Orgulho na equipa: "Sou o treinador, por isso estou muito orgulhoso. No início da temporada falámos dos nossos objetivos. O Benfica quer títulos, é o que se espera. Estamos muito orgulhoso, foi duro, até ao último minuto, mas fomos campeões. Estamos felizes, mas também temos consciência de que foi preciso um grande esforço, foi renhido, muito exigente, não só em termos físicos, mas também em termos mentais, tivemos de mostrar força mental. Quando perdemos com o FC Porto e o Chaves a dinâmica mutou um bocadinho e tivemos de voltar a dar a volta isso. Demonstramos que conseguimos jogar sob pressão, que acreditamos em nós próprios e acho que merecemos".
Celebrações no Marquês: “Nunca tinha visto nada como ontem. É único, uma das melhores celebrações do futebol europeu. Já tinha visto algumas imagens de outros festejos no Marquês no Pombal, mas ver ao vivo não é a mesma coisa. Chegar lá foi fantástico, o ambiente extraordinário. Enquanto equipa tínhamos a obrigação de trazer alegria a tanta gente e tentamos sempre devolver o que os adeptos nos dão. Para mim foi um dia extraordinário e sei o esforço dos jogadores. Foi um prazer fazer isto pelo Benfica”.
Otamendi: "Acho que o Nico foi um grande capitão. Tem imensa experiência, a temporada foi extraordinária, foi campeão do mundo, campeão em Portugal. Mas de uma forma geral, o João Mário, Rafa, Grimaldo, esses quatro são líderes do balneário, cada um é diferente, mas todos arcaram a responsabilidade. O capitão está sempre num lugar de destaque, mas todos eles foram importantes. Temos uma boa mistura entre experiência e juventude na equipa. Sobretudo com os objetivos do Benfica não é fácil lidar com isso e os mais velhos deram mais apoio. Espero que o Otamendi fique. Antes do Natal acho que já começou a negociação do novo contrato, mas ele quis esperar e só aí tomar uma decisão. Nós fizemos tudo para manter como capitão. Está lvire e vai ter de pensar na sua situação, mas se me perguntarem a mim quero que ele fique”.
Momento definidor da temporada: "É difícil de descrever, a temporada foi muito longa. Nos últimos anos aprendi a não olhar demasiado para a frente. Agora é concentrar-me no dia a dia. Quando começámos em finais de junho não estava a pensar no que aí vinha. A situação que tinha no Benfica era que era preciso mudar alguma coisa, mudar o estilo de jogo, tínhamos um plantel enorme, começámos com 39 jogadores, e havia alguns que sabiam que não ficariam, mas era preciso tempo para tomar decisões. E se se estiver a olhar demasiado para a frente é complicado. O que notei desde o início é que este clube e este grupo de jogadores tem uma atitude muito boa, treinam a sério, trabalharam no duro e gostam de jogar futebol. Tentámos criar boa condição físico e aproveitar todos os treinos para eles perceberem o estilo. Fiquei surpreendido por termos conseguido implementar esse estilo depressa. Conseguimos encontrar um bom ponto de encontro e basta olhar para os amigáveis de pré-época, desde o início que começamos a defender bem, a marcar, pressionávamos alto e foi muito importante. A confiança dos jogadores foi crescendo. Com as vitórias nos play-offs da Liga dos Campeões atingimos o primeiro objetivo, muito importante para o clube, fomos ajustando o plantel até fechar o mercado e depois foi focar nos objetivos. Foi uma época jogada dia-a-dia".
Resposta a Sérgio Conceição: "É a opinião de Sérgio Conceição. Não vi todos os jogos do FC Porto. Acho que nós jogámos muito bem. Antes do jogo disse que depois de 34 jornadas quem tem mais pontos, marcou mais golos, sofreu menos merece ser campeã e foi o Benfica”.
Renovação: "Quando me falaram para renovar, a minha resposta foi que tinha de demonstrar que tinha qualidade para estar aqui. O treinador do Benfica tem de assumir a responsabilidade do Benfica. Mas o clube quis demonstrar essa confiança em mim, é uma grande honra fazer parte do Benfica. Renovei porque foi uma honra esta proposta, mas também esperava ser campeão".
Saída de Enzo Fernández: "Jogámos em Arouca, quando o jogo começou não sabia se ele ia ficar. Foi difícil para nós preparar para esta situação. Sabíamos uma ou duas semanas antes que provavelmente esta questão voltaria à baila, mas não foi possível encontrar um substituto. Era um jogador muito importante para nós e assumia muita responsabilidade, sobretudo na construção do jogo. Não foi uma coincidência pagarem tanto dinheiro por ele. Fomos ver dentro do plantel as opções, o Chiquinho, o Aursnes, o Florentino, mas são jogadores diferentes. Na minha opinião, o Chiquinho conseguiu adequar o estilo de jogo rapidamente e dar a oportunidade de manter a nossa forma de construir, em que os médios dão apoio ao meio-campo e ele esteve bem. Essa foi a primeira fase, depois o João Neves vinha treinando connosco desde o início do ano, mostrou qualidade quando teve minutos e teve a oportunidade de ser titular. É uma grande surpresa a este nível e todos os jogos temos a sensação que está a melhorar. É um grande talento e foi importante substituir o Enzo com a prata da casa. "
Derrota com o FC Porto: "Acho que as semanas do FC Porto, com o Chaves e Inter foi talvez a pior fase desta época. Estivemos a jogar a um grande nível, sem grandes variações até aí e depois decaímos um pouco também a nível individual, com problemas da condição física. Mas eram jogos que podíamos ter vencido, não foram catastróficos, ainda assim não fomos tão dominantes e os adversários foram eficientes. Temos de aceitar, mas conseguimos mudar a dinâmica e foi importante para o resto da época."
