainda desviar em Wendell, trocando as voltas a Diogo Costa.
Aos 72 minutos, grande cruzamento de Kokçu e Otamendi, num remate colocado, a rematar ligeiramente por cima da baliza de Diogo Costa.
Risco para a reta final
A dez minutos do final, em desvantagem no marcador, e mesmo em inferioridade numérica, Sérgio Conceição assumiu o risco, lançando Francisco Conceição e Toni Martínez nos lugares de Wendell e Pepê, acrescentando Iván Jaime no lugar de Alan Varela, cinco minutos depois. Ao mesmo tempo, Roger Schmidt tirava Di María e David Neres, lançando João Mário e Jurásek.
Antes do apito final, Roger Schmidt ainda colocou Tengstedt no lugar de Rafa, o apito final (e a festa) aparecem logo depois e, claro, com ânimos exaltados entre jogadores. Escusado.

Homem do jogo Flashscore: David Neres (Benfica)
