Recorde as incidências da partida
Na ressaca da derrota europeia, em casa, diante do Real Madrid, um autêntico dilúvio em Barcelos para receber o SC Braga. Artur Jorge manteve a confiança no onze que perdeu 1-2 com os merengues, exceção feita a Vítor Carvalho, preterido para dar mais vocação ofensiva à equipa, com Abel Ruiz a titular.
Do lado do Gil Vicente, e em comparação com o último jogo para a Liga, Vítor Campelos perdeu Andrew, na seleção sub-23 do Brasil, e Depú, lesionado, tendo ainda optado por retirar Murilo da equipa inicial.
O jogo começou a bom ritmo, apesar do estado do relvado, com a chuva torrencial que ia caindo, e aos sete minutos Abel Ruiz testou pela primeira vez o guarda-redes Vinícius, em estreia na Liga.
Respondeu o Gil Vicente, em contra-ataque, aos 14 minutos, com remate de Félix Correia para Matheus segurar.
Aos 18' foi novamente o SC Braga a surgir com perigo, mas o remate de Zalazar saiu ao lado.
Serdar, a primeira vítima
E com o relvado cada vez mais difícil para os jogadores, Serdar, central do SC Braga, acabou por ser a primeira vítima da água que se ia acumulando no tapete: aos 31 minutos, o defesa turco falhou o corte, deixou a bola passar por baixo do pé a Baturina, isolado, aproveitou para fazer o 1-0, naquele que foi o seu segundo golo na Liga.
Logo depois, aos 24', o Gil Vicente podia ter dilatado o marcador, quando Félix Correia ganhou espaço e, com a bola quase em cima da linha de golo, Baturina não conseguiu tocá-la para o bis.
O SC Braga tentou reagir, a relva e a boa organização gilista não ajudaram, mas aos 40 minutos Ricardo Horta teve espaço para visar a baliza de Vinícius, que defendeu, com Djaló, na insistência, a assistir Banza para o tiro à malha lateral da baliza do Gil Vicente.
Em cima do intervalo, três minutos para lá dos 45', novamente Ricardo Horta, agora em jeito, mas com a bola a passar muito por cima da baliza.
Niakaté, a segunda vítima
Para a segunda parte Artur Jorge mexeu no onze, lançando André Horta para o lugar de Zalazar e, logo aos 50 minutos, Abel Ruiz protagonizou a primeira ocasião de golo, rematando por cima quando estava em boa posição.
E se Serdar errou no 1-0 para o Gil Vicente, aos 55 minutos foi Niakaté, o outro central do SC Braga, a cometer penálti sobre Baturina, vendo mesmo o cartão vermelho direto.
Na transformação do castigo máximo, Maxime Domínguez, com qualidade e tranquilidade, bateu Matheus e fez o 2-0 para o Gil Vicente.
Um guerreiro com mais três vidas
Mesmo em inferioridade numérica, e a perder por 0-2, o SC Braga não se dava por vencido. Já depois de Vítor Campelos ter trocado Maxime Dominguez, autor do segundo golo, por Marlon, aos 68 minutos, os minhotos voltaram a entrar na discussão do resultado, com o golo de Banza, aos 72 minutos, servido por Serdar, a aproveitar um ressalto ao segundo poste para rematar, rasteiro, por entre as pernas de Vinícius.
Vítor Campelos voltou a mexer, colocando Gbane no lugar de Martim Neto, quando também Artur Jorge acrescentava Rony Lopes no lugar de Joe Mendes.
E a verdade é que o treinador do SC Braga acertou nas substituições, pelo menos na primeira, porque seria André Horta, lançado ao intervalo, a restabelecer e igualdade, aos 78 minutos, num livre direto, de longe, mas com Vinícius traído pela barreira, sem ver a bola partir.
Com o jogo empatado, o SC Braga queria mais, mesmo em inferioridade numérica, e Artur Jorge, desde o banco, acrescentou experiência, com João Moutinho e Pizzi nos lugares de Borja e Djaló.
Os minhotos deixavam de ter os dois laterais de origem mas voltavam a ser... Horta. André Horta. O médio, que entrou ao intervalo, e que ainda não tinha marcado esta temporada, bisou aos 82 minutos, operando a incrível reviravolta, com Pizzi a tentar o desvio, mas sem tocar, e com Vinícius, uma vez mais, muito mal na fotografia, nesta sua estreia na Liga na baliza gilista.
Vítor Campelos também acertou
Depois de ter estado a ganhar por 2-0, e a perder por 3-2, com mais um em campo, Vítor Campelos esgotou as substituições, arriscou tudo aos 87 minutos e lançou Roan Wilson, Miguel Monteiro e Murilo, tirando Zé Carlos, Fujimoto e Pedro Tiba.
E se Artur Jorge acertou com a aposta de André Horta, Vítor Campelos não se ficou atrás com a aposta em Roan Wilson, com o ponta de lança costa-riquenho a estrear-se a marcar pelo Gil Vicente, ao terceiro jogo, aos 89 minutos. Foram, de resto, três jogadores saídos do banco a fabricar o 3-3: Marlon no lançamento, Miguel Monteiro a colocar a bola no centro da área e Roan Wilson a surgir para a finalização.
Já dentro dos sete minutos de compensação dados pelo árbitro Hélder Malheiro, Banza cabeceou ao lado, aos 90+4', após canto de Horta. No minuto seguinte, Murilo correu vários metros mas, na cara de Matheus, permitiu a defesa do guarda-redes do SC Braga, antes de Roan Wilson, aos 90+5', servido por Marlon, cabecear ao lado.
O jogo acabou momentos depois, com ambas as equipas frustradas, esgotadas e, sobretudo, com sentimento de que, no pesadíssimo relvado de Barcelos, deram tudo o que podiam.
Homem do jogo Flashscore: André Horta (SC Braga)