Recorde as principais incidências da partida

Tapa o rosto com as mãos quando marca e tomou de assalto a Liga Portugal. Tal como o nome de Son Goku, também o de Gyokeres foi difícil de pronunciar no início da temporada, mas assim que o sueco começou a ser o grande protagonista da época dos leões, cedo se tornou no super herói que os mais novos admiram e os adversários gostam de defrontar.

Numa semana em que a cultura se despediu de Akira Toriyama, criador de Dragon Ball, recorremos ao mundo onde voar é normal, as personagens comem depressa e o cabelo dos principais protagonistas quando se transformam é, imagine-se, loiro.

Nesta crónica não há vilões, ainda que os rivais do Sporting na luta pelo título vejam nos leões uma espécie de Cell na sua forma mais temível. O Arouca, que começou este campeonato em dificuldades, cresceu assim que Daniel Sousa, qual Tartaruga Genial, chegou para treinar a equipa.

Com apenas um rosto menos habitual no onze (ao contrário do Sporting, que voltou a contar com Pedro Gonçalves e Gyokeres), a equipa arouquense começou por mostrar todo o seu poder de ataque (over 9000, com aquele trio tão perigoso). Com bola, a equipa da casa quis discutir o jogo com os leões. Acima de tudo, via-se uma luta justa, mesmo que o relvado parecesse já afetado por um verdadeiro combate recheado de Kamehameha's.

De Gyokeres a Jason, os dois lados do terreno eram alvo de incursões que demonstravam as intenções das duas equipas. Só que, tal como em Dragon Ball, no Sporting há uma personagem capaz de desequilibrar qualquer luta.

Depois de descansar frente à Atalanta, Gyokeres estava tão fresco como se tivesse recebido um feijão mágico, por isso chegou a tempo para finalizar a jogada construída por Trincão com passe perfeito de Matheus Reis para que o sueco tivesse apenas de encostar (19 minutos).

Desfeito o impasse, foi momento de o Arouca mostrar o seu poder. Com Cristo em dia pouco inspirado, foi Jason que assumiu as despesas do jogo ofensivo arouquense, ainda que as duas melhores ocasiões até ao intervalo pertencessem a Sylla. Franco Israel (34 minutos) evitou o empate com uma defesa ao melhor estilo de outro anime bem conhecido de toda uma geração - Oliver e Benji - e segurou a vantagem sportinguista para a segunda parte. 

Antes do apito para o intervalo, o mesmo Sylla teve jogada individual que terminou com um remate ao lado da baliza do Sporting, mas que servia de aviso para a segunda parte. "Não percam o próximo episódio porque nós também não".

Amorim deixou Quaresma no balneário e chamou Inácio para o segundo tempo, que começou com o Sporting a criar logo uma grande ocasião. Depois do uruguaio Franco Israel, foi a vez do uruguaio Arruabarrena dar nas vistas para evitar o bis de Gyokeres.

Apesar desse momento a abrir mais um episódio, o Sporting veio com uma ideia diferente. Com linhas mais baixas para tirar a profundidade ao Arouca, a equipa de Rúben Amorim tentava abrir espaço para a corrida de Gyokeres e a verdade é que, apesar de não conseguir mexer o resultado, a estratégia foi funcionando.

Numa segunda parte que, a espaços, pareceu uma espécie de filler (episódios que servem para dar contexto, mas que não avançam a história), o Sporting foi controlando a partida sem bola enquanto Daniel Sousa tentava perceber de que forma podia vencer este combate, como fez em episódios passados (frente ao FC Porto).

O certo é que, tal como Son Goku ao longo do anime, também Gyokeres teve excesso de protagonismo no jogo ofensivo do Sporting. Desgastado pelo relvado exigente, o sueco voltou a pecar no momento da decisão e desperdiçou mais duas ocasiões em que foi lançado no espaço pelos colegas, mesmo quando o recém-entrado Paulinho estava sozinho ao segundo poste.

Só que, tal como em Dragon Ball, às vezes há heróis que saltam da sombra para decidir as situações mais delicadas. A do Sporting, pelo resultado e pelo estado do relvado, estava assim, até que Geny Catamo, qual Krilin, assumiu a responsabilidade no momento de maior aperto, abateu dois adversários e disparou forte para o golo que selou o triunfo dos leões (90 minutos).

No último minuto, Gyokeres aprendeu a lição com Catamo (tal como Son Goku foi aprendendo com Krilin) e entregou a Hjulmand para um 0-3 inesperado já no final do tempo de descontos.

Foi difícil, como se esperava, mas o Sporting saiu vivo da batalha de Arouca. Agora, os leões vão reunir as bolas de cristal e pedir três desejos: o campeonato, a Taça de Portugal e... o renascimento de Yamcha (entendedores entenderão).

Homem do jogo Flashscore: Matheus Reis (Sporting)