Recorde aqui as incidências do encontro
A vitória em Vizela (0-2) parece ter dado bons sinais a Sérgio Conceição que voltou a apostar no mesmo onze, com Jorge Sánchez e Francisco Conceição no flanco direito, e a surpresa foi mesmo Galeno ficar fora da ficha de jogo. Por seu lado, Vasco Seabra abdicou de Koindredi e Heriberto Tavares, lançando João Marques e Mateus Fernandes.

Desperdício começou cedo
Já a pensar na jornada europeia a meio da semana, os dragões entraram decididos a arrumar cedo com o encontro, mas não contavam com a falta de eficácia do ataque. O jogo até começou bem, com Evanilson a fazer um cabrito e a cruzar para o remate desviado de João Mário. Logo a seguir, Volnei Feltes derrubou Eustáquio na grande área e foi assinalada grande penalidade. Na conversão, Mehdi Taremi deu a entender para onde ia rematar e Marcelo Carné segurou o nulo. Ainda não foi desta que o iraniano marcou no Dragão esta época.
O Estoril demonstrava muitas dificuldades para travar o ímpeto portista e recorria muitas vezes a faltas - daí os quatro cartões amarelos no primeiro tempo -, mas desengane-se que a turma da Linha foi à Invicta defender. Aos 22 minutos, Guitane começou a abrir o livro, soltou para Rodrigo Gomes cujo cruzamento foi desviado e obrigou Diogo Costa a sacudir para canto.
Na outra área, o FC Porto continuava a construir e a desperdiçar. Francisco Conceição ia fazendo gato sapato dos defesas, ganhando inúmeros duelos individuais. No entanto, faltava sempre algo, maioritariamente pontaria. Aos 33 minutos surgiu a oportunidade mais flagrante, o baixinho tirou Tiago Araújo da frente, cruzou para a pequena área onde Evanilson de primeira disparou ao lado.
Os estorilistas iam espreitando o contra-golpe para ameaçar. Bernardo Vital fez um passe que rasgou linhas e deu aso ao remate de Rodrigo Gomes, bloqueado atempadamente por João Mário. A melhor oportunidade surgiu aos 40 minutos, num mau passe atrasado de Pepe, que terminou com Guitane a deixar três homens para trás na área antes de David Carmo fechar-lhe a porta. Já em tempo de descontos, Jorge Sánchez ficou perto do golo por duas vezes no mesmo lance, na última dos quais valeu Volnei Feltes a afastar em cima da linha de golo.

Um momento para respirar
A estatística avançada mostrava 2.14 golos esperados (xG) para o FC Porto na primeira parte e os olhares recaíam sobre os dois nomes em destaque até ao descanso: Francisco Conceição nos azuis e Guitane nos canarinhos. A segunda parte começou da mesma forma, sem alterações, e com os dois extremos a ficarem perto de inaugurar o marcador.

Após um período sem lances capitais, coube a Vasco Seabra inaugurar a folha de substituições com as entradas de Heriberto e Cassiano pelos dos Marques, Alejandro e João. Conceição respondeu de seguida e sem meias medidas: Nico, Gonçalo Borges e Toni Martínez renderam Varela, Jorge Sánchez e o infeliz Taremi.
Penálti? Livre? Para ele é igual...
Não faltava intensidade na partida - Nico viu amarelo na primeira falta que fez depois de uma série de duelos físicos -, mas começavam a faltar lances de perigo. Eustáquio tentou ameaçar de longe e saiu por cima, do outro lado David Carmo derrubou Guitane, Tiago Martins assinalou grande penalidade, mas o VAR entrou em ação porque a falta foi cometida fora da grande área.
Jordan Holsgrove encolheu os ombros, ajeitou a bola e rematou em jeito por cima da barreira e ao ângulo superior da baliza, sem hipóteses de defesa para Diogo Costa. O balde de água gelada juntou-se à chuva que caiu no Porto.
Pressão até ao fim
André Franco e Namaso foram as últimas fichas dos dragões na procura da reviravolta, embora o recém-entrado Wagner Pina tenha ficado perto de aumentar a vantagem num lance de insistência. O ponta de lança espanhol do FC Porto quase tinha impacto imediato, mas o seu cabeceamento foi bem à figura de Carné. No primeiro de oito minutos de descontos, valeu novamente a linha defensiva do Estoril a evitar o golo certo de David Carmo, agora com Volnei Feltes a dar o corpo às balas.
A pressão do FC Porto incidia-se sobre a pequena área adversária, mas não havia arte, muito menos engenho na hora de finalizar. David Carmo teve nova hipótese e tocou de raspão, Gonçalo Borges pediu licença para rematar e perdeu tempo. Quem não teve meias medidas foi Pepe que disparou de muito longe e ganhou um canto, com a bola a sair perto da trave.
Mas Carné o Estoril seguraram o triunfo fulcral para as contas e para a confiança dos canarinhos, que desta forma saltam, provisoriamente, cinco posições e fogem à zona de despromoção. Já o FC Porto mantém-se no terceiro lugar e pode ficar a seis do líder Sporting.
Homem do jogo Flashscore: Marcelo Carné (Estoril).
