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Os opostos atraíram-se e ninguém se ficou a rir: Boavista empata com Famalicão (2-2)

Salvador Agra a disputar a bola com Liimata
Salvador Agra a disputar a bola com LiimataOpta by Stats Perform, LUSA
Num jogo em que se defrontaram um dos melhores ataques da Liga e a melhor defesa do campeonato, ninguém ficou com os três pontos. A partida no Bessa teve todos os condimentos para um bom jogo de futebol: intenso, com golos, alguma emoção e reviravoltas. Boavista chegou a ter os três pontos na mão, mas acabou por deixar escapar a vitória com um erro próprio.

Depois de uma manhã complicada, em que o corpo clínico do clube protestou contra os salários em atraso e não se realizou o habitual treino matinal, o Boavista apresentou-se neste regresso a casa com apenas uma cara nova. Vukotic surgiu no meio-campo para render Seba Pérez, que foi expulso diante do SC Braga.

No que toca ao Famalicão, João Pedro Sousa fez apenas duas alterações. Riccieli (suspenso) foi rendido por De Haas, enquanto Liimatta surgiu no lado esquerdo do ataque, que foi pertença de Puma Rodríguez.

As notas dos jogadores
As notas dos jogadoresFlashscore

Confirmar os créditos

O jogo no Estádio do Bessa tinha vários atrativos. Duas das equipas a praticar o melhor futebol em Portugal, com dois treinadores inteligentes a nível tático e também dois opostos na tabela: se o Boavista era um dos melhores ataques da Liga, o Famalicão era, de longe, a melhor defesa, com apenas três golos sofridos em seis jornadas.

E o conjunto de João Pedro Sousa não quis deixar os créditos por mãos alheias. Depois da goleada sofrida diante do SC Braga, o Boavista quis voltar a deixar os adeptos (e foram muitos nas bancadas) com uma boa impressão e assumiu o controlo do jogo, mas sentiu dificuldades em penetrar na defesa famalicense.

Ainda assim, é dos axadrezados o primeiro sinal de perigo, com Tiago Morais a ganhar espaço à entrada da área e a disparar forte, mas desviado. Parecia um jogo de feição para a equipa da casa.

Contudo, esta equipa do Famalicão já mostrou em várias ocasiões que raramente perde o norte. Aproveitando o adiantamento do adversário, a equipa recorreu, quase sempre à velocidade de Chiquinho para sair a jogar, pela direita, e foi provocando o caos na defensiva axadrezada.

Chiquinho foi arma do Famalicão
Chiquinho foi arma do FamalicãoOpta by Stats Perform

E é o extremo cedido pelo Wolverhampton que acaba mesmo por estar na génese do lance que origina aos golos. A jogada começou pela esquerda (Francisco Moura estava alinhado exatamente com a defesa, as linhas do VAR detetaram uma diferença de 0 centímetros), foi ao meio, com Aranda a entrar na área e a ser desarmado por Chidozie. Contudo, quando o central foi despachar a bola, só encontrou o pé de Chiquinho. Penálti assinalado e Jhonder Cádiz (12 minutos) deixou os famalicenses em vantagem.

Água mole em pedra dura…

O Boavista sentiu o golo. Continuou a sentir dificuldades em controlar o espaço nas costas, com Chiquinho a disparar ao poste aos 29 minutos, num remate violentíssimo. 

Contudo, aos poucos, a equipa de Petit foi voltando a recuperar o controlo do jogo e procurando uma forma de chegar ao empate. Quando Bruno Lourenço (40 minutos) viu Luiz Júnior segurar o desvio, a frustração no Bessa era visível, com os adeptos a impacientarem-se.

Contudo, o Boavista foi recompensado quatro minutos depois. Canto batido na esquerda e Reisinho, médio ofensivo, antecipou-se a toda a gente e estreou-se a marcar como profissional. Estava feito o empate, mas nem toda a gente festejou, com um foco de tensão a verificar-se entre os adeptos afetos aos axadrezados.

Os números ao intervalo
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Reveja aqui as principais incidências da partida

A panela de pressão

Desde o início esta foi uma partida em que se sentiu sempre uma tensão latente. Os duelos eram disputados no limite, as duas equipas queriam levar os três pontos e as bancadas também ajudavam à pressão.

O segundo tempo pareceu ajudar o ambiente a ficar mais calmo. As duas equipas dividiram a posse de bola e o jogo pareceu dividido. Até aos 68 minutos.

Numa jogada pela esquerda, Bruno Onyemaechi  cruzou e Haas afastou a bola de cabeça para a meia direita. O que parecia um esférico perdido acabou nos pés de Salvador Agra que não hesitou na hora de disparar. Estava feito o segundo golo do Boavista.

E rebentou a panela de pressão. Jhonder Cádiz não gostou dos festejos axadrezados e foi pedir satisfações a Agra, gerando um grande sururu ao pé dos bancos.

O avançado venezuelano foi expulso, Chiquinho (que estava no banco) também e foram precisos alguns minutos até aos ânimos aquecerem.

Pelo meio, o abraço significativo de Salvador Agra a Petit, a festejar o golo.

Stop ao vermelho

Com mais um e 20 minutos para jogar, o Boavista parecia ter os três pontos na mão. A equipa de Petit continuava a controlar a bola e tentava empurrar o Famalicão para a linha de fundo. Contudo, a equipa acabou traída por um erro próprio.

Aos 79 minutos, Tiago Morais, um dos mais perigosos da equipa, acabou expulso. Viu o segundo amarelo por uma simulação grosseira de penálti. As contas voltavam a ficar equilibradas.

E foi já em tempo de compensação que o Famalicão desceu um balde de água fria sobre o Bessia. A equipa de João Pedro Sousa foi com tudo para a frente, o Boavista recuou demasiado e o empate surgiu através da cabeça de Haas, que respondeu ao cruzamento de Gustavo Sá, da direita.

Desgosto nas bancadas. Os três pontos transformaram-se em um, para prejuízo dos homens da casa e festa dos visitantes, que correram o risco de regressar sem nada.

Homem do jogo Flashscore: Makouta (Boavista)

Os números da partida
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