Recorde as principais incidências da partida
Num misto de apresentação e antevisão à partida com o Estrela da Amadora, que marcava o regresso de Jorge Simão ao Boavista, o novo treinador dos axadrezados destacou a própria loucura no momento de ansiedade pelo regresso a uma casa onde foi feliz e onde é acarinhado.
No Bessa, Jorge Simão podia ser encarado como uma espécie de Petit 2.0, tendo em conta a forma como é visto pela maioria dos adeptos, mas não há dúvidas que a decisão do treinador foi arriscada. A saída do Académico de Viseu, onde não estava a viver um bom momento, colocou em risco a forma como o próprio técnico pode ser encarado no futuro pelos adeptos do Boavista.
Numa primeira parte que de louca não teve assim tanto, as oportunidades para Boavista e Estrela, duas equipas aflitas na luta pela manutenção e com Simão como elo de ligação (o técnico foi médio da formação da Reboleira), foram poucas, mas boas.
O público entusiasmou-se com o regresso de Jorge Simão, qual D. Sebastião no Bessa, e pela primeira iniciativa de Bruno Onyemaechi, que colocou Rúben Brígido em xeque logo ao primeiro minuto de jogo. Sinal positivo, portanto.
A entrada foi forte, intensa, quase uma loucura que não deu em golo porque Bozeník viu Brígidio afastar para longe um remate cruzado, aos 13 minutos, mas assim que o Estrela conseguiu estabilizar, por pouco não aproveitou para ferir um Boavista onde faltam soluções, mas também alguma organização.
Léo Jabá (16') esteve perto de abrir o marcador num cruzamento que saiu na direção da baliza axadrezada e só foi parado pela trave e a partir daí, apesar de nova tentativa de Bozeník, a intensidade boavisteira desapareceu.
Um erro de Pedro Malheiro fez com que João Gonçalves evitasse o golo de Kikas, que minutos antes já tinha visto o internacional sub-21 português negar as suas intenções, mas um dos momentos do jogo aconteceu na área oposta e não envolveu qualquer remate - Bozeník sentiu um toque e saiu lesionado, dando lugar a Martim Tavares.
Se o poder de fogo boavisteiro já não era muito, passou a ser ainda mais reduzido a partir daí e o Estrela, sem ser dominador, aproveitou essa ausência no início da segunda parte.
A equipa de Sérgio Vieira veio mais forte dos balneários, mas precisou de um momento de génio de Rodrigo Pinho. Dois minutos depois de sair do banco, o avançado brasileiro, que passou sem sucesso pelo Benfica, fez um golaço de livre direto, surpreendendo João Gonçalves com um remate ainda bem distante da baliza axadrezada.
Apesar das adversidades, sentiu-se no Bessa um ar diferente, o ar de um público que acreditava na loucura do seu treinador, mesmo quando Jorge Simão foi ao banco chamar o defesa-central Sasso para o colocar... a ponta de lança.
Os adeptos acreditaram e os jogadores foram na onda. Bruno Brígido fez uma defesa incrível a remate de Martim Tavares aos 90', mas um pontapé de canto acabou por resultar no golo do empate de Abascal, que o guarda-redes brasileiro não evitou por muito pouco. Um final... de loucos!
Homem do jogo Flashscore: Rodrigo Abascal (Boavista)