Com várias interrupções durante a entrevista, devido às lágrimas que lhe iam caindo pelo rosto, Otamendi reforçou a gratidão que tem pela sua mãe e pela restante família, tendo-lhes dedicado a conquista do Campeonato do Mundo, conquistado há um ano, no Catar.
"A minha mãe acompanhou-me aos treinos até aos 13 anos. Depois, por causa dos custos da viagens, já não me acompanhava. Não tínhamos dinheiro. Eu ia sempre com a roupa da escola para pagar apenas 10 cêntimos pelo bilhete escolar do autocarro. Às vezes só tinha dois pesos (moeda da Argentina) que a minha mãe me dava para comprar algo para comer. Mas eu sei que lhe custava muito me dar esse dinheiro. Sabia que era um momento difícil. A minha mãe limpava casas e sabia o esforço que ela fazia para que eu pudesse ir aos treinos. Lembro-me disso até hoje, porque foi um esforço muito grande da minha mãe que me acompanhou muito. Também houve a ajuda do meu pai e dos meus irmãos", afirmou Otamendi.
"Sabia que a minha mãe me dava o pouco que tinha para eu poder viajar e talvez ela não se alimentasse bem", disse, com nova pausa devido à emoção.
"O meu desejo era dar-lhes este troféu. Não há palavras para descrever o que significava vencer o Campeonato do Mundo com a camisola do meu país", frisou o central do Benfica.
"Foi um grande esforço que foi feito, sobretudo pela minha mãe, que sempre me acompanhou. E depois também tive a ajuda dos meus irmãos e do meu pai, que foi quem me ajudou para que eu pudesse viajar. Até hoje sinto que devo tudo a eles", disse Otamendi.