Recorde as principais incidências da partida
A mudança de sistema parece que veio para ficar no Benfica. Depois da vitória contra o Arouca, para a Taça da Liga, que marcou o regresso da linha de três centrais, Roger Schmidt deu mostras de que terá ficado satisfeito com o que viu a meio da semana e decidiu repetir o onze para a deslocação a Chaves, importante para as águias após o empate caseiro na última jornada.
No lado contrário, Moreno promoveu quatro alterações em relação à derrocada que foi o último encontro dos flavienses, marcado pela goleada sofrida em Guimarães, embora mantendo o mesmo sistema, um pouco semelhante ao adversário desta tarde.
Domínio inconsequente
Em termos práticos, o Chaves assistiu de forma passiva a um claro domínio em termos de posse (70% contra 30% ao intervalo) dos encarnados, que este sábado vestiram de branco, mas não sofreu muito com isso. Os homens de Schmidt mostraram algumas fragilidades no novo sistema, notórias através da falta de elementos outrora característicos do conjunto lisboeta: velocidade e bom aproveitamento da profundidade.
Com Gonçalo Guedes como falso 9, João Mário encostado ao meio e Rafa muito preso de movimentos, sentiu-se do lado do Benfica uma clara falta de ligação e alguma ausência de clarividência no último terço. Salvou-se a boa prestação defensiva de Morato, a estancar os contra-ataques esporádicos da equipa de Moreno, sobretudo pelos corredores, onde as águias pareciam mais desprotegidas.
Um remate de Otamendi para defesa segura de Hugo Souza, aos 36 minutos, e outro de Di María, aos 38, por cima da baliza flaviense foram aquilo que os campeões nacionais de melhor conseguiram fazer nos primeiros 45 minutos. Schmidt não podia estar satisfeito.
No recomeço, o treinador germânico deixou Guedes no banco e lançou Arthur Cabral para a frente de ataque, numa clara tentativa de oferecer a referência ofensiva que tanto faltou na primeira parte. Ainda assim, a primeira oportunidade da etapa complementar pertenceu à equipa da casa, com Leandro Sanca a rematar cruzado, com a bola a rasar o poste da baliza de Trubin.
João Neves apontou o caminho
Pouco antes da hora de jogo, uma luz ao fundo do túnel. Era João Neves. O jovem médio convertido a ala inventou uma oportunidade de ouro, com ginga de extremo, e serviu Arthur Cabral para este desviar para o fundo da baliza transmontana. João Correia ainda impediu o golo do brasileiro, mas não conseguiu evitar a emenda de Aursnes.
A resposta da equipa da casa surgiu no imediato, com Bruno Langa a desferir uma autêntica bomba à barra da baliza benfiquista, com Trubin ainda a desviar a bola com a ponta dos dedos. Um alívio para Roger Schmidt.
O domínio voltou para o lado dos visitantes e o segundo golo apareceu graças a uma grande penalidade (muito duvidosa) assinalada por alegada falta de Bruno Langa sobre João Neves. Há efetivamente mão do lateral moçambicano na cara do internacional português, mas parece uma decisão demasiado exagerada do árbitro, que provocou a fúria de Moreno (expulso).
Sem estar diretamente ligado ao assunto, João Mário mostrou que não era nada com ele e limitou-se a cumprir a sua missão: bola para o lado, Hugo Souza para o outro e 0-2 a sair da marca dos onze metros. Tudo mais simples para as águias.
O Benfica ainda chegou a festejar o terceiro, da autoria de Musa, mas Arthur Cabral estava nove centímetros adiantado no início da jogada e o vídeo-árbitro (VAR) auxiliou Hélder Malheiro para este anular o tento ao avançado croata. Mas a vitória não fugiu.
Melhor em campo Flashscore: João Neves (Benfica)