As horas que antecederam o pontapé de saída do clássico entre Sporting e FC Porto geraram alguma ansiedade aos adeptos do Sporting, nomeadamente devido às questões na defesa. Após saber-se que Coates não ia a jogo, o onze saiu com uma surpresa: 1067 dias depois, Eduardo Quaresma voltava a ser titular.

Com apenas 67 minutos em jogos oficiais esta época, o central de 21 anos foi lançado no lado direito da defesa com a missão de, em conjunto com Geny Catamo, proteger as investidas de um inspirado Galeno, acabado de fazer uma exibição excelente na Liga dos Campeões.

E o que é certo é que Eduardo Quaresma esteve à altura da ocasião. De acordo com o algoritmo do Flashscore, foi o central com melhor pontuação do Sporting e conseguiu reduzir Galeno à terceira pior pontuação de entre os titulares do FC Porto.

Feitas as contas, foram oito duelos ganhos pelo internacional sub-21 português, que esteve ao lado dos consagrados, mas também jovens, Gonçalo Inácio e Ousmane Diomande, durante 61 minutos.

E a exibição podia ter sido coroada com uma bela assistência para Viktor Gyökeres, numa arrancada com a bola controlada (característica que apresentava na formação), mas o lance acabou por ser anulado devido a uma falta.

De Tondela à passagem pela Alemanha

Formado no Sporting, Eduardo Quaresma foi, curiosamente, um dos jovens do atual plantel que teve oportunidade mais cedo na equipa principal. Estreou-se no plantel principal na 25.ª jornada de 2019/20, num empate com o Vitória SC, em que foi titular ao lado de Mathieu e Coates.

Rúben Amorim já era o treinador e o central, então com 18 anos parecia destinado ao estrelato, muito antes de um tal de Gonçalo Inácio, cuja estreia oficial só aconteceu na época seguinte (2020/21).

Contudo, a aquela que seria a época de afirmação acabou por não correr como desejado, pelo menos do ponto de vista individual. Fez apenas três jogos na época do título e foi perdendo espaço e importância nas escolhas de Rúben Amorim perante Coates e Feddal e a ascensão de Gonçalo Inácio.

Para crescer, seguiu-se um empréstimo bem-sucedido a Tondela. Disputou 30 das 42 partidas do emblema beirão, marcou dois golos, mas acabou por experienciar a descida de divisão, um ano depois de se ter sagrado titular.

Ainda sem espaço no plantel em 2022/23 teve a primeira experiência no estrangeiro. Em entrevista ao Zerozero revelou que o objetivo de Rúben Amorim foi tirar o jogador da zona de conforto e seguiu para o Hoffenheim, da Alemanha. Acabou por disputar apenas quatro partidas pelo emblema da Bundesliga, numa viagem que em termos desportivos acabou por não ter o efeito desejado.

Após uma boa pré-época ficou no plantel de Rúben Amorim para 2023/24, mas sem somar grandes minutos. Apesar dos problemas físicos de St. Juste, viu Neto e Ricardo Esgaio serem opções para a defesa à sua frente, isto antes do clássico desta segunda-feira.

Uma boa exibição contra o FC Porto terá sido o ponto de viragem?