A atravessar um mau momento (três derrotas e um empate), Paulo Turra manteve a confiança na mesma equipa do Vitória de Guimarães que empatou com o Casa Pia na última ronda.
No lado do Estoril,Vasco Seabra optou por promover o regresso de Jordan Holsgrove e Guitane ao onze, em relação à equipa que venceu o Leixões na Taça da Liga. Nota para o facto de Marcelo Carné conservar a titularidade da baliza parecendo, para já, ganhar o lugar a Dani Figueira.

Hesitações fatais
A homenagem a Marinho Peres, cujo nome estava estampado nas costas das camisolas dos jogadores do Vitória de Guimarães, prometia inspirar ao emblema vitoriano a dar outra cara no regresso ao D. Afonso Henriques.
E o que é certo é que o Vitória cedo assumiu as despesas do jogo, procurando sempre aproveitar a velocidade de Jota na frente de ataque. Contudo, os problemas defensivos voltaram para assombrar o emblema vimaranense.
Ainda a aprender as ideias de Vasco Seabra, o Estoril entrou pragmático em casa do rival. A equipa sabia que não ia ter muita posse de bola, mas tinha de se perspicaz nos momentos em que tivesse o esférico nos pés. E assim foi. O conjunto da Linha percebeu o espaço que existia nas constas de Handel e Tiago Silva e aí colocou o jogador mais virtuoso: Rafik Guitane.

O francês com pés de veludo pegava na bola e desenhava as jogadas ofensivas. A primeira viu Bruno Varela agigantar-se a Cassiano (7 minutos), mas na segunda Tiago Araújo (12 minutos) teve mais pontaria e não falhou após o cruzamento de Rodrigo Gomes.
Depois de assistir, Rodrigo Gomes teve a oportunidade ele próprio para marcar. E a receita foi a mesma: saída rápida o ataque, com o jovem emprestado pelo SC Braga a ganhar espaço à entrada da área e a disparar para o fundo das redes à guarda de Bruno Varela.
Sentia-se o ambiente tenso no Estádio D. Afonso Henriques. As bancadas apupavam perante as dificuldades constantes da equipa que parecia encolher-se perante a pressão vinda dos adeptos.
Reveja aqui as principais incidências da partida
Vermelho esperança
Perdido em campo, o Vitória tentou corrigir o erro encontrado pelo Estoril ao adiantar Manu Silva no terreno. Central pelo meio, o jogador avançou para uma posição de médio-defensivo, de forma a proteger as costas dos colegas e travar as investidas de Guitane.

Ajudou a estancar o problema, mas a verdadeira resolução contou com uma ajuda do médio-defensivo da outra equipa. Numa tentativa de pressionar mais alto, Holsgrove acabou por calcar o calcanhar de Manu Silva e foi expulso. O VAR confirmou e o Estoril ficou reduzido a 10. Um vermelho que acendia a esperança vitoriana.

A força de um estádio
Percebendo a oportunidade, Paulo Turra não perdeu tempo. Ao intervalo desfez a defesa a três, lançou Safira para o lugar de Tomás Ribeiro, Nélson da Luz teve licença para explorar o lado esquerdo, rendendo o lateral Afonso Freitas.
O Estoril recuou, procurando segurar a vantagem preciosa e as bancadas do D. Afonso Henriques perceberam. Se aos 20 minutos da primeira parte funcionaram como um inibidor dos atletas vimaranense, agora o reduto dava um verdadeiro empurrão à equipa que encostava cada vez mais o adversário.
Foi recompensada aos 56 minutos. Tiago Silva bateu um livre na meia-direita e André Silva reduziu com um belo cabeceamento.
13 minutos depois, o empate. Safira (que tinha falhado de forma clamorosa o empate aos 67 minutos), lançou Bruno Gaspar que cruzou de forma tensa e João Mendes (69 minutos) emendou para o fundo das redes.
Estava feito o empate. A maré do jogo tinha mudado e o Estoril só conseguia reagir por intermédio de corridas esporádicas de João Marques ou Rafik Guitane, que pouco iam incomodando Bruno Varela.
Safira de ouro
E quando parecia que a euforia se ia transformar outra vez em depressão, com os três pontos a escaparem das mãos dos Vitória de Guimarães, eis que Alisson Safira apareceu a salvar a equipa.
O avançado brasileiro antecipou-se a Bernardo Vital na disputa por uma bola e foi derrubado na área. Miguel Nogueira não teve dúvidas e assinalou penálti. Foi chamado pelo VAR, a verificação foi longa, mas o árbitro manteve a decisão inicial. Chamado a converter, Safira não desperdiçou e motivou a festa no Estádio D. Afonso Henriques.
Paulo Turra conseguiu o primeiro triunfo no comando técnico do Vitória de Guimarães e goza agora de maior tranquilidade para trabalhar, com equipa no sexto lugar, colada ao vizinho e rival SC Braga, ambos com 13 pontos.
Desgosto para Vasco Seabra, que deixa Guimarães sem pontos, depois de uma primeira parte de sonho. O Estoril continua no penúltimo lugar e agora tem o Chaves a respirar por trás do ombro, com quatro pontos, também.
Homem do jogo Flashscore: Alisson Safira (Vitória de Guimarães).
