
A pausa internacional chegou em bom momento para as duas equipas que se encontravam em queda na tabela classificativa, com derrotas consecutivas.Com poucos internacionais e muito tempo para trabalhar, Vítor Campelos aproveitou para introduzir novidades no onze do Gil Vicente. Martim Neto, Murilo, Félix Correia e Depú entraram para o onze pela primeira vez, de forma a dar dinamismo do meio-campo para a frente.
No lado do Estoril, Álvaro Pacheco também promoveu quatro internacionalizações. Volnei regressou ao lado direito da defesa, Koba estreou-se a titular, Cassiano e Heriberto Tavares surgiram na frente de ataque.
Pontapé na crise
As duas equipas entravam em campo desesperadas por pontos, mas talvez mais urgência para a equipa da casa. Depois de um arranque fenomenal (goleada ao Portimonense), o Gil Vicente tinha somando por vitórias os restantes jogos e começava a surgir alguma desconfiança entre os homens de Vítor Campelos.
Algo que Pedro Tiba, um dos mais experientes do plantel fez desaparecer. Com função de médio mais defensivo, o português de 35 anos oferece também qualidade ofensiva e sempre que sobe uns metros é um perigo, conforme o Estoril descobriu.

Aos 9 minutos, Félix Correia concentrou a atenção de vários adversários numa jogada pela esquerda, e libertou para Tiba. Com espaço à entrada da área, não hesitou e colocou a bola fora do alcance de Dani Figueira.
Ameaçar vs concretizar
O golo deu alento ao Gil Vicente que ficou perto do segundo logo a seguir (Dani Figueira negou a Depú, aos 12 minutos). Contudo, o Estoril abanou e não caiu. Foi reerguendo-se e ficou também perto de festejar com Volnei (31 minutos) a acertar no poste e Heriberto (33 minutos) a desperdiçar o brinde de Leonardo Buta.
E se o Estoril ameaçou, o Gil Vicente concretizou. Eficaz, a equipa de Vítor Campelos chegou ao segundo golo aos 39 minutos, por aquela que tem sido uma das figuras da equipa esta temporada. Maxim Domínguez viu um primeiro remate rechaçado, mas a recarga foi certeira.
Mais desesperado ficou Álvaro Pacheco aos 45+1 minutos, quando Heriberto tocou a bola coma a mão na sequência de um canto. Murilo não desperdiçou e colocou a vantagem em 3-1, sendo que minutos antes Cassiano teve um golo anulado por fora de jogo.
Reveja aqui as principais incidências da partida

A revolta da juventude
O segundo tempo trouxe alterações no Estoril. A precisar de acordar a equipa, Álvaro Pacheco apostou em três jovens internacionais portugueses – João Marques, Mateus Fernandes e Rodrigo Gomes – e foi recompensado.
A juventude promoveu uma revolta na apatia estorilista da primeira parte e resultou em golo logo aos 51 minutos. Guitane serpenteou pelo meio do bloco do Gil Vicente e descobriu Rodrigo Gomes. O internacional sub-21 atirou de primeira e viu a bola desviada pelo braço de Zé Carlos.
Penálti assinalado e Cassiano chamado a converter. O avançado brasileiro não desperdiçou e devolveu a esperança às hostes canarinhas.
Ataque, ataque, ataque
O sentimento de que o Estoril poderia levar algo mais da partida desapareceu quase instantemente. Dois minutos depois de Cassiano ter reduzido, Félix Correia voltou a repor a vantagem de dois golos, com um belo remate de fora da área.
E para não deixar qualquer dúvida quanto ao resultado, o quinto golo do Gil Vicente chegou pouco depois. Canto marcado por Domínguez e Depú saltou mais alto que toda a gente para colocar a bola no fundo das redes.
Sem nada a perder, o Estoril lançou-se novamente para a frente, e voltou a reduzir. Aos 61 minutos, Rodrigo Gomes trabalhou pela esquerda, colocou em Cassiano que serviu João Marques para o 5-2.
Ninguém recua
O tema do antijogo é uma constante no futebol português. Em vantagem acusa-se as equipas ditas pequenas de recuarem e preocuparem-se em demasia com aspecto defensivo. Ora quem se deslocou a Barcelos viu exatamente o contrário.
Com bons executantes e bons treinadores, Gil Vicente e Estoril perceberam que a melhor defesa é o ataque e nunca desistiram de colocar em sentido a defesa adversária. Óbvio que em desvantagem, o conjunto de Cascais teve maior caudal e acabou recompensado.
Minutos depois de atirar ao poste, Cassiano foi bafejado pela sorte. Aproveitando uma bola perdida num canto, o avançado tentou um pontapé de bicicleta e contou com a ajuda de Andrew, pouco lesto a afastar, para fazer o terceiro golo do Estoril.
Um momento de boa nota técnica a fechar uma bela partida de futebol. Sorrir o Gil Vicente que regressou às vitórias e ocupa agora o nono lugar com seis pontos. Dissabor maior para o Estoril, que está no 16.º posto, com três pontos.

Homem do jogo Flashscore: Maxime Domínguez (Gil Vicente).
