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Fredrik Aursnes e o trunfo da polivalência

Fredrik Aursnes no jogo com o Sporting
Fredrik Aursnes no jogo com o SportingSL Benfica
O internacional norueguês foi chave na forma como o Benfica conseguiu desbloquear o jogo diante do Sporting. Começou como lateral-direito, mas acabou a jogar mais à frente, onde conseguiu ter influência.

Contratado ao Feyenoord no início da época, Fredrik Aursnes pode acabar a temporada como campeão dos Países Baixos e de Portugal. Se na Eredivisie o clube de Roterdão já fez a festa, na Liga, os encarnados vão para a última jornada com tudo por decidir ainda.

Contudo, aconteça o que acontecer nos últimos 90 minutos da temporada dos encarnados é seguro dizer que Aursnes é uma das peças-chave do Benfica. Polivalente, o jogador de 27 anos assumiu-se como um dos homens da confiança de Roger Schmidt.

Chegou já perto do final de agosto, com o comboio em andamento e só pegou de estaca no onze em outubro quando mostrou a polivalência que agora lhe é reconhecida por todos. Membro no duplo-pivô do meio-campo do Feyenoord, Aursnes começou a destacar-se como extremo direito no Benfica, numa exibição em casa do PSG que lhe valeu reconhecidos elogios.

É nessa posição em que se afirma, num sistema do Benfica em que os jogadores que partem das faixas ofensivas acabam por derivar para o meio e funcionar como médios mais ofensivos no apoio ao ponta-de-lança. Neste final de época foi chamado a fazer a posição de lateral-direito (estreou-se assim diante do Inter, na segunda mão dos quartos de final da Liga dos Campeões) e desde então parece ter agarrado o lugar, mesmo com a presença de Alexander Bah na convocatória.

Os onzes em Alvalade
Os onzes em AlvaladeFlashscore

Foi assim que entrou em Alvalade, no dérbi com o Sporting, e protagonizou uma primeira parte pouco exuberante (como toda a equipa, de resto). Sem as rotinas naturais de uma lateral de equipa de grande, o nórdico preocupou-se mais em proteger-se das investidas de Pedro Gonçalves e não conseguiu dar tanto apoio ofensivo, isto numa faixa em que João Mário deriva naturalmente para o meio. Por ali, o Benfica não conseguiu criar profundidade.

O posicionamento médio do Benfica
O posicionamento médio do BenficaOpta by Stats Perform, SL Benfica

Foi só quando passou para a frente, ocupando o lugar de João Mário, que Aursnes conseguiu realmente ter influência no jogo. Com liberdade para deambular no meio-campo ofensivo, o médio de 27 anos mostrou a inteligência acima da média, conseguiu encontrar os espaços certos para provocar superioridade contra os laterais do Sporting e desbloquear o jogo com a ajuda de Grimaldo e Bah (lançado ao intervalo), nas faixas. Tornou-se mais ativo e arriscou mais nos passes, sobretudo feitos já dentro da metade do campo leonina, e contribuiu com um golo.

Os passes feitos por Aursnes
Os passes feitos por AursnesOpta by Stats Perform, AFP

Uma polivalência que lhe está a valer o bom e o mau de um Benfica que está recta final de olhos postos no 38.º título do palmarés.