Duelos com os adversários diretos: "Em 34 jogos tens de ganhar o máximo número de pontos. Vencer os duelos diretos é bom. Com o Sporting empatámos duas vezes, com o Braga e o FC Porto vencemos uma vez e perdemos outra. Mostra que as outras equipas são boas, são equipas de topo, é difícil enfrentar. Os jogos fora em Portugal nunca são fáceis, até contra equipas com orçamentos mais reduzidos. Têm bons jogadores, os treinadores são bons taticamente".
Vantagem de 10 pontos desperdiçada: "Não mudava nada. Fiz o melhor que consegui. Não se trata de encontrar uma nova abordagem. O que é preciso fazer é tomar decisões, preparar jogadores. Precisamos de uma abordagem tática e depois é jogar, dar tudo para vencer o jogo, e depois do jogo acabar, acabou. Não dá para repetir. Não podemos recomeçar um jogo. Não penso nisso. Quando perdemos um jogo, fica para trás e concentramo-nos no próximo. Mas claro que tivemos 10 pontos de vantagem e acabámos com dois. Está tudo bem. Não precisamos de ser campeões por 20 pontos de vantagem, queremos ser campeões. Podíamos ter vencido antes mas não foi possível. Temos de aceitar a qualidade das outras equipas. Vencemos com 87 pontos. Estivemos quase ao nível da melhor temporada de sempre do Benfica".
Eliminação na Liga dos Campeões: "Não conseguimos vencer o Inter, mas não é uma vergonha. Fizemos 14 jogos na Liga dos Campeões e perdemos apenas um em casa. Vencemos equipas de topo, não é uma desilusão chegar aos quartos de final. É um feito dos jogadores, muitos deles a atuar pela primeira vez nesta prova. O que o Benfica fez a nível internacional foi extraordinário."
Vantagem na próxima época: “Este ano vencemos o título, mas não quer dizer que vamos vencer para o ano. Quando a temporada começar começamos com zero pontos. Vamos precisar de 85 ou 90 pontos para ser campeões. É muito difícil e não é por vencer agora que facilmente venceremos sítio. Vamos todos partir do mesmo ponto, sou bastante humilde e sei que é difícil. Vamos ver as mudanças dos plantéis”.
Liga não prepara para a Liga dos Campeões: "Tenho uma opinião diferente. Já tive a oportunidade de dizer isso várias vezes. As equipas portuguesas, jogando lá fora, têm bons resultados. O Sporting bateu o Arsenal na melhor fase da temporada. Nós estivemos bem, o FC Porto esteve bem... Também chegaram à fase a eliminar da Liga dos Campeões. Quando se está numa Liga, por vezes pensa-se que a qualidade não é a maior, mas se tiver a mesma discussão nos Países Baixos ou na Alemanha, dizem o mesmo. A qualidade do futebol da Liga é muito boa, sobretudo tendo em conta o facto de existirem quatro equipas que têm orçamentos mais elevados. É especial haver tantas equipas no mesmo patamar".
Reforços: "Falamos do plantel a temporada inteira, falamos de melhorias. Quando a janela fechar, em agosto, começamos a pensar no de janeiro. Faz parte do nosso trabalho. É um tema muito importante, o equilíbrio do plantel. Temos de tentar melhorar o nosso onze titular, queremos encontrar um equilíbrio no plantel. Vamos voltar a jogar de três em três dias no início da temporada e temos de estar preparados para isso. Neste momento sentimo-nos bem, temos muitos jogadores que mostraram qualidade, que conseguem jogar a este nível. Temos de substituir o Grimaldo, é um jogador-chave. E mesmo o Enzo...".
Grimaldo: "Acho que os adeptos o perdoaram. É preciso ver o que o jogador fez pelo clube. Esteve cá sete anos e meio, foi campeão quatro vezes. Deu tudo pelo clube. Esteve sempre no máximo, a semana passada contra o Sporting, mesmo ontem... Tem todo o meu respeito, mas penso que também tem todo o respeito dos benfiquistas. Os adeptos apoiaram-no até ao último segundo".
Kerkez: "Não vou falar sobre jogadores que não estão no Benfica. Claro que o conheço, conhecer o mercado é o nosso trabalho. Quando sai um jogador do onze titular, temos de conhecer todas as opções para o substituir. É uma opção, mas não posso comentar".
Gonçalo Ramos: "Espero que fique. É jovem o suficiente para ficar mais um ano no Benfica, mas teve uma temporada excelente. É um ponta-de-lança muito talentoso e não há muitos assim no mercado. Veremos. Talvez seja possível mantê-lo, mas a decisão também é dele. Gostava que ficasse mais uma temporada".