"Será um jogo difícil, contra uma equipa que tem feito um campeonato muito positivo, até acima das expetativas que algumas pessoas pudessem ter. Já defrontámos o Arouca esta época, mas são jogos diferentes. Vejo uma equipa consistente, já não perdia há muito tempo, mas que no processo defensivo organiza-se de uma forma interessante e isso dificulta a tarefa do adversário, pois trabalha com uma coesão muito interessante e tem sempre na sua dinâmica em posse de futebol positivo, com jogadores que sabem o que fazem. O Armando Evangelista está a fazer um excelente trabalho. É importante estamos focados na nossa ida a Arouca e ganhamos os três pontos, para continuarmos firmes até ao final do campeonato", explicou o treinador do FC Porto, abordando, também, uma eventual pressão mais alta do adversário neste duelo da 31.ª jornada da Liga: "Isso tem a ver com a estratégia dele. O que podemos é perceber a forma como o Arouca vai tentar condicionar o nosso processo ofensivo e, preparar vários cenários. Quando uma equipa está em bloco baixo tem de se ter outras armas, mas há muito papagaio a falar disso sem saber...".
O FC Porto entra para este jogo no segundo lugar, agora a sete pontos do Benfica, que no sábado venceu o SC Braga e deu um passo importante rumo ao título.
"Estamos atentos ao que se passa no campeonato, não me compete analisar jogos dos adversários, mas sim preparar a minha equipa para o próximo jogo. Claro que vemos o que os adversários fazem, mas isso não interfere em nada na nossa caminhada. Hoje a sensação que me deu ao treinar é que vi uma equipa madura, que treinou com a mesma alegria de sempre e dedicação máxima. Aqui ninguém desarma, estamos firmes até ao final do campeonato. Depois fazem-se as contas", asseverou.
"Se me chamarem artista fico contente"
O jogo com o Arouca sucede-se a um embate com o Famalicão, a contar para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, que foi decidido no prolongamento e que teve uma ponta final tensa, com Sérgio Conceição a ser expulso e a ter uma conversa mais acalorada com João Pedro Sousa.
"Fui expulso por festejar o golo, não invadi a área técnica, isso é mentira. Só o fiz depois de já ter sido expulso. A expressão artista teve a ver com a expulsão injusta. Se me chamarem artista fico contente... Lembro-me perfeitamente disto: Já fui expulso por festejar um golo, em Leiria, estava no Olhanense, contra a equipa do senhor Cajuda, onde o banco de suplentes é em cima da linha lateral. O Bruno Paixão expulsou-me por festejar um golo. Depois disso já houve o olhar fulminante, outras situações em que fui bem expulso porque me excedi. Mas o que vem no relatório agora é mentira", frisou, falando do que aconteceu no jogo do Benfica: "Houve bom senso, vi treinadores a invadir áreas técnicas de adversários e não aconteceu nada. Depois de ser expulso, já disse o que disse ao João Pedro, aquilo que se passou com o nosso capitão, uma quantidade de situações... Um golo no final, num jogo em que as coisas não estavam a correr tão bem, corri atrás dos meus jogadores para festejar o golo".
Pepe também se viu envolvido num caso com Colombatto, com ambos a trocarem argumentos após alegadas acusações de racismo.
"Quem tenta falar sobre um jogador que tem três Ligas do Campeões, quem insulta, provoca um jogador destes, que tem um Campeonato da Europa pelo nosso país, um dos jogadores mais titulados em Portugal e no Mundo, um profissional com 40 anos que dá o que dá ao clube e à Seleção Nacional... Há uns que nascem para serem campeões, como o Pepe, e outros que nascem para ser comentadores, com análises de auto-ajuda e coisas do género. Uns nascem para ter vitórias que dão títulos, outros para esse tipo de situações, para serem comentadores ou fazer análise emocional em programas que passam na nossa televisão", disse.
Caso Uribe
A poucos meses de termianr o contrato com o FC Porto, Uribe foi apontado ao Al Sadd, do Catar, numa transferência que se vai efetuar a custo zero. Questionado sobre o assunto, Sérgio Conceição deixou uma garantia.
"Eles têm de ter qualidade, talento e vontade de se desafiarem e irem ao limite, que por vezes não sabemos onde é. É sermos uns eternos insatisfeitos no nosso trabalho diário e acharmos que o que conquistamos e conseguimos fazer hoje é pouco para a nossa capacidade. É nisso que eu tento ajudar os meus atletas, sendo que eles metem-se numa posição e estão dispostos a sofrer um bocadinho. A partir daí, a evolução é normal. Mas tem que ver com os atletas. Nós tentámos ajudar e com uns funciona, com outros não. Mas o Uribe é um profissionalão. Está comigo há quatro anos e a evolução dele foi fabuloso. Se tem mais um mês de contrato, um dia ou uma hora e meia antes de um jogo, mas trabalha bem, estrategicamente é importante para o nosso jogo, vai a jogo. Eles sabem disso. O mais importante é a equipa", concluiu